quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

P1089: ESTOU ESCLARECIDO...


SEGUNDA-FEIRA DIA DE DIETA


Fui ao meu médico e o Dr. Valério disse-me no final da consulta que me faltavam 15 centímetros de altura para ter o peso ideal…
Tinha que fazer dieta. 

A semana passada já tinha pensado que devia deixar de comer chouriços. E presunto. E fiambre. E mortadela!!!

Depois tinha pensado em deixar de comer queijo. “Afecta a mesma molécula das drogas duras”, dizia um estudo. Vou acabar o queijo cá em casa.

Mas parece que havia um outro estudo que dizia que faz mal beber vinho branco. Faz mal não sei a quê.

Pensei em passar a beber só tinto pois um amigo disse-me que tinha lido um estudo que o vinho tinto era ideal para uma série de coisas. Mas outro amigo disse-me que tinha voltado a beber vinho branco porque entretanto saíra um outro estudo a dizer que afinal o branco até tem propriedades que fazem bem e o tinto é que não.

Devia cortar nas azeitonas porque um outro estudo dizia que têm demasiada gordura, são muito insaturadas, ou lá o que é.

Por outro lado li numa revista que os portugueses comem peixe a mais e são, por isso, prejudiciais ao ambiente. Como eu não quero ser acusado de inimigo do ambiente, vou cortar no peixe também. Especialmente no atum que está cheio de chumbo e o bacalhau também, por causa doutro estudo que saiu sobre a quantidade de sal que não era recomendável.

Mas - azares dos azares - li que tinha sido feito outro estudo a dizer que afinal o vinho em geral faz mal. Fiquei devastado.

Depois foram as couves roxas. Vi entretanto na televisão um especialista dizer que não devíamos comer nada cuja cor seja roxa; “é sinal que não é para comer”, dizia ele.

Mudei de canal e recomendavam que não se devia comer arroz também porque engorda, e quanto mais esfregado pior.

Referiam depois no mesmo programa que a soja dá hormonas femininas aos homens e prejudica as funções todas. Não, soja nem pensar!

Fui cortar o cabelo e antes de chegar a minha vez peguei numa revista antiga e a primeira coisa que li foi que não se devia comer carne vermelha. Ataca o coração, dizia o artigo.

E galinha nem sonhar, porque umas estão cheias de gripe e as outras encharcadas de antibióticos. Além de que carne de galinha a mais, como dizia o artigo da revista do barbeiro, impacta com o desenvolvimento dental, o que até parecia óbvio, pois as galinhas não desenvolvem dentes. Haveria que cortar a galinha da minha alimentação.

Chegou a minha vez e o barbeiro começou-me a cortar o cabelo. E – vá-se lá saber porquê – a conversa levou-nos a falar de dietas.

"Porco? Só a brincar!", disse-me o meu amigo barbeiro. "E salsichas nem pensar. Porque o excesso de carne de porco pode provocar uma diminuição de massa cinzenta e o aumento dos ciclos atópicos do mastoideu singular!"

"Ninguém quer passar por isso! Você quer?"

Respondi ao barbeiro que não.

"Não quero morrer assim de qualquer maneira. Esqueça-se a carne de porco, pelo amor da santa!"

E ovos! Claro que também não. Primeiro porque não somos ovíparos e depois por causa do colesterol! Enfim, é a vida: ovos nem vê-los!

Juntou-se à conversa um cliente que também cortava o cabelo na outra cadeira da barbearia.

Falou-se da manteiga: é só gordura! Pois, a manteiga, dizia o meu companheiro do lado, é só gordura animal e animais não devem comer a gordura uns dos outros.

Pareceu-me um bom argumento e decidi que também ia acabar com a manteiga.

E saladas? Sem muito azeite, claro, sem sal, naturalmente, e vinagre só do orgânico, porque, um novo estudo aconselhava a ingestão moderada de saladas e hortaliças. 

