O Miguel Pessoa, sempre incansável com o blogue da
Tabanca do Centro, pediu-me se lhe enviava um texto, mesmo antigo, para
publicar.
Comecei à procura, e depois pensei que com todo o
trabalho que o Miguel tem, merecia da minha parte um esforço para escrever algo
de novo, em vez de ir ao “arquivo”.
Lembrei-me então de escrever uma espécie de reflexão
(coisa importante, pois então), sobre a Tabanca do Centro e estes anos que vão
passando.
Em primeiro lugar, constato que a Tabanca do Centro é um
“fenómeno” de encontro, de alegria, de camarigagem e até de afectos, sem a
mínima dúvida.
Estaríamos bem longe de pensar, naquela viagem de
automóvel para o Porto e volta, que ainda hoje andaríamos a realizar almoços em
Monte Real, sempre a crescer em número de participantes, que mais não são
porque a sala não o permite.
Nascida da vontade de vários combatentes da Guiné,
radicados no centro do país, se reunirem periodicamente à volta do famoso
“cozido à portuguesa” da Pensão Montanha, em Monte Real, logo no primeiro
encontro/almoço recebeu combatentes vindos, não só do centro do país, mas
também de Lisboa e do Porto, alguns dos quais se tornaram dos membros mais
assíduos.
Logo também, sem nenhum problema, se abriram os
encontros/almoços a combatentes de outras guerras de África, e até, a alguns
jovens, (ou seja, gente abaixo dos 60 anos!), que queriam privar de perto com
estes “gloriosos malucos combatentes”, que um dia deixaram as suas “casinhas”
em Portugal, para irem passar umas “férias”, (normalmente de cerca de dois
anos), a paragens africanas, especialmente na Guiné, Angola e Moçambique.
Desde sempre a ideia e a prática, foi o encontro saudoso,
mas também salutar e catártico, alegre, mais ou menos ruidoso, e sobretudo
muito, muito unido, sem diferenças, nem grupos “especiais” ou pessoais.
Obviamente, cada um procura aqueles com quem tem mais
afinidades, mas nunca por nunca ser, se deixará criar grupos que de alguma
forma, sejam separados e não façam parte do todo que é a Tabanca do Centro.
E isto é muito importante, porque a Tabanca do Centro só
existe como unidade de combatentes, em que todos se respeitam e todos têm a
mesma dignidade, e se assim não for, é porque alguém não entendeu isso mesmo.
Alguns, como o Miguel Pessoa, quiseram assumir a missão
de relatar o que acontece nesses encontros, e, tirando do seu tempo em que
poderiam estar a conversar e a conviver com os outros, vão pelas mesas tirando
fotografias, aqui e acolá, e tentando que os que vêm pela primeira vez,
informem os seus dados completos, para depois receberem a já famosa revista
Karas da Tabanca do Centro, bem como as notícias dos encontros que irão ter
lugar.
É uma missão voluntária, que envolve esforço e muito
trabalho, e que, por isso mesmo, deveria ser sempre convenientemente
agradecida, e nunca criticada.
Os encontros/almoços da Tabanca do Centro são momentos de
convívio muito importantes para os combatentes, e não são nenhum “festival” de
“comezaina” em excesso, que não é, nem nunca será a intenção que nos norteia.
A Tabanca do Centro tem um “núcleo”, que ajuda e
aconselha, para que nunca se percam as intenções iniciais com que a mesma foi
fundada e esse núcleo é constituído pelo Miguel Pessoa, Vasco da Gama, José
Eduardo Oliveira (JERO) e Joaquim Mexia Alves.
Obviamente que todas as sugestões são bem vindas e
apreciadas, para melhorar sempre este encontro de combatentes, que se quer cada
vez mais unido.
Haveria tanto mais a dizer sobre a Tabanca do Centro, mas
o pessoal está de férias e o texto já vai longo.
Por isso mesmo, até 26 de Setembro, em Monte Real, onde
vos esperamos.
Monte Real, 25 de Agosto de 2014
Joaquim Mexia Alves
6 comentários:
Caros camarigos
Este texto do Joaquim, em jeito de balanço, coloca as coisas de modo correcto.
De facto, certamente que quando ao 'bando dos 4' que foram a Matosinhos ao lançamento do livro do Maia ocorreu a ideia de aproveitarem a inspiração daquele evento, que foi precisamente à volta de um almoço, já habitual naquela altura na chamada Tabanca de Matosinhos (ou Tabanca Pequena), não conseguiriam antecipar a longevidade, a consistência e o envolvimento emocional que a "Tabanca do Centro" viria a ter.
Tanto quanto ouvi dizer, o Joaquim, o Reis, o Juvenal e o Vasco acharam por bem ser possível criar ali na zona centro um evento aglutinador à semelhança do que tinham vivido de modo entusiasmante em Matosinhos e se bem o pensaram melhor o fizeram já que tendo ido a Matosinhos no início de Dezembro, foi logo no Janeiro seguinte que se deu o 1º Encontro.
Daí para cá tem sido o êxito que se sabe.
E que se espera que continue!
Abraço
Hélder Sousa
muito bem dissido gostei oxalá nunca acabe abraço
Camaradas,
Envio os meus parabéns ao pessoal da Tabanca do Centro, pelo elevado espírito de camaradagem que representa.
O Helder já disse o essencial em jeito de homenagem, e eu subscrevo oa opinião emitida.
Abraços fraternos
JD
Vivendo hà 40 anos "sob outras bandeiras" nunca me envergonhei dos valores que em Portugal me formaram.
Aí voltei, pela primeira vez(!) depois de 36 anos, para participar num dos encontros iniciais da Tabanca do Centro.
Trinta dias depois lá estive no encontro seguinte.
Hoje, o único contacto que mantenho com o nosso querido Portugal é através dos Amigos e Camaradas da Tabancado Centro.
A serem-me desculpados todos estes "pessoalismos", quero com eles exprimir o que para mim é o verdadeiro significado,realidades e sentimentos que formam a nossa Tabanca do Centro.
Parabéns Joaquim!
Companheiro de Colégio,Camarada da Guiné e...AMIGO.
José Belo
Obrigado a todos!
Permitam-me um especial abraço ao José Belo, longe na distância, perto no coração!
A Tabanca do Centro é fruto de todos e da capacidade que todos têm tido de privilegiar o convívio, a camarigagem, acima das "politicas" e dos "futebóis"!
Um abraço grande para os mentores da Tabanca do Centro. Faço votos para que continuemos a reunir à volta do cozido em amena cavaqueira e a recordar tudo, o que para todos nós, nos une.. UM obrigada especial para o Miguel Pessoa, pelo seu empenhamento e o muito trabalho desenvolvido, com as notícias e "Revista Karas". Abraços para todos. Mª Arminda
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