quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

P1003: UM MARCO SIGNIFICATIVO


 MIL “POSTES” PUBLICADOS – UMA REFLEXÃO

A propósito do 1000º “poste” na nossa Tabanca do Centro, que em boa altura o Miguel Pessoa (sem ele nada disto era possível) realçou e muito bem, apeteceu-me escrever uma pequena nota para dizer o que me vai no coração.

Nascida a Tabanca do Centro de uma conversa entre quatro combatentes da Guiné, (numa viagem ao Porto, à Tabanca de Matosinhos), com o objectivo de reunir todos os meses, num almoço, aqueles que em seu tempo demandaram terras da Guiné, (numas “férias” pagas pelo Estado Português), rapidamente esses encontros “alastraram” a outros combatentes de Angola e Moçambique, e até a outros mais novos que se orgulham da nossa geração de combatentes e connosco querem privar e ouvir as nossas histórias.

Para melhor comunicarmos, decidimos iniciar um blogue, onde fomos dando conta dos “anúncios” dos encontros e reportagens sobre os mesmos.
Depois começaram a surgir histórias, contos, ditos, “trocas” bem humoradas de “galhardetes” em prosa e verso, que fomos publicando, mas sempre com as premissas que desde o início nos impusemos, sem polémicas de políticas, futebol, religião ou até mesmo da guerra, porque essa poderão ser mantidas ao vivo durante os encontros, sem nunca ultrapassar os limites da camarigagem que une todos os combatentes.

Nunca nos interessou a “qualidade”, (literária ou qualquer outra), dos escritos, mas sim que, cumprindo as premissas que nos impusemos, acima referidas, fossem o reflexo dos sentimentos daqueles que os escrevem, em histórias reais ou ficcionadas, a assim nos ajudassem a estar mais perto uns dos outros e a melhor entendermos o nosso passado na Guiné, Angola ou Moçambique.

Também nunca nos interessaram os números, a quantidade de combatentes que se reúnem, mas sim e sempre, que nos possamos reunir, abraçar, falar, e juntos nos ajudarmos em tudo aquilo que vamos precisando no psíquico, no físico e até no material.
Realmente, desde o início, que na Tabanca do Centro, quando pagamos o almoço, aqueles que querem e podem, dão sempre mais qualquer coisa que, depois de reunida uma soma mais considerável, fazemos chegar a combatentes necessitados e que estão referenciados por outros combatentes ou pela Liga dos Combatentes, normalmente do Núcleo de Leiria.

E, falo por mim e sei que também por muitos outros, afirmando que nós, combatentes, precisamos mesmo muito destes encontros, destas conversas, deste recordar, porque falamos uma linguagem que aqueles que não estiveram lá, não falam, e portanto não podem entender, e assim, não sendo nós entendidos por alguém, difícil se torna recordar o passado para viver melhor o presente.

Por isso, enquanto pudermos por aqui estaremos, e podem contar connosco para os encontros, para os sorrisos, para as lágrimas, para os abraços.


Monte Real, Fevereiro de 2018
Joaquim Mexia Alves

P1002: MAIS UM CONVÍVIO REALIZADO


domingo, 25 de fevereiro de 2018

P1000: JERO - LEMBRANÇAS DE ÁFRICA


O “CALDAS”

“O “Guimarães” levava a bazuca e eu ajudava-o a levar as granadas.
Quando saímos da bolanha para entrar na mata mudámos para o “quadrado”. Sabíamos que “os gajos” estavam perto. Já tínhamos ouvido vozes...

Ouvi uma rajada e pareceu que o capim à minha frente era “cortado”...
Senti que tinha “levado”...
O tiroteio era agora por todo o lado. 

Deixei cair a arma... Não tinha força no braço... Aguentei-me de pé mas sabia que... ”me tinha calhado”...
Não sentia dores mas estava “estonteado”...

O cabo enfermeiro – o "Rato" – ajudou-me a sentar. Os tiros eram agora só dos nossos... Alguma malta estava à minha volta e lembra-me do nosso Alferes Tavares se chegar ao pé de mim com “cara de caso”. 

Mostraram-me a minha arma. A rajada tinha acertado no carregador – 4 tiros –. E havia mais uma marca de bala entre a mola do gatinho e o cano.
Quantas levei? Não sei! 