Acabou-se o corte de cabelo. Paguei, agradeci os comentários amigos e voltei para casa.

Enchi um copo de água, filtrada, naturalmente, de garrafa de vidro e sorvi um golo ávido. Espero que não me faça mal.
Numa próxima 2ª. feira vou começar a dieta.

JERO

domingo, 23 de dezembro de 2018

P1088: COM VOTOS DE FESTAS FELIZES


MENSAGEM DE NATAL

Penso que já todos nós, que já passámos os 60 e estamos mais perto até dos 70, ou mais, tivemos aquela velha conversa de que o tempo agora passa muito depressa, ou seja, parece que é sempre Natal.
E até seria bom que fosse sempre Natal!

Porque a verdade é que no Natal parece que estamos mais dispostos a abraços, a sorrisos, a pensarmos nos outros, e, se isso fosse uma constante no dia-a-dia de cada ano, o mundo seria bem melhor.

Queremos aproveitar esta mensagem para nos levar a pensar, a colocar no coração, (uns rezarão, outros farão como muito bem entenderem), os nossos camaradas de armas que por força das mais variadas circunstâncias, (das quais a guerra foi origem), estão sós, não têm nada de seu, ou até mesmo vivem na rua, abandonados por todos e até pela própria vida.
Podemos tomar este compromisso de no próximo ano, mais uma vez, não nos calarmos e lutarmos por eles e pela dignidade que merecem, mas que sobretudo o Estado, não lhes dá.

Vivemos num mundo em que o individualismo é cada vez mais presente, ou seja, quero saber de mim e os outros que se “lixem”.
Nós, combatentes, não somos assim, porque a guerra nos ensinou a confiar nos outros e muitas vezes deles depender.
Demos então esse testemunho aos vindouros, de que, sem os outros estarem bem também nós não nos deveremos considerar bem.

Esta não é uma mensagem de Natal pessimista ou derrotista!
Antes pelo contrário, é uma mensagem de Natal que queremos confiante e cheia de esperança, porque o homem quando quer, sabe dar-se aos outros, para que os outros saibam que não estão sós.

De resto, meus camarigos, queremos desejar-vos e às vossas famílias, um Feliz Natal e um Novo Ano cheio de tudo aquilo que mais desejarem, sobretudo de tudo aquilo que mais verdadeiramente precisarem.

Monte Real, 24 de Dezembro de 2018
Joaquim Mexia Alves

sábado, 22 de dezembro de 2018

NATAL DE 2018

O Manel "Kambuta" Lopes e a sua "namorada" Hortense, como é habitual na época natalícia, 
enviaram-nos uma mensagem "desejando a todos os camarigos Tabanquenses, 
um feliz Natal e um ano 2019 recheado de boas surpresas".


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

P1087: JUNTO DA FAMÍLIA


UM CONTO DE NATAL

Sentado sozinho na sua sala, ao fim da tarde, pensava na sua família, pais, irmãos, sobrinhos, que na casa de um deles estavam reunidos para passar a noite de Natal.
Ele tinha-lhes dito com firme convicção que não celebrava coisas em que não acreditava, tais como o Natal, pois sempre tinha conduzido a sua vida pela ciência, pela lógica, e, obviamente, um filho nascer de uma mãe virgem por “obra e graça do Espírito Santo”, (esta frase fazia-o sempre rir com desdém), era coisa absolutamente impossível. 

Reconhecia que se sentia triste, só, quase como abandonado, mas em nome da sua coerência radical tinha que ser assim, para que eles percebessem o erro em que viviam.
Festa da família, sim senhor, mas não com aquela coisa do presépio e aquela crença absurda!

À medida que o dia se aproximava do fim, ele ia sentindo o barulho da rua aquietar-se, percebendo que a maioria das pessoas estava em suas casas, reunidas para os seus jantares de Natal e quase podia ouvir os risos e a excitação dos mais pequenos nas casas ao lado da sua.

