domingo, 26 de abril de 2020

P1225: PRIORIDADE AOS VELHOTES...


BEM FEITA!!!!!

Joaquim Mexia Alves
Obediente, não só pela idade mas também pela pressão da família, e pelo espírito militar que ainda vive nos meus neurónios, não tenho saído de casa nem um poucochinho.

Mas agora teve que ser, pois era absolutamente necessária uma ida ao supermercado.

Lá me fardei a propósito, ou seja, arranjei umas luvas e uma máscara e avancei sem temor para o meu destino.
Que diabo, uma bala da Kalash há-de ser mais rija do que a porcaria dum vírus chinês.
(Se ainda fosse um RPG7???)

Cheguei, estacionei e constatei que as luvas serviam na ponta das orelhas, (que as minhas mãos são do tipo pá), e que ter aquilo ou não era “igual ao litro”! Por isso lixo com elas!


Coloquei então a máscara (que raio de coisa incómoda), e pus-me na bicha, desculpem, fila, que hoje em dia tem que se ter muito cuidado com as palavras!!!

Estava eu ali meditando na minha capacidade de paciência, quando um garboso Agente da PSP perguntou: Está aqui alguém com mais de 70 anos???

Pensei logo em pirar-me não fosse alguma chamada para a bicha, perdão, fila da eutanásia!!!!

Mas não, pois no seguimento do meu temeroso sim, ou seja, que já vou nos 71, mandaram-me entrar, pois tinha prioridade!!!!

Afinal a idade sempre é um posto!!!!
E se morrer hoje também já não chateio amanhã!!!!!

Lá entrei e curiosamente consegui andar com o carrinho sem bater nos outros, e as pessoas cumprimentavam-se a algumas até sorriam, pareceu-me!!!! (Também podia ser a pensar: Este na próxima pandemia já não chateia ninguém!!! Maldade minha, claro!)

A meio do percurso das compras começou então o meu martírio, para além das dores nas costas. O raio da máscara não me deixava respirar bem (tenho problemas em respirar pelo nariz) e a coisa tornou-se de tal modo penosa que comecei a pensar se a máscara era para me salvar ou me matar mais depressa…

Tomei uma decisão à Ranger e pus a máscara a ¾, ou seja, era só para “inglês ver”!!!!

Fiz as minhas compras e reparei que desta vez não tinha ninguém na caixa incomodado com a minha vagareza, nem ninguém com aqueles esgares do tipo – o raio do velho bem podia ficar em casa – mas até a menina da caixa me ajudou diligentemente a colocar todas as compras.

Então aí é que foi bom de se ver eu a sair da loja com o meu ar triunfal ao qual só faltava um grito contido: Tenho mais de 70 anos! Tenho mais de 70 anos! Bem feita!!!!!

Obrigado meu Deus pelos meus 71 anos!
Joaquim Mexia Alves

quarta-feira, 22 de abril de 2020

P1224: RECORDAR AOS POUCOS


UMA INTERVENÇÃO QUE NÃO SE ESQUECE…

Helder Valério Sousa
Esta coisa da memória de cada um, tem que se lhe diga.

Vou relatar um episódio que se passou comigo, que agora recordei, e desde já peço desculpa, principalmente ao Alberto Branquinho, por ir falar de mim e do meu umbigo…. ou quase!

Durante anos praticamente esqueci a Guiné mas através do nosso Blogue, pelas leituras dos relatos, das histórias dos vários intervenientes, pelas conversas que entretanto se vai tendo com os novos amigos ou com os antigos reencontrados, lá se vai fazendo cada vez mais luz.

Por exemplo, tenho dito que passei cerca de 6 meses (não chegou bem) em Piche, junto da sede do BCAV 2922. Sei que cheguei lá no início de Dezembro de 1970, dia 4 ou 5, não me lembro bem, e regressei a Bissau no final de Maio de 1971, salvo erro a 25, pelo menos é neste momento a ideia que tenho. Pelo meio, aí pelo dia 15 de Abril de 1971 (desta data tenho a certeza) fui a Bissau onde passei lá alguns dias, voltando a Piche talvez uma semana depois.