Disseram-me que já tinham chamado o helicóptero. Consegui levantar-me e amparado pelo enfermeiro e com a malta a animar-me andámos mais um bocado para sair da mata. No local em que eu tinha sido ferido o helicóptero não podia aterrar. 

Lá chegamos ao sítio que “devia ser” e... encostei-me para esperar sentado.
Lembro-me que foram duas horas compridas. Ou, se calhar, quase umas três… 

Finalmente lá chegou o helicóptero. 
Lembro-me do meu Alferes ter a lágrima ao canto do olho. 
«Olha o nosso Alferes! Isto não é nada. Só acontece a quem cá anda!».

Julgo que chegámos ao Hospital de Bissau por volta das 3 da tarde. Nessa altura já estava cheio de dores. O garrote que levava no braço doía-me “comó caraças”! 

As caras dos médicos que me viram fizeram-me algum “cagaço”. Ia ser operado logo a seguir. Depois - não sei quanto tempo depois - acordei amarrado a uma cama do Hospital. 

Lembro-me de ter os pés amarrados e... o braço ferido estar todo “entrapado”. Só me apetecia dar pontapés... E doía-me. Muito... Estive 3 dias a leite. Que fome eu passei!”

O Joaquim Lopes Henriques, que nasceu nas Caldas da Rainha em 16 de Abril de 1942 e trabalhava na cerâmica até ir para o serviço militar, falou desta fase “complicada” da sua vida sem dramatizar. Tinha acontecido e... ”prontos”!

Comoveu-se e ficou momentaneamente sem fala, quando se lembrou da visita que o condutor, o Padre Eterno, lhe fez ao Hospital de Bissau.

“Devo-lhe muitos favores! Levou-me uma ventoinha (fazia um calor do caraças no Hospital). Depois... ”à sorrelfa” foi lá fora buscar uma lata de atum e um pão. Nunca nada me soube tão bem! Que gajo porreiro! Devo-lhe muitos favores!

Depois... estive uns vinte dias no Hospital. Nessa fase fui só operado uma vez. Aproximava-se o Natal e soube que ia ser evacuado para “casa”.

Sei que cheguei a Lisboa de avião em 17 de Dezembro de 1965. Fui para o “Anexo” da Rua de Artilharia Um… e deixaram-se ir passar o Natal às Caldas da Rainha, com a obrigação de fazer o “penso” na Enfermaria do R.I. 5. O que eu fiz. 

Depois... regressei a Lisboa e... foram mais dois anos... de "boa vida"! 
Dois anos e... sete operações. Sete! 

Tive um ferro no braço. Depois... chegaram a tirar-me um bocado de osso da perna para me pôr no braço. Não correu bem. Ficou uma ”papeleta” no Hospital Principal e no “Anexo” estive uma semana sem me fazerem o penso(!?). Doía-me mas... tenho a mania de não me queixar!

Foi o Sargento Zé, do Anexo, que me safou.
Voltei “de urgência” ao Hospital da Estrela e... mais uma operação. 
Nestes “entretantos” com quem é que me havia? Com a minha namorada – a Maria da Conceição. Já namorávamos há 4 anos e... com muito tempo livre... engravidei-a! Casámos em 14 de Maio de 1966. 
Uns meses depois fui chamado a uma “Junta” de 7 médicos que me disseram: Já foste submetido a 7 operações. Podemos tentar fazer mais alguma coisa, mas... as diferenças para melhor podem não ser muitas... 

- Não quero mais operações. Já chega! 

Foi-me atribuída então uma incapacidade de 46% e fiquei com uma “pensão” da Associação dos Deficientes das Forças Armadas.
Regressei às Caldas da Rainha e voltei a trabalhar na cerâmica, na SECLA. Tinha limitações mas foram uns gajos porreiros para mim. Também “ajudou” o facto de o meu irmão ser encarregado da Fábrica!

Nessa “fase do campeonato” (já com um filho e “teso que nem um carapau”...) valeu-me a “Cruz Vermelha Portuguesa”, que me ajudou a pagar a renda da casa durante 6 meses!
A vida estabilizou e passados alguns anos resolvi ir com o meu irmão para Angola para montarmos uma pequena fábrica de cerâmica.

Por acaso... escolhemos bem a altura… Chegámos a Luanda em 18 de Abril de 1974. Uma semana depois dava-se a ”Revolução” e... regressámos às Caldas da Raínha em Dezembro de 1975! Mais uma vez tesos!