Por um breve momento no seu coração desejou acreditar em toda aquela história do Natal, mas abanou a cabeça firmemente num não convicto vindo dos seus pensamentos mais racionais.

Recostou-se no sofá e lentamente adormeceu.

De repente viu-se numa espécie de deserto e ao longe, junto a umas rochas, uma gruta de onde saía uma luz estranhamente bela e suave.
Sentia-se um espectador de um filme real, pois por si iam passando pastores e rebanhos, várias pessoas, nitidamente trabalhadores humildes, (ia jurar até que tinha visto três sujeitos vestidos ricamente montados em camelos), e todos se dirigiam para aquela gruta, cantando uma melodia suave e alegre, com um sorriso nos lábios.
Aproximou-se então da gruta, para ver o que por lá se passava e viu uma cena de incrível beleza!
Numa manjedoura estava um bebé, (talvez o mais belo que já tinha visto), a seu lado uma mulher de olhar enternecido para o seu filho e a seu lado um homem imponente, mas que no entanto parecia de uma humildade que nunca tinha visto em ninguém.
E toda aquela gente se dirigia para ali e ficava a olhar para a criança dizendo coisas que ele não entendia muito bem, mas que no fundo reconheciam aquela criança como alguém muito especial.
Parecia-lhe até que uma espécie de anjos andavam por ali, entoando cânticos muito belos.
Mesmo a dormir, percebeu que tudo aquilo era um sonho, por isso ficou muito admirado quando viu passar pela entrada da gruta os seus pais, os seus irmãos, os seus sobrinhos e toda a sua família.
Desejou então imenso estar com eles nesse momento!

De súbito acordou, pois tinham-lhe tocado no ombro e viu-se rodeado de toda a sua família que tinha entrado pela sua casa adentro.
Então o seu pai abraçou-o e disse-lhe: Mesmo que não acredites, Feliz Natal de todos nós, que com certeza não te íamos deixar sozinho neste dia.

Sentiu dentro de si um calor inexplicável, um sorriso aflorou aos seus lábios porque no seu coração ouviu uma voz muito suave que lhe dizia:
Há pouco, por um breve momento, desejaste acreditar. Esse desejo foi ouvido e por isso aqui estou, na tua família, para te dizer que a ciência e a lógica não explicam tudo, embora ajudem muito. Hoje o teu coração e o teu pensamento ficam mais ricos porque percebes agora que Eu sou Aquele que sou, inexplicável à ciência e à lógica, mas real na tua vida se tu quiseres.

Abraçou mais fortemente o seu pai e disse-lhe baixinho ao ouvido: Feliz Natal!

Marinha Grande, 21 de Dezembro de 2018
Joaquim Mexia Alves



sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

P1084: LIVRO "VOANDO SOBRE UM NINHO DE STRELAs"


Informa-nos o nosso camarada António Martins de Matos que o livro que publicou recentemente, "Voando sobre um ninho de Strelas", já pode ser comprado online.
Podem então fazê-lo através da loja "Pássaro de Ferro", sítio a que podem aceder carregando  aqui.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

P1083: "VOANDO SOBRE UM NINHO DE STRELAS"