É absolutamente certo que me lembro como foi a primeira viagem de ida. Fui num avião grande, cheio de gente, militares e nativos que tinham estado em Bissau num acontecimento promovido pelo General Spínola e que se chamou Congresso dos Povos ou coisa assim parecida, que levava também várias caixas com material e alimentos e voei até Nova Lamego. Aí fiquei um ou dois dias (não me lembro exactamente) e depois integrei a coluna para Piche.

Quando vim a Bissau, em 15 de Abril de 1971, para recolher o material com vista a reequipar o novo Posto de Transmissões de Piche, fiz a coluna de Piche a Nova Lamego, segui depois até Bafatá integrado num conjunto de viaturas que também para lá se dirigiam. Aí segui para Bambadinca num comboio de apenas 2 Unimogs.

Em Bambadinca estive com um Fur Mil de Transmissões do curso anterior ao meu, chamado Vítor Caniços, que me contou ter havido na véspera (14 de Abril de 1971) um forte ataque a Catió onde o meu amigo e colega de curso Nélson Batalha (de quem já falei), conterrâneo de Setúbal do Vítor, tinha ficado ferido, tendo sido alvo de evacuação para Bissau. Fui depois até ao Xime e aí embarquei na Bor até Bissau.

Não consigo recordar-me como fui até ao Xime. Se foi ainda no mesmo dia, se fiquei dum dia para o outro em Bambadinca, nem que transporte tomei. Do Xime recordo-me da rampa que me pareceu íngreme (coisa rara na Guiné) até ao cais. A viagem que fiz na Bor não foi muito distinta do que já li no Blogue. A emoção da descida rápida do Geba estreito, a carga absolutamente indescritível daquele ferry, com material e equipamentos militares, elementos da população, animais soltos e em gaiolas, tudo numa absoluta molhada, a atenção sempre ao máximo à espreita do que se podia passar nas margens, que se revelavam misteriosas e perigosas.

Mais à frente, quando o Geba se alarga a perder de vista, depois de receber o Corubal, com o barco bem afastado das margens, começa a levar com ondulação forte, de frente, que fazia refrescar toda aquela parafernália de pessoas e coisas que se amontoavam a descoberto. Aí a molhada ficou toda molhada!

Chegado a Bissau apresentei-me junto do meu comando das Transmissões, visitei o meu amigo ferido no Hospital (eu tinha jogado às moedas com ele para ver quem ia para Piche e quem ia para Catió), inteirei-me do que tinha que fazer quando regressasse ao mato, identifiquei o material e, passados uns dias lá fui de volta a Piche. Ainda hoje não me consigo lembrar o que fiz e como foi.

Quando em Piche a missão ficou cumprida lá regressei finalmente e Bissau, em princípio para ir (pensava eu, como me tinham prometido) para Teixeira Pinto ou Bolama, como recompensa por ter sido destacado para zona considerada problemática (aqui para nós, qual é que não era?), mas acabou por me ser imposto o Centro de Escuta. Mas isso é outra história.

O que importa é que essa viagem final, aquela que me levou de vez de Piche a Bissau, também está obliterada. Não me consigo lembrar o que fiz. Tenho uma vaga ideia de ter ido de coluna até Nova Lamego mas depois suspeito que tomei um avião.
Portanto, como disse, isto da memória vem aos poucos, à medida que se vai lendo e relacionando as coisas. Sendo assim, ao ler um post com o relato de passagens do livro “Diário de Guerra” de Cristóvão de Aguiar (org. José Martins), lá aparece o registo que no dia 10 de Maio de 1965 o autor desse livro esteve no HM 241.

Reza assim o tal registo:

“Hospital Militar de Bissau, para uma pequena intervenção cirúrgica. Circuncisão, isto é, um corte no freio, que tinha dificuldade em arregaçar.
Se tivesse nascido judeu, ter-me-ia poupado ao incómodo nesta idade de quase um quarto de século.”

