terça-feira, 26 de junho de 2018

P1036: REVISTA "KARAS" DE JUNHO

Como habitualmente os editores do blogue chegam cedo e aproveitam para definir estratégias para os próximos tempos. O Miguel Pessoa e o Joaquim Mexia Alves vão pondo a conversa em dia, observados pela Giselda, Agostinho Gaspar e família, Manuel da Ponte e José Luís Rodrigues.
Um friso de algumas das senhoras que habitualmente marcam presença nos nossos convívios - Mª Helena Frade, GIselda Pessoa, Isabel Gaspar, Hortense Mateus, Amélia Gonçalves e Emília Ferreira. O Miguel Gaspar está lá no meio para compor o ramalhete...
O José Salgueiro iniciou a sua participação nos nossos encontros por mero acaso, tendo estado presente no convívio anterior. Pelos vistos gostou e repetiu a presença, agora com o reforço do Carlos Cordeiro, que trouxe a reboque. Vemos os dois na conversa com o Manuel "Kambuta" Lopes e com o António Sousa, que o "apadrinhou"no convívio anterior.
O Joaquim Espírito Santo Oliveira, Abílio Vieira Marques e Joaquim Caneira não serão dos mais assíduos, mas têm aparecido com regularidade. Em fundo, o Manuel da Ponte, Agostinho Gaspar (totalista com 69 presenças!) e o Carlos Santos.
Embora se vejam com regularidade os amigos Manuel Lopes e Almiro Gonçalves aproveitam sempre para pôr a conversa em dia. De pé, o Manuel Mendes e o José Salgueiro.
O número mais reduzido de inscritos permitiu uma pose mais descontraída da foto de grupo, no acesso ao salão. E é provável que nem estejam aqui todos os participantes...
O José Salgueiro integrou-se na mesa dos casais Lopes e Ferreira, com o Miguel Pessoa a rondar, para confirmar que o "Kambuta"se estava a portar bem...
Presenças bem conhecidas: O Carlos Manata, Joaquim Caneira, José Luís Rodrigues e Manuel da Ponte.
Quando aparece, o Constantino Antunes costuma trazer consigo o Carlos Aberto Santos. Já o Benjamim Mira Dinis, que costuma acompanhar o Manuel Frazão Vieira, na ausência deste procurou outros companheiros de jornada. Aqui com o estreante Carlos Cordeiro, trazido pelo José Salgueiro.
Dois casais habituais nos nossos encontros - António e Helena Frade e Almiro e Amélia Gonçalves.
O Rui Marques Gouveia contou desta vez com a presença da habitual acompanhante, Teresa Vindeirinho. E o Joaquim Espírito Santos Oliveira confraterniza com o Frederico Biel, inscrito pelo Carlos Santos.
O José Luís Rodrigues e O Manuel da Ponte representam os extremos nas inscrições para os nossos encontros - são um dos primeiros e um dos últimos a inscrever-se...
E o Luís Branquinho Crespo partilha a mesa com o Agostinho Gaspar e família.
O Diamantino Ferreira e o José Salgueiro. E algo interessante deve estar a ser dito pelo Vitor Caseiro, dada a expressão da Giselda...
O que terá sucedido para se ver esta expressão sorridente do casal Pessoa? Já o António Sousa e o Manuel Mendes dedicam toda a sua atenção ao petisco...
O Agostinho Gaspar. Luís Branquinho Crespo, Abílio Vieira Marques e Carlos Manata. E, claro, o Manuel Kambuta Lopes mais a "namorada" Hortense.
Na mesa do Régulo da Tabanca, o dito cujo mais o Carlos Santos e o JERO. JERO que inclusive serve de suporte à arte fotográfica do "Kambuta".


quinta-feira, 21 de junho de 2018

P1034: NÃO ESTÃO ESQUECIDOS...


MORTOS POR FUZILAMENTO NA GUINÉ

JERO
O PAICG prometeu tratá-los com humanidade. Portugal acreditou, pagou-lhes seis meses de ordenado e pediu-lhes que entregassem as armas. Ainda que renitentes, os 27 mil militares guineenses do Exército português aceitaram. Mal as autoridades portuguesas abandonaram o país, logo o novo poder executou os primeiros.

Mortes reconhecidas na sinceridade das certidões de óbito: “Faleceu por fuzilamento”, diziam. As autoridades guineenses pós-Luís Cabral falam em 500 mortos. O jornal “Nô Pintcha” chegou a publicar uma lista de nomes. Mas os sobreviventes calculam que pelo menos um milhar terá comparecido diante do pelotão de fuzilamento - alguns em aeroportos e campos de futebol, diante das populações.

Apetece-me começar por dizer que este triste e trágico tema, que em termos pessoais desde sempre incluímos na chamada “descolonização exemplar”, foi há muito esquecido…

Como um amigo e ex-militar do “quadro” me disse quando lhe referi “os falecidos por fuzilamento” há coisas que… não interessa lembrar. E é melhor esquecer !

No que me diz respeito - e por diversas razões – não consigo “apagar” das minhas memórias da guerra do Ultramar a história dos fuzilamentos da Guiné. E já lá vão mais de 50 anos…mas ainda restam testemunhos credíveis.

Socorrendo-me de textos de Eduardo Dâmaso e Adelino Gomes recordamos que “… ainda a comissão executiva do PAIGC não tinha ocupado as cadeiras do poder, em Bissau, no Outono de 1974, e já alguns dos mais destacados militares africanos do contingente português na Guiné começavam a ser fuzilados.

 O destino dos cerca de 27 mil guineenses que faziam parte do contingente português na província, à data de 25 de Abril de 1974, começou por ser objecto de discussão no primeiro encontro entre as delegações de Portugal e do PAIGC, em Maio e Junho desse mesmo ano, mas não consta nem do texto principal nem dos anexos do chamado acordo de Argel, através do qual a antiga potência colonial reconheceu o Estado da Guiné-Bissau.