APRESENTAÇÃO DO LIVRO FOI EM 11 DE DEZEMBRO

Sinceramente contávamos que pudesse estar mais gente presente na apresentação do livro do António Matos aos camaradas da Guiné, mas compreendemos que muitos factores terão contribuído para esta menor afluência de pessoal, sendo uma delas o afastamento geográfico de muitos dos eventuais interessados. Mas a sessão decorreu bem, com manifesto interesse dos presentes, o que levou inclusive a um período no final, com perguntas e respostas e esclarecimentos de parte a parte. 
O António Matos e o Régulo da Tabanca do Centro, Joaquim Mexia Alves.
O António Matos posa aqui ao lado do Luís Graça, editor-chefe da Tabanca Grande, blogue onde publicou os seus primeiros textos, o que acabou por incentivá-lo a escrever o livro agora editado.
Dois camaradas presentes nesta sessão, o Vitor Caseiro e o Agostinho Gaspar - que não costumam faltar a estas apresentações - com o Régulo da Tabanca do Centro, Joaquim Mexia Alves, convidado para a mesa de honra como representante do nosso blogue.
Algumas figuras conhecidas da Tabanca do Centro: Aqui em primeiro plano, o JERO e o Juvenal Amado, vendo-se ainda em segundo plano o Agostinho Gaspar e o Vitor Caseiro. Lá atrás o Carlos Silva, camarada que vemos circular por quase todas as Tabancas... Na foto não é muito visível a presença do Helder Valério Sousa, um camarada que esporadicamente nos dá o prazer da sua companhia nos nossos convívios.
Naturalmente estas sessões envolvem normalmente a aquisição da nova obra, o que é o caso do Vitor Caseiro, que ainda adquiriu mais algum exemplar para oferta.
Ao fundo vemos a Giselda a conversar com a Teresa, filha do António Matos, psicóloga que colaborou no livro com um capítulo da sua área de formação.
O Miguel Pessoa também lá esteve, mas ficou atrás da máquina fotográfica...
Na mesa de honra para além do autor três convidados representando blogues que reúnem combatentes da Guiné - Victor Barata (Especialistas da BA12), Joaquim Mexia Alves (Tabanca do Centro) e Luís Graça (Luís Graça & Camaradas da Guiné, vulgo Tabanca Grande).
Na imagem, entre a assistência o JERO e o filho, sendo este uma versão do pai nos velhos tempos, mas num tamanho ligeiramente maior...
Um aspecto da assistência, que seguiu com interesse as apresentações dos três oradores e as palavras finais do autor do livro.
No final o António Matos agradeceu o apoio do pessoal que esteve presente na sessão de apresentação desta sua obra e que assim quis acompanhá-lo neste momento significativo da sua vida. É que, tendo já plantado duas árvores e criado dois filhos, a este livro poderá juntar brevemente um segundo, que ele pelos vistos gosta de fazer tudo a dobrar...

Deixamos-vos para leitura o texto que o Joaquim Mexia Alves leu no decorrer da sessão - sistema que, segundo ele, garantiria que assim não iria alongar-se muito para além do que tinha sido programado...


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INTERVENÇÃO DO JOAQUIM MEXIA ALVES

"Escuso-me de fazer cumprimentos formais, visto que estamos entre camaradas de armas, combatentes, amigos.
Uma palavra apenas de cumprimentos aos meus colegas de mesa, muito especialmente ao António Martins Matos, autor do livro e meu amigo, o que com orgulho afirmo.

O António Martins Matos é um homem desassombrado, frontal, sincero, honesto, consigo próprio e com os outros, (especialmente com os seus amigos), e que não se preocupa, nem tem receio do “politicamente correcto”, dizendo sempre aquilo que são os factos e a sua opinião sobre eles, sem medo de que possa “ficar mal”.

Por isso mesmo, este é um livro que apresenta todas essas qualidades, quanto a mim, claro, pois é um livro desassombrado, sincero, frontal, onde o autor não se coíbe de apresentar factos, emitir opiniões e, como se costuma dizer em português corrente, “chamar os bois pelo nome”, sejam eles do passado ou do presente.

E é um livro que se lê num só folego, porque o António não escreve, fala connosco e conta-nos a sua história, as suas histórias, no tom coloquial directo que quem o conhece, lhe reconhece.