Mas aconteceu-me mais uma mudança na vida. Empreguei-me na “Molde”. Trabalhei até 2003. Agora estou reformado.Com filhos e netos.
Habituei-me ao meu “braço da Guiné”!

Tenho, apesar de tudo, boas recordações da “guerra”. E a “675” é a minha segunda família. Está claro que todos os anos vou aos “convívios”.
Nos intervalos... tenho tempo e uma “horta” para onde vou sempre que posso. Agriculto alguma coisa e aparecem sempre uns amigos para um petisco! 
Mas como aquela “sandes” de atum que o Padre Eterno me deu em Bissau é que nunca mais como!”

JERO

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

P997: REVISTA "KARAS" DE FEVEREIRO


Ainda apoiado nas canadianas, o nosso amigo Kambuta não quis deixar de estar presente no convívio, ele mais a sua Hortense. Para ausência, já bastou a do encontro anterior, em Novembro, devido a um infeliz acidente caseiro que o atirou para o hospital. Animado, o Manuel Lopes parece já ter ultrapassado a crise e vemo-lo aqui pondo a conversa em dia com o Cláudio Moreira, Carlos Morte e Diamantino Ferreira.


E como habitualmente voltou às suas funções de colaborador da revista "Karas", a quem disponibiliza as fotos tiradas no decorrer dos encontros. Aqui, acompanhado pelo António Sousa, não vá desequilibrar-se sem as canadianas...
O Jaime Brandão, não participando habitualmente nos nossos almoços, nem por isso deixa de aparecer na concentração prévia no Café Central, para uma conversinha com o pessoal. Depois vai de abalada, que o cozido não é prato que o entusiasme...


O António Sampaio veio do Porto para reforçar o algo reduzido grupo de Torres Novas (aliás, fica em caminho...) e conversa aqui com o Carlos Pinheiro, José Manuel Coutinho Quintas e António Pimentel de Carvalho.


O Luís Branquinho Crespo inscreveu ainda o José Fernandes Baptista. Os dois estão aqui ladeados pelo Carlos Pinheiro e pelo António Nobre.


Um grupo heterogéneo nesta foto - o Miguel Pessoa (Lisboa), Lúcio Vieira (Torres Novas), JERO (Alcobaça) e Cláudio Moreira (Leiria).


O Régulo da Tabanca Joaquim Mexia Alves posa aqui ao lado do António Sousa, Artur Soares e Luís R. Moreira.


Um trio inscrito pelo Manuel Jacinto: Manuel Cavadas, Fernando Fonseca e Manuel Clemente. Ao fundo o duo inscrito pelo Abílio Vieira Marques: o próprio e o Joaquim Caneira.


O Manuel Jacinto é difícil de agarrar... Aqui baldou-se do lugar deixando sozinhos o Carlos Morte e o António Cardoso. Lá ao fundo o Cláudio Moreira conversa com o Aníbal Tavares.


O "vice-tesoureiro" Carlos Santos junto ao Domingos Santos. Ao fundo o Rui Marques Gouveia com a sua acompanhante Teresa Vindeirinho.


O António Sousa verifica se ainda dá para mais uma rodada enquanto o António Nobre fixa atentamente a objectiva. Ao fundo, o Manuel Reis põe a conversa em dia com o Silvério Lobo, Este, ausente há já umas jornadas, prometeu trazer proximamente a esposa Linda e o júnior Lobinho.


O Francisco Lemos, inscrito pelo António Nobre, já não é estreante nestas andanças, o mesmo não sucedendo com o Francisco Silva, que se juntou a nós pela primeira vez, e que vemos na foto ladeado pelo Artur Soares e por dois "aveirenses" - o José Luís Malaquias e o Carlos Prata.


O António Frade e esposa Helena trouxeram a reboque um estreante, o José Rosa.


Um grupinho da Linha - onde desta vez faltou o casal Marques - Luís R. Moreira e Irene, mais o António Maria Silva (com o indispensável smartphone...) e o José Miguel Louro.


Um trio e um duo - A família Gaspar (Agostinho, Isabel e Miguel) e o casal Ponte (Manuel e Maria). Neste último caso é sempre uma surpresa quem é que o Manuel da Ponte vai acabar por trazer consigo à última hora (a esposa ou um dos filhos) pelo que já nos limitamos a inscrever "Manuel da Ponte e acompanhante"...


O grupo de Torres Novas vinha um pouco desfalcado. Vemos aqui o Lúcio Vieira, Carlos Pinheiro e Manuel Ramos, a que se juntou o reforço portuense António Sampaio.