Todavia, foi num desses encontros das delegações de Portugal, integrada por Mário Soares, Almeida Santos, Jorge Campinos e o general Almeida Bruno, com a do PAIGC, representado por Pedro Pires e José Araújo, que a questão foi abordada.”

O General Almeida Bruno por diversas vezes recordou publicamente que levava indicações claras de Spínola: “Ninguém tocava nos africanos, não só nos oficiais e sargentos do Batalhão de Comandos, como nos comandantes das milícias, que tinham cerca de 20 mil homens com insígnias e uniformes próprios”. Intenções rapidamente desmentidas pelo vertiginoso curso dos acontecimentos.

Para o General Almeida Bruno, resulta claro que o PAIGC aceitou a integração daqueles militares. Ou na vida militar ou na vida civil. “Mas o que aconteceu não foi isso e o PAIGC fuzilou barbaramente a maioria dos meus oficiais africanos do batalhão de Comandos”.

O General Almeida Bruno conseguiu fazer sair do país Marcelino da Mata, o mais lendário de todos os combatentes africanos.

As companhias africanas e os soldados milícias constituíam uma potencial terceira força que alguma falta de tacto poderia fazer emergir de um momento para o outro.

A questão preocupou, como é de calcular, os representantes locais do MFA, nas semanas que se seguiram ao golpe de Estado.

Logo após o 25 de Abril, os militares guineenses que combateram o PAIGC começaram a dar sinais de inquietação.

Necessitados de garantir um processo sem sobressaltos os representantes locais do novo poder em Lisboa procuraram obter do  PAIGC o compromisso de que nenhuma represália seria exercida sobre guineenses que haviam integrado as forças portuguesas.

Tarefa tanto mais complexa quanto muitos dos militares mais graduados pareciam não ter entendido ainda o sentido dos ventos da História. “Nós, os futuros coronéis, queremos que o nosso general Spínola venha cá fazer-nos a entrega da Guiné”, disse por estas palavras, ou outras de significado semelhante, um oficial nativo ao comandante de uma das unidades operacionais.

Os dados disponíveis para reconstituir objectivamente como tudo começou e se desenvolveu são ainda pouco seguros. Há quem se recuse a falar e os que o fazem confundem muitas vezes as datas e parecem afectados por um grande ódio ao PAIGC.

Sabe-se que muitos dos soldados e oficiais, ao apresentarem-se em Janeiro nos quartéis das FARP, foram mandados para a embaixada de Portugal em Bissau, onde, minutos depois, blindados os dispersaram.

O então chefe do Estado-Maior do Exército do PAIGC, Umarú Djaló apareceu junto à embaixada portuguesa num dos blindados e gritou-lhes: “Deviam ter vergonha por estar ali a pedir alguma coisa, deviam de ter vergonha de ter sido comandos!”

Os que não abandonaram o país cruzando a fronteira para o Senegal, viram-se pouco depois e uma vez mais confrontados com o PAIGC, que logo após o golpe de 11 de Março, em Lisboa, lançou uma gigantesca operação de limpeza entre os ex-soldados comandos e milícias.

“Acusaram-nos de querermos fazer um golpe. Sem armas? Os soldados portugueses controlaram a entrega das armas. Mas, ainda que houvesse desconfianças, onde estavam as provas? E mata-se sem julgamento?” - perguntava-se muito anos depois.

Mansoa, Bissorã (antiga Teixeira Pinto), Bula e Cachungo foram localidades onde ocorreram muitas das execuções.

Em termos públicos “os assassinatos acabaram com o golpe de 14 de Novembro de 1980”, liderado pelo presidente e antigo guerrilheiro Nino Vieira. “Mas, secretamente, continuaram”, acusam muitos, calculando em mais de mil os assassinados”. Se continuaram depois do golpe de Nino Vieira, não se sabe, mas, que persistiram até muito próximo dele, isso é certo.

Malan Sissé
E terminamos com uma nota pessoal sobre o Guia Malan Sissé (foto do ex-Alferes Belmiro Tavares) em 1965.

"Depois da 'Revolução de Abril' e da Independência da Guiné, Malan Sissé, também conhecido em Binta por Malan Griffon Sissé, foi morto (sem qualquer sombra de julgamento) no Senegal onde se refugiara, tentando fugir ao destino que lhe traçaram.

Mais recentemente tem participado nos nossos convívios João Turé um dos sobrinhos do malogrado Malan, o nosso grande e saudoso guia, que a Companhia de Caçadores 675 guarda na memória como um dos nossos mortos em combate.

Aqui fica mais uma distante memória da chamada “descolonização exemplar”.
JERO    


terça-feira, 12 de junho de 2018

P1031: EM ALCANENA, NO PRÓXIMO DIA 23 DE JUNHO

Diz-nos o nosso camarigo António Lúcio Vieira:

"A minha editora parece apostada em matar-me precocemente (talvez com a ideia que, depois de morto, o livro se venda melhor)...
Estou, obviamente a gracejar. Desta vez (e depois do orgulho que foi ter feito a apresentação na histórica Casa-Memória de Camões, em Constância e da importância que revestiu a apresentação na Feira do Livro, em Lisboa) é com um prazer redobrado que irei apresentar o livro a Alcanena, onde há milénios nasci. Será o primeiro dos meus livros a ser apresentado na minha "casa-berço".

Aqui vão, anexos, o Cartaz e o Convite. Pode ser que alguém da rapaziada se lembre de aparecer.


Um abraço do 
Lúcio Vieira"

Para quem tiver disponibilidade de por ali passar...
A Tabanca do Centro