Mas não se pense no entanto que, por causa do atrás afirmado, o António não se deixa levar pelos sentimentos, pela emoção, pela delicadeza, o que está bem presente no episódio que conta sobre a enfermeira paraquedista Maria Celeste Costa, que ele termina com uma frase cheia de significado: «O hélice continuava a rodar…»

Para além de tudo o que esta frase significa de sentimento e delicadeza, tem também um ensinamento, que a nós vulgarmente chamados “tropa do chão”, não nos deve passar desapercebido e que é a referência ao hélice no masculino.
Com efeito o António ao longo do livro vai-nos ensinando os termos da Força Aérea e não só, que a alguns de nós, “tropa do chão”, são desconhecidos e por isso mesmo por vezes causam pequenas irritações nos Pilotos da Força Aérea, o modo como nos expressamos em relação aos aviões, avionetas e outros mimos como estes.
Eu por acaso até tenho alguma formação na coisa, dados os muitos fins de tarde passados na Esquadra dos Falcões em Monte Real, em alegres convívios, (para não dizer mais), em que volta e meia lá me diziam que eu já devia ter aprendido tais nomenclaturas.
Esses fins de tarde até deram origem a um voo de A7P, pilotado pelo “Fininho”, não o citado no livro, mas outro que também esteve na Guiné, e que é uma das coisas da minha vida que nunca esquecerei.

Mas continuemos no livro.

Se esperam de mim uma recenção literária de fino recorte e saber, desiludam-se, porque para tal não tenho engenho nem arte e este livro é, pelo menos para mim, demasiado terra-a-terra, no bom sentido, claro, e como tal merece muito mais que fale do coração do que do intelecto.

Uma das muitas coisas que retiro deste livro é a forma como o mesmo se vai desenvolvendo, a mobilização, a chegada, o ajustamento às circunstâncias, o tirar partido do pouco ou muito que se tem à disposição, a experiência que o vai tornando veterano e a partida e chegada ao ponto de origem.
É que ao lê-lo também eu fui sendo conduzido pelo mesmo caminho e a atravessar memórias que estavam guardadas há muito cá dentro, na cachimónia.

E o António vai-nos brindando com expressões de humor, do melhor humor português, aquele que se faz de subentendidos, de tiradas maliciosas sem o serem verdadeiramente, aquele humor tão bem identificado nos velhos filmes portugueses, e que hoje se perdeu, para se transformar em rebaixaria e outras coisas que tais.

Claro que o António nos fala da guerra, não só da sua, mas da de todos nós, e não se coíbe de apresentar factos e deles tirar ilações lógicas, opiniões fundamentadas, não tendo receio de afirmar o que muitos sabem, mas têm medo de afirmar porque não estão em consonância com o pensamento uniformizador que hoje em dia, (e já do anterior tempo), se pretende instalar nas cabeças entorpecidas pela apatia e o comodismo individualista.

Por causa da minha ligação à Força Aérea atrás referida, (até tenho um irmão que foi Piloto no tempo da famosa Base de Sintra), sempre tive por aquela gente uma grande admiração e sempre soube e percebi da sua generosidade e disponibilidade para os outros, mas a verdade é que ainda hoje em dia, (e naqueles tempos também), para muitos a Força Aérea pouco ou nada fazia, não chegava quando era precisa e mais ainda, protegiam-se, não se colocando em risco demasiado.

Neste livro o António dá-nos a dimensão do esforço dessa gente da Força Aérea, desde o Piloto ao Cabo mais simples, passando pelas enfermeiras paraquedistas, mostrando-nos toda a sua disponibilidade e entrega, mau grado tantas condições adversas que viviam, e, obviamente o enorme risco de vida que corriam.
Nós, “tropa do chão”, temos que reconhecer todo o trabalho que esta gente do ar nos prestou na Guiné, e não só, e percebermos que muitos de nós, provavelmente estamos vivos, porque alguém da altura dos céus da Guiné nos protegeu e ajudou.

Fala-nos também do Ten. Cor. José Almeida Brito, primeiro Piloto a falecer por causa do míssil Strela, com a voz repassada de orgulho, mas também de indignação, pelo modo como foi tratado todo aquele processo, para não lhe chamar outra coisa.