O Franscisco Silva acabou por vir sozinho de Lisboa - talvez possa ter uma oportunidade de boleia numa próxima vez com o pessoal da Linha, para reduzir a solidão (e as despesas...) da viagem.
Do grupo de Aveiro - de que vemos aqui o José Luís Malaquias e o Carlos Prata - faltou o Carlos Augusto  Pinheiro. O Manuel Reis está do outro lado da mesa...


Desta vez as previsões confirmaram-se e Manuel da Ponte trouxe mesmo a esposa Maria... 
O Manuel Frazão Vieira encarrega-se normalmente da inscrição do Benjamim Mira Dinis, embora este disponha de endreço e-mail próprio - mas os amigos servem para isto...



Uma dupla que tem contribuído para a rápida recuperação do Kambuta - a esposa Hortense e o amigo Manuel Nunes Mendes - aqui acompanhados pela Amélia Gonçalves.


O "convalescente" Kambuta ladeado pelo amigo Almiro Gonçalves. Ao fundo, o Miguel Diniz e o Luís Branquinho Crespo conversam.


Ah! Desta vez o Manuel Jacinto já voltou ao seu lugar! Aqui entre o Carlos Morte e o António Cardoso.


A sessão estava a aproximar-se do fim. Altura para algumas palavras dirigidas aos presentes pelo Régulo da Tabanca, Joaquim Mexia Alves. Foi lembrada a efeméride - 8 anos completados desde a criação da Tabanca do Centro - lamentando-se a ausência por indisponibilidade de dois dos seus fundadores - o Juvenal Amado e o Vasco da Gama.


O nosso camarada Luís Branquinho Crespo aproveitou a oportunidade para falar aos presentes num projecto em que está actualmente envolvido através da associação "Resgatar Sorrisos" - a construção de uma escola em Candamá (Bafatá), na Guiné. E outros projectos de ajuda humanitária estão na calha.


Sobre este assunto foi recentemente editado (em 9 de Fevereiro) o Poste 995 , que poderão ver aqui.



Chegada a altura das sobremesas, era tempo de cortar e distribuir o bolo de aniversário, acção a cargo do Régulo da Tabanca. E temos reportes de que o bolinho agradou a quem dele se serviu.
O que sucedeu igualmente com o bolo oferecido pelo nosso amigo Silvério Lobo, que não fica atrás em qualidade, e que é uma simpática oferta do casal Lobo quando está presente nos nossos convívios. Os nossos agradecimentos ao Silvério. E podes continuar a trazer!...


E estava na altura de entrar em campo a equipa que normalmente se encarrega dos pagamentos da refeição - o Vitor Caseiro e o Carlos Santos - o que fez com o seu habitual desembaraço. 66 presenças é um número simpático para mais um convívio bem passado.
E resta-nos desejar um período tranquilo até à chegada do próximo convívio - o 67º - que se vai realizar em 28 de Fevereiro. Vamos lá inscrever-nos, quem ainda não o fez!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

P995: RESGATAR SORRISOS


O nosso camarigo Luís Branquinho Crespo esteve presente no nosso último encontro e no decorrer do convívio teve a oportunidade de nos falar num projecto em que está actualmente envolvido - a construção de uma escola em Candamá (Bafatá), na Guiné.

Pedimos-lhe então que nos fizesse um apanhado da Associação "Resgatar Sorrisos", uma ONGD que está envolvida na construção dessa escola bem como em outros projectos de ajuda humanitária.

Aqui fica pois o texto que nos foi fornecido por aquele nosso camarigo, bem como um esboço do projecto da escola na Guiné em que aquela Associação está actualmente empenhada.



1. ENQUADRAMENTO DA RESGATAR SORRISOS


A Associação “Resgatar Sorrisos – Associação Humanitária para a Cooperação e Desenvolvimento”  é uma pessoa coletiva portuguesa de direito privado, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos, reconhecida e registada como ONGD.
Criada em 31 de Maio de 2016, cabe-lhe, principalmente, executar e dar apoio a programas de cariz social, ambiental e educacional, atuando nos setores da educação, formação, assistência social e sanitária e ajuda humanitária nos países em vias de desenvolvimento.

2.  MISSÃO, VISÃO E VALORES

A Resgatar Sorrisos visa alcançar uma missão, tem uma visão e rege-se por valores, fundamentais para ter êxito na execução das atividades que pretende executar e apoiar.