Esta anotação fez-me recordar que uma situação semelhante se passou comigo e que afinal, não havendo naquele tempo Serviço Nacional de Saúde nem tendo a esmagadora maioria dos pais dinheiro para gastar com médicos, onde só se ia (os que iam) quando alguma doença mais visível aparecia, muitos jovens daquela época tinham problemas parecidos e cuja resolução só seria ultrapassada pelo tempo.

À data, antes da entrada no serviço militar, havia em Vila Franca de Xira, onde vivia, um médico, carinhosamente conhecido como médico dos pobres, o Dr. Rodrigues Pereira, pai de um homem muitas vezes citado no nosso Blogue, principalmente através dos escritos do Beja Santos e da Cristina Allen, o Dr. David Payne, que ajudava em muita coisa mas não era possível atender a tudo e a todos.

Por isso, quando estava em Piche, alguns camaradas relataram os seus problemas e como eles tinham sido resolvidos graças à intervenção dos médicos do Batalhão que se disponibilizavam para o efeito.

Comecei também a ganhar coragem para me submeter à necessária intervenção cirúrgica e fiquei esperando pela oportunidade. O BCAV 2922 tinha no seu quadro três Alferes Médicos, Hermano Gouveia, Fausto Gomes e Roando Álvares, e havia um, pelo menos, sempre em permanência na sede do Batalhão. Comecei a tentar convencer o Dr. Hermano mas acho que foi com o Dr. Fausto que fui à faca.

Quando finalmente ficou acordado o dia, o que acham que aconteceu? Uma coisa simples, como a relatada no livro do Cristóvão? “”, nada disso!

O médico resolveu transformar aquela pequena intervenção cirúrgica numa aula pública e de ensino colectivo.

Quando me encontrava deitado de costas em cima da marquesa, em situação, digamos assim, indefesa, calças em baixo, com o médico e o Furriel Enfermeiro Santana (já nos conhecíamos de Santarém) a começar os preparativos para desinfecção e outros procedimentos, a sala de operações foi literalmente invadida por todo o pessoal afecto ao serviço de saúde e também por mais meia dúzia de outros amigos que se divertiram desinfectando tudo o que podiam. Aquilo é que foi uma alegria! Tintura de iodo e outros desinfectantes pintando desenhos vários no peito, barriga, umbigo (cá está o umbigo), pernas, enfim….

Nessa altura o Dr. disse que tinha boas e más notícias para mim. É que não tinha agulhas finas para dar a injecção com o anestésico no local a cortar, o que queria dizer que iria doer mais mas, por outro lado, sendo a agulha mais grossa também corria menos riscos de se partir… Além disso, para compensar, iria providenciar uma espécie de anestesia apropriada à circunstância, que me faria não sentir a dor da própria injecção, coisa que na altura não percebi o que podia significar.

Então, no meio daquela feira, daquela alegre confusão (alegre para eles, que eu transpirava como se pode calcular e estava muito apreensivo) o nosso Dr. faz um sinal com a cabeça ao Furriel Santana que se encontrava ao meu lado direito e que me afinfa uma valente cotovelada na zona do fígado, abaixo das flutuantes, que me tirou literalmente o ar, provocou uma dor e uma contracção muscular por toda essa zona que me fizeram ficar imóvel e, enquanto isso, o maquiavélico Dr. aplicava a tal injecção com a agulha grossa.

Feito isso, que eu nem senti, passou a fazer o que tinha de ser feito, cortando e cozendo e tudo correu depois como previsto.

Medicado e entrapado lá recebi a recomendação de agora, durante uns dias, nada de esforços…”. Isso é que era bom… nessa mesma noite, o IN, como que para entrar também na festa, lá resolveu fazer uma flagelação, com alguma intensidade, e vá de ir para a vala de protecção, tentando rastejar o menos possível. Resultado, um ponto rebentado e novos cuidados

E pronto, este relato já está!
Um abraço para toda a Tabanca!
Hélder Valério Sousa

Por motivos óbvios não apresentamos fotos da intervenção a que foi sujeito o nosso camarigo Helder....

quarta-feira, 15 de abril de 2020

P1223: ESTÓRIAS DO JUVENAL AMADO


O FALÉ E O “BURRO DO MATO”

Juvenal Amado
A explosão ouviu-se no quartel. Uma pequena coluna havia saído de Galomaro havia pouco mais de meia hora, na direcção de Cansamba.