E mais à frente volta ao tema, (que quem me conhece sabe que piso e repiso, infelizmente sem grande sucesso), do abandono dos corpos dos militares falecidos por terras de África, e também ao abandono dos militares africanos que juraram a mesma Bandeira Portuguesa, como nós e foram abandonados à sua sorte madrasta, que culminou para uma grande parte deles no fuzilamento pelos novos senhores dos novos países.

E depois leva-nos a pensar nesta coisa de sermos combatentes, do tal Dia dos Combatentes, permanentemente enxovalhados por uns sujeitos que fazem uns discursos, (tipo palmadinha nas costas), para nos adormecer e manter caladinhos, até porque já faltam poucos anos para todos desaparecermos da história dos vivos e assim tudo fica resolvido: “Tudo como dantes, quartel general em Abrantes”!

Chama a sua filha para nos falar dos medos, das ansiedades, das recordações da guerra e nos lembrar que ainda há tantos que sofrem na pele, no seu dia-a-dia todos esses problemas, abandonados a maior parte das vezes por um estado que nem quer ouvir falar deles, mas que tem recursos, pelos vistos, bastos e disponíveis para aqueles que, perdoem-me a nota humorística, dele se servem, perdão, queria dizer, ou talvez não, o servem.  
  
A sua filha diz mesmo que um “dos factores determinantes para a capacidade de resiliência mental do ser humano é sentir-se amado.
Se aqueles que sofrem ainda a guerra poderão ser amados pelos seus familiares, não o são com certeza pelo Estado que serviram, aliás, não só não são amados como nem sequer reconhecidos.

Mais uma vez peço perdão pelas minhas palavras, mas quando nos recordam a guerra e os nossos camaradas de armas como tão bem o António nos faz neste livro, também eu parto para a frontalidade e não me consigo calar.
Por isso, obrigado António!

Para finalizar uma nota de humor!

Ao chegar ao fim do livro e perante os anexos não pode deixar de sorrir ao ver nos documentos ali retratados o carimbo de Muito Secreto!!!
E eu que pensava que secreto era secreto, mas pelos vistos, também há o muito secreto!

Termino contando-vos um segredo, mas este classificado como pouco secreto:
O António Martins Matos tem neste livro uma obra acabada, mas que não acaba, porque continua viva dentro de nós combatentes.

Por isso mais uma vez: Obrigado António!

Lisboa, 11 de Dezembro de 2018
Joaquim Mexia Alves"

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Posteriormente informou-nos o nosso camarada António Martins de Matos que o livro "Voando sobre um ninho de Strelas", já pode ser comprado online.
Podem então fazê-lo através da loja "Pássaro de Ferro", sítio a que podem aceder carregando  aqui.

A Tabanca do Centro

P1082: 72º Encontro da Tabanca do Centro - Monte Real, 28 de Novembro de 2018

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Fotografias do Paulo Moreno
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domingo, 9 de dezembro de 2018

P1081: É JÁ EM 11 DE DEZEMBRO

LANÇAMENTO DO LIVRO DO ANTÓNIO M. MATOS


Lembramos a apresentação do livro "Voando sobre um ninho de Strelas", 
do nosso camarada António Martins de Matos. sessão aberta ao público em geral 
e aos combatentes da Guiné em particular, programada para o próximo 
dia 11 de Dezembro, pelas 18H00, em Lisboa (Hotel Travel Park).
O António Matos certamente apreciará a vossa presença.





segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

P1079: APRESENTAÇÃO DO LIVRO DO ANTÓNIO M. MATOS

EM 11 DE DEZEMBRO, PELAS 18H00, EM LISBOA



O nosso camarigo António Martins de Matos acaba de editar um livro sobre a Guerra Colonial e a Guiné, a que chamou "Voando sobre um ninho de Strelas". Sendo um livro que interessa essencialmente aos que passaram por aquelas terras, este nosso camarada achou que seria importante fazer uma apresentação especialmente dedicada a todos esses antigos combatentes.