2.1. Missão

A missão consiste em concretizar a atividade da Associação, no sentido de dar resposta à questão de saber para que existe ou serve e de estabelecer uma finalidade duradoura na sua atividade.
É missão da Resgatar Sorrisos, enquanto pessoa coletiva sem fins lucrativos, explicitamente referida nos respetivos Estatutos, a ajuda humanitária em países em vias de desenvolvimento, nas  áreas da educação, da formação e da assistência social e sanitária, podendo ser sintetizada na seguinte frase:
Ajudar as pessoas mais pobres, sobretudo, em países em vias de desenvolvimento”

2.2. Visão

A visão da Resgatar Sorrisos é o modo como ela se pretende projetar no futuro, partindo da missão, formulada em termos de previsão ou antecipação da evolução da envolvente interna e externa e da forma como pretende colocar-se face às mesmas.
Assim, a visão que pretendemos para a Resgatar Sorrisos resume-se na seguinte frase:
“Prossecução exclusiva de atividades de solidariedade social e humanitária”

2.3. Valores

Face à missão e visão, os valores pelos quais se deve reger a Resgatar Sorrisos, ou seja, quais as crenças enraizadas na associação que influenciam as atitudes, as ações, as escolhas que se devem fazer, assim como as decisões que se devem tomar.
Assim, enquanto pessoa coletiva sem fins lucrativos, a Resgatar Sorrisos deverá orientar-se, entre outros, pelos seguintes valores:


VALORES
 pelos quais se deve reger a associação
 RESGATAR SORRISOS
A Defesa dos Direitos Humanos
A Paz
A Solidariedade
A Tolerância
A Cooperação
A  Legalidade
A Transparência

 

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2017

3.1. Atividade realizada 

A Resgatar Sorrisos, ano de 2017, desenvolveu vasta atividade, consubstanciada, sobretudo, em diligências, deslocações e reuniões por parte dos elementos da direção[1], muitas das quais, por serem exploratórias e outras por não terem tido os efeitos desejados, não merecem registo.
Análise com mais detalhe de algumas das atividades desenvolvidas

3.1.1. Reconhecimento e registo como ONGD

Os procedimentos conducentes ao reconhecimento e registo da Resgatar Sorrisos como ONGD (Organização Não Governamental para o Desenvolvimento), junto do Instituto Camões, foram levados a cabo durante o mês de Fevereiro, tendo o respetivo pedido sido deferido em 17.03.2017.
Esta concessão, a partir desta data, e por um período de 2 anos, tem primordial importância para a  Resgatar Sorrisos, na medida em que o estatuto de pessoa coletiva de utilidade pública adquirido acarreta benefícios de fiscalidade.
Este estatuto foi de fundamental importância, na medida em que a maioria dos donativos em espécie (materiais de construção) obtidos pela Associação ficaram a dever-se ao facto de os doadores poderem usufruir dos benefícios fiscais que tal estatuto concede.

3.1.2. Pedido à AT para a consignação de impostos

Em 2/05/2017, a associação requereu à Administração Tributária, nos termos da alínea b) do art.º 1.º da Portaria n.º 298/2013, de 4 de Outubro, o benefício previsto no n.º 6 do artigo 32 da Lei 16/2001, de 22 de Junho, ou seja, a consignação fiscal de uma quota equivalente a 0,5% do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) respeitante à coleta do ano de 2017, bem como da consignação do benefício de 15% do IVA suportado“ em sede de IRS.

3.1.3. Angariação de associados e de fundos financeiros

A  sua atividade nesta área ficou circunscrita, sobretudo:
·         à solicitação por parte de alguns associados junto de particulares de bens em espécie, sobretudo de roupa usada, material hospitalar e outros bens;
·         ao envio, ao longo de todo o ano, de e-mails a um número elevado de empresas com vista à obtenção de donativos em espécie;
·         à deslocação pessoal de associados, sobretudo de elementos dos corpos sociais, a empresas solicitando o fornecimento de bens em espécie, que permitiu à Associação obter material para a construção e recheio da Escola (como, por exemplo, ferramentas, mosaicos, louças para casas de banho e cadeiras e mesas).