Cansamba era um pequeno destacamento que albergava um pelotão do Saltinho e que servia de posto avançado entre Dulombi, Cancolim e Galomaro. Distava nove quilómetros da Sede do Batalhão.

Os soldados destes postos de guarda avançada viviam em condições muito precárias. Não tinham luz eléctrica, os abrigos eram toscos de terra batida, pouco arejados e nada cómodos.

Em matéria de capacidade de defesa também era muito fraca. Para além de um morteiro 60 mm, tinham uns dilagramas (*), granadas de mão, uma bazuca que dificilmente funcionava, uma metralhadora pesada HK (**) e por último as G3.

Era um armamento de defesa que, como é bom de ver, dificilmente resistiria a um ataque, mesmo de média escala. Como não tinham luz eléctrica, penduravam-se garrafas de cerveja duas a duas, para que se alguém tocasse no arame farpado, elas tilintavam, denunciando assim os intrusos.

A primeira vez que flagelaram Cansamba, estávamos há poucos dias em Galomaro. Nessa noite eu estava num posto avançado do lado da bolanha. O fogachal começou cerca das 19 horas. Nessa altura ainda estavam os velhinhos connosco e aquilo foi mais uma operação de boas vindas do que um ataque.

Os guerrilheiros também tinham a consciência de que era fácil para eles entrarem na zona, mas depois para saírem todos os destacamentos do perímetro lhes tentariam cortar a retirada. Em todo o caso aqueles 9km eram uma distância bastante significativa para que nós fôssemos em seu auxílio com rapidez, caso se tratasse de um grande ataque.

Por vezes o PAIGC usava como estratégia fazer ataques ao mesmo tempo que emboscava e punha minas às colunas de ajuda. Era pois uma operação muito perigosa e de progressão muito lenta no terreno.

A CCS fazia os reabastecimentos de géneros todas as semanas. À frente seguia uma Berliet carregada de sacos de areia. Não me recordo de quem a conduzia, mas logo de seguida vinha o Falé no seu burro do mato.

O pelotão de sapadores fazia a picagem, tomando por referência as marcas dos rodados das viaturas que ainda eram visíveis desde o último abastecimento. Os rodados das Berliet que lá passavam regularmente marcavam o terreno que os sapadores picavam à frente dos pés.

O Falé conduzia o seu Unimog com o acelerador de mão, sentado nas costas do banco e os pés no assento onde normalmente se sentava.

O Unimog do Falé
De repente o Unimog pisa uma mina, vai pelos ares e fica literalmente em cima de uma árvore. O nosso camarada é encontrado dentro do mato, a alguns metros de distância, inanimado. Tem a farda camuflada em farrapos, está todo preto, sujo e com algumas escoriações. Felizmente está vivo e é levado para Galomaro, onde lhe são prestados os primeiros socorros.

Foi pedida a evacuação. O heli leva o nosso camarada para o Hospital Militar de Bissau, de seguida, após algumas semanas, já livre de perigo, é enviado para a Metrópole, onde acaba a sua comissão.

A explicação para que a mina não tenha rebentado no rodado da Berliet é que o rodado desta é mais largo que o do pequeno Unimog. Tinha sido posta para apanhar um carro mais pequeno e assim foi plantada por dentro dos rodados bem marcados que já lá estavam.

Podia ter sido mais uma tragédia irreparável, mas felizmente não era a hora do nosso camarada Falé, que voltei a abraçar no nosso convívio em Beja, passados 23 ou 24 anos. Vivo e de boa saúde.
Juvenal Amado
Notas do autor do texto:

(*) Dilagrama. É uma granada de mão defensiva que mercê de um dispositivo é disparada pela G3. A munição é especial e a sua troca inadvertidamente por outra, provocou acidentes gravíssimos.