Recebemos agora a confirmação da apresentação desta sua obra ao público em geral e aos combatentes da Guiné em particular, grupo em que a Tabanca do Centro está naturalmente incluída. A sessão está programada para o próximo dia 11 de Dezembro, pelas 18H00, em Lisboa (Hotel Travel Park).

Na Mesa de Honra está prevista a presença de representantes dos 3 Blogues que se têm dedicado a este tema - Luís Graça & Camaradas da Guiné, Tabanca do Centro e Especialistas da BA12.

O nosso camarada terá certamente grande satisfação em ter junto de si os camaradas da Guiné, pelo que aqui fica o convite por ele feito. De acordo com informações recebidas anteriormente salientamos que o Hotel em que vai decorrer a sessão dispõe de estacionamento, o que facilitará a vida a quem se deslocar de viatura.
A Tabanca do Centro

"Caros amigos

A uma semana do lançamento do meu livro, “Voando sobre um ninho de Strelas”, está na altura de me ajudarem a divulgar o evento.

Recordando, o Lançamento será na Terça Feira 11 de Dezembro pelas 18H00, no Hotel Travel Park, na Av. Almirante Reis 64, (do lado que sobe para a Praça do Chile), em Lisboa.

Desde já o meu MUITO OBRIGADO pelo vosso apoio.

Abraços
António Martins de Matos"