3.1.4. Parceria com o Dr. Luís Branquinho

O presidente da Resgatar Sorrisos escreveu um livro, intitulado "Guiné - Um Rio de Memórias", cuja temática recai sobre memórias suas relacionadas com a Guiné-Bissau.
Em 10 de abril, celebrou um contrato de parceria com a associação no qual, entre outras cláusulas, se obrigava a doar metade (50%) dos lucros que  viesse a auferir com essa publicação.
Fruto desta parceria, a associação obteve donativos no montante de 760 euros.

3.1.5.  Elaboração de projeto para escola na Guiné-Bissau

A Resgatar Sorrisos  pretende construir uma escola de ensino primário na Guiné-Bissau. Para tal, iniciou os trabalhos, através de  conversações junto de um arquiteto,que forneceu o desenho.

3.1.6.   Recolha de material para a realização das obras

Ao longo do ano, a Resgatar Sorrisos encetou muitíssimos contactos junto de empresas com a finalidade de obtenção de  materiais para construção da escola. Tendo “batido a muitas portas”, em muitas delas nada conseguiu, sendo que, no entanto, em algumas delas conseguiu material relevante (ferramentas, louça para casas de banho, mosaicos e azulejos, cadeiras, secretárias …) ou foi-lhe prometido, mas ainda não entregue (v.g., sanwiche para cobertura).

3.1.7.   Apoio humanitário nas áreas social e cultural

Este projeto abrange várias vertentes. Em 2017, por que a deslocação estava prevista apenas para março de 2018, as diligências direcionaram-se sobretudo para a obtenção de materiais de construção, sendo que os bens alimentares perecíveis (arroz e água) ficaram para serem solicitados próximo da ida.
Outrossim, continuaram a ser feitas diligências conducentes à recolha de bens de índole diversa (materiais escolares, roupas e brinquedos;  material para construção de um parque de crianças; e  material de apoio para hospital - batas, frascos de vidro para a realização de análises e cirúrgico), os quais se encontram arrumado em cerca de 40 caixas de papelão (a maioria de dimensão 54  x 29 cms).

3.1.8. Diligências para obtenção do terreno para a escola

A primeira tarefa relevante foi o desenvolvimento de diligências na Guiné-Bissau, tendo aí enviado em Abril, para as diligências iniciais e exploratórias, como emissário, o professor Amadeu Ceiça, presidente da Associação Santa Maria da Vitória (ONGD), que conhece bem o terreno (onde, entre muitas outras ações, construiu uma escola em Quinhamel), com o objetivo de tirar o maior proveito desta deslocação.
No âmbito da mesma, contactou as autoridades governamentais (entregando ofícios, dando conhecimento da nossa pretensão, ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, ao primeiro Ministro, aos Ministros da Educação e da Cooperação, e ao Embaixador de Portugal) e conseguiu junto da autoridade local um terreno com 10.000 m2 em Candamá / Bafatá.
Mais tarde, em Outubro, o mesmo emissáio foi novamente à Guiné-Bissau, onde, entre outras diligências efetuadas (nomeadamente, recolha de informação relevante e preparação da ida que se realizou no passado mês de março),  orientou os trabalhos de demarcação do perímetro da escola.

3.1.9. Construção da 1.ª fase da escola

Em de março de 2018, dez associados ou apoiantes da associação deslocar-se-ão à Guiné-Bissau (7 por terra, utilizando 2 jeeps e uma ambulância) e 3 por avião, a fim de iniciar e concluir a 1.ª fase    de construção da escola (paredes e lintel) para no próximo ano concluir a 2.ª fase (cobertura e interiores), conforme desenho abaixo (2 salas de aulas, 2 wc e 1 cozinha).
Para o efeito, sobretudo para compra de blocos, areia, cimento e ferro, a associação necessita de meios financeiros, razão pela qual solicita o apoio dessa entidade, sendo que a associação passará recibo com majoração de 30 % nos custos por se tratar de ONGD.
Caso contribua, deverá depositar / transferir o dinheiro para a conta com o seguinte IBAN: 
PT50 5180 0001 0000 0119 1437 2
Para contacto com a associação indico os seguintes endereços: luismanuelcrespo22@gmail.com; e joseferbapt@gmail.com e os telefones: 918 353 265 e 964 396 573.

                                                                                      Bem haja pela vossa ajuda.                                                                                                                                                                      O presidente da Direção                                                                                                      Luis Manuel da Mota Branquinho Crespo


[1]              Realizadas sempre a expensas de cada um, com exceção da ida de mandatário à Guiné-Bissau.