(**) HK. É uma metralhadora pesada calibre 7,62 mm. Parecida com a G3, é muito maior, pode-se troca os canos e usam-se as munições em fita ou carregadores vulgares. Estas armas equipavam também as Chaimites. A qualidade das nossas fitas de munições deixavam muito a desejar, uma vez que encravavam constantemente. Quando passavam pára-quedistas nas nossas unidades, já de regresso das suas operações, nós pedíamos-lhes as fitas deles. As ditas eram formadas por elos que se desmanchavam à medida que a arma fazia fogo. As que eram fornecidas às unidades de tropas regulares eram em lona ou em metal nas quais não nos podíamos fiar.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

P1222: PROPOSTAS DA LIGA DOS COMBATENTES


Assunto que os nossos camaradas terão interesse em acompanhar.
Retirado da Revista dos Combatentes, com a devida vénia.
HÁ RECONHECIMENTO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA.
IMPORTA AVANÇAR NA SOLIDARIEDADE

Houve reconhecimento na Assembleia da República por parte de todos os partidos (Sessão de 14FEV2020) dos sacrifícios e altos serviços prestados a Portugal pelos Combatentes, com consequências dramáticas para muitos, durante a guerra do ultramar (1961-1975). Falta materializar as intenções reveladas por todos os partidos, com medidas concretas de apoio económico, social e à saúde. A Liga dos Combatentes fez propostas concretas.
Os partidos apresentaram propostas de estatuto com medidas concretas. À Comissão de Defesa Nacional compete harmonizá-las e ir o mais longe possível nas medidas de solidariedade a incluir no Estatuto.
Temos razões para acreditar na revisão efetiva da Lei 3/2009 que substituiu a razoável Lei 9/2002. Passemos do reconhecimento à solidariedade efetiva. A proposta do governo necessita de aprofundamento.
… / …
A. A proposta de Estatuto dos Combatentes aprovada pelo governo sob proposta do MDN e enviada à Assembleia da República acolhe algumas sugestões da Liga dos Combatentes, designadamente o Dia do Combatente (09 de abril), a atualização do complemento de especial de pensão (de 3,5% para 7% da pensão social), o acesso gratuito a Museus e Monumentos nacionais e a gratuitidade do passe intermodal de transportes coletivos de passageiros.
O documento do governo, porém, não considera outras propostas da Liga dos Combatentes tidas como fundamentais, nomeadamente no aprofundamento do Apoio à Saúde e Apoio Social aos Combatentes.
B. A Liga dos Combatentes enviou já ao MDN e partidos da AR, onde irá ser discutido no próximo ano, o Estatuto, as suas propostas não consideradas e que são em síntese:
No que diz respeito a outros benefícios do Cartão do Combatente, para além das duas já consideradas, importa garantir benefícios no apoio à saúde:
1. O Cartão do Cidadão deve conferir ao titular a qualificação de “Titular de Reconhecimento da Nação”;
2. Isenção de pagamento de taxa moderadora nas instalações do SNS;
3. Apoio médico e medicamentoso em doenças raras e crónicas;
4. Apoio médico e medicamentoso sujeito a condição de recursos, após os 75 anos de idade;
5. Proteção jurídica nas modalidades de consulta jurídica e apoio judiciário gratuito em assuntos relacionados com a sua prestação de serviço às Forças Armadas;
6. Acesso, após os 75 anos de idade, aos hospitais das Forças Armadas, nas mesmas condições dos militares das FA’s;
7. Inscrição facultativa no Instituto de Ação Social das FA’s (IASFA)/Assistência na Doença aos Militares (ADM), após os 75 anos de idade, mediante o pagamento da respetiva quota.
Nota: A idade dos 75 anos é discutível e admite-se poder ser considerada a partir dos 65 anos.
C. No que se refere ao apoio social, para além do reforçado complemento de pensão, já considerado pelo governo, é fundamental garantir a revisão do suplemento especial de pensão e do acréscimo vitalício de pensão, tendo a Liga dos Combatentes proposto que:
1. O montante anual de suplemento especial de pensão atribuído de acordo com os seguintes critérios:
a. 50% do salário mínimo nacional na função pública aos Combatentes que detenham uma bonificação de tempo de serviço de 11 meses;
b. 75% para tempo de serviço entre 12 e 23 meses;
c. 100% para tempo de serviço igual ou superior a 24 meses.
2. As atualizações referidas sejam anuais, progressivas e a atingir em três anos, constituindo uma Programação de Solidariedade Vitalícia.
3. O complemento especial de pensão e o suplemento especial de pensão seriam extensíveis às viúvas de Combatentes;
4. Igualmente foi proposto pela Liga dos Combatentes, que os beneficiários da SS e CGA, cujas pensões forem inferiores ao salário mínimo terem as suas pensões recalculadas, por forma a atingir o valor daquele salário, por fases:
a. No primeiro ano 75% do valor do salário mínimo nacional;
b. Nos anos seguintes e por cada ano de vigência da lei, incremento de 5 pontos percentuais na percentagem de cálculo do ano precedente, até atingir o valor do salário mínimo nacional
D. A Liga dos Combatentes considera igualmente:
1. Ser exagerada e discutível a criação dos Órgãos de Nível do MDN, incluídos no Estatuto do Combatente.
2. Que o Estatuto do Combatente deveria ter o título de “Lei do Reconhecimento e da Solidariedade” e como subtítulo “Estatuto do Combatente”:
3. Que deveria ser o Estatuto do Combatente e não Estatuto dos Antigos Combatentes, já que o seu universo é definido na lei; a mesma considera os atuais Combatentes das Operações de Paz e Humanitárias; a Liga dos Combatentes não é só dos antigos combatentes, e o estado de espírito dos combatentes é o que “Uma vez Combatentes, Combatentes Sempre”.
4. Que no sistema de saúde da Liga dos Combatentes (Centro de Estudos e Apoio Psicológico e Social – CEAMPS) e os seus 11 CAMPS deveria ser dado o mesmo tratamento que é dado na proposta do governo ao PADM.
E. Congratulamo-nos por ver a proposta de Estatuto do Combatente com novos passos positivos, que nos dão esperança que, quer a SERHAC/MDN/Governo, quer a Assembleia da República (após a sessão do plenário da AR a que assistimos, com a audição positiva de todos os partidos) poderão na discussão na especialidade atender a estas e outras propostas válidas que surgirão certamente, por forma a que haja uma real reconciliação entre os Combatentes e o Estado.
Será certo que, qualquer verba que seja gasta em apoio dos Combatentes abrangidos pelo Estatuto, diminuirá todos os dias e tenderá para o zero nos próximos vinte anos.
F. A Liga dos Combatentes apela a todos os Combatentes para que apoiem as suas propostas e nos unamos na sua defesa.
O Presidente da Liga dos Combatentes
Joaquim Chito Rodrigues,
Tenente-general


domingo, 5 de abril de 2020

P1221: COM TANTA SAÍDA COMO O PAPEL...


BOLO HIGIÉNICO…


José Belo
Do nosso camarigo José Belo, isolado lá no extremo norte da Suécia, recebemos umas fotos bem representativas de um certo humor nórdico.
        
           Refere-nos ele:
Tal como sucedeu por Portugal, tanto na Suécia como nos Estados Unidos da América (onde estive há pouco tempo) a população - preocupada com o vírus e possível ruptura de stock nos mercados - preocupou-se em comprar centenas de rolos de papel higiénico por pessoa (!).

Foram dias estranhos em que nada faltava nos supermercados, exceptuando… o papel higiénico…

E, passados dias, inesperadamente tudo aqui voltou ao normal.

Este curioso pânico foi aproveitado pelos pasteleiros suecos para criarem um bolo apropriado em forma de rolo de papel higiénico.

Além de engraçado pela oportunidade da ideia, o seu recheio de chocolate e natas é bem saboroso… e tem-se vendido (como o papel higiénico) até se esgotar!


Um abraço do
José Belo