P1078: REVISTA "KARAS" DE DEZEMBRO

O dia soalheiro permitiu que boa parte do pessoal se mantivesse no exterior do Café Central. Aqui um grupinho  a aproveitar o calor do sol - Miguel Pessoa, Agostinho Gaspar, António Frade, Rui Marques Gouveia, João Farinha Cordeiro e Carlos Pinheiro.
Estes também não resistiram ao tempo agradável no exterior do Café - Carlos Santos, José Casimiro Carvalho, Raul Santos, António Frade, Domingos Santos, Luís Dias, Luís Lopes Jorge e José Luís Rodrigues.
Com excepção da acompanhante do Silvino Correia d'Oliveira, este friso de senhoras é presença habitual nos nossos encontros - Isabel Gaspar, Hortense Mateus e Giselda Pessoa. A Júlia Faria vai aparecendo uma vez por outra, o Miguel - filho do Agostinho - não costuma faltar.
Após um longo período afastado do nosso convívio, o Vasco da Gama finalmente reapareceu. Vemo-lo aqui acompanhado de companheiros habituais nestas andanças - Joaquim Mexia Alves, JERO e Miguel Pessoa.
O Alfredo Pinho foi piloto de AL-III na Guiné em '70/'72. Pela mão do Miguel Pessoa apresentou-se em estreia na Tabanca do Centro, num "2 em 1" - o natural convívio com pessoal da Guiné e o contacto com o Paulo Moreno, para encomenda de material alusivo ao 50 anos do seu curso de pilotagem ("Viralatas"), a comemorar em Janeiro de 2019. Vemo-lo aqui em conversa com o Júlio Pereira, um diligente coleccionador de emblemas, cuja colecção já ulrapassou os mil exemplares, ele próprio um cliente do Paulo Moreno.
Estamos certos que o Paulo irá satisfazer as pretensões do Alfredo Pinho para a comemoração do cinquentenário dos "Viralatas".
O grupo da Portela (Lisboa) de vez em quando faz uma forcinha e aparece no nosso convívio. O Luís Uva, Joaquim Vieira e Manuel Ferreira da Silva aparecem aqui acompanhados do Artur Soares e José Casimiro Carvalho.
O Joaquim Coelho tem andado arredado destes encontros e apareceu a reboque do Casimiro Carvalho. Já o António Graça de Abreu veio da Linha de Cascais para matar saudades, como faz de vez em quando.
E o Manuel Kambuta Lopes e a Hortense Mateus estão sempre prontos para uma sessão fotográfica...
A foto de grupo, à porta do Café Central, sofreu da má exposição solar - uma mancha de sombra apanhou o lado esquerdo do grupo - e o número elevado de participantes também não permite grande definição...
Resolvemos por isso incluir uma parte ampliada em que se pode observar melhor uns tantos privilegiados que se destacam na foto...
E era a hora da debandada em direcção ao local da refeição...
...onde o pessoal se distribuiu tendo em consideração algumas afinidades... Em primeiro plano o grupinho da Portela, vendo-se mais o fundo o António Alves, Carlos Manata e Vitor Caseiro.
O Manuel Frazão Vieira pôde finalmente rever o "seu" Capitão Vasco da Gama, após um período largo de afastamento deste nosso camarada. Esperamos que o regresso seja para manter...
Os "Barões do K3" voltaram a reunir-se, a exemplo do sucedido no encontro anterior - José Pimentel de Carvalho, Vitor Junqueira e José Manuel Coutinho Quintas. Continuem a aparecer!
O Carlos Cordeiro trouxe desta vez a esposa Conceição. E o casal Faria - Armando e Júlia - conseguiu finalmente estar presente, depois de uma tentativa frustrada no anterior encontro, entretanto cancelado.
Uma imagem mais nítida do Artur Soares, Carlos Manata e Vitor Caseiro, com o Joaquim Vieira em primeiro plano.
Um grupo relacionado com o núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes - Lurdes Machado, Norberto Serra, Jorge Paulo Marto Silva e Mário Ley Garcia - vendo-se ainda ao fundo o Joaquim Coelho e o Eduardo Campos, inscritos pelo Casimiro Carvalho.
O Carlos Santos num frente a frente com o Joaquim Sousa, por ele inscrito, vendo-se ainda o Joaquim Espírito Santo Oliveira, Domingos Santos, José Luís Rodrigues, José Jesus Ricardo, Teresa Vindeirinho e Rui Marques Gouveia.
O Luís Branquinho Crespo junto da família Gaspar - Agostinho, Isabel e Miguel - conversa aqui com o Miguel Diniz e o Almiro Gonçalves.
Uma panorâmica do local, vendo-se ao fundo a clientela habitual da D. Preciosa que não perde estas oportunidades únicas de trincar um cozido à portuguesa, a reboque dos nossos encontros...
O Diamantino Ferreira e a Emília. Mais ao fundo o António Graça de Abreu.
O Júlio Pereira e o Jorge Lima Basto vieram de Lisboa, com passagem pela Marinha Grande, onde se encontraram com o Paulo Moreno, que os tinha inscrevido. Esta não foi a primeira vez que estiveram connosco e esperamos que essas participações possam prosseguir no futuro.
Já chegados tarde ao local, o Silvino Correia d'Oliveira e acompanhante já não conseguiram dois lugares juntos nas mesas, pelo que foram recambiados para uma mesa isolada, onde acabaram por desfrutar de um serviço personalizado, conforme nos referiu o próprio...
O António Frade e esposa Helena partilhavam a mesa com a Hortense Mateus, esta arredada do seu "Kambuta", mais preocupado em tirar fotografias e fazer a ronda das mesas...
O Luís Lopes Jorge não estava inscrito mas apareceu`em cima do acontecimento. Ultrapassou-se a situação, mas é algo que todos devem evitar, a bem da sanidade mental dos organizadores... e da D. Preciosa. Aqui ao lado do Luís Dias e esposa Manuela, estes inscritos pelo António Frade.
Hoje já há quem não use máquina fotográfica pois os telemóveis têm cada vez maiores capacidades. É o caso do JERO, que vemos aqui a fotografar a mesa ao lado.

Para além do editor da revista "Karas" colaboraram na edição fotográfica deste número o Paulo Moreno e o Manuel "Kambuta" Lopes, a quem agradecemos a disponibilidade.