AINDA O RODRIGUINHO…
Mais
uma das aventuras do Rodriguinho nas Termas de Monte Real.
Um dia,
julgo que ao fim da tarde, o Rodriguinho decidiu tomar um banho de imersão na
casa de banho do seu quarto.
A sua
mãe preparou a banheira com a água quente e o rapazinho foi para a casa de
banho, tendo fechado a porta pelo lado de dentro.
Passado
algum tempo sem dar sinal, a mãe preocupada foi bater à porta da casa de banho,
mas não obteve resposta.
Ao fim
de muito bater à porta, de gritar pelo Rodriguinho e de tudo fazer para ter uma
resposta do filho, dirigiu-se à recepção do Hotel, obviamente preocupadíssima.
Um dos
porteiros foi com a senhora ao quarto e depois de muito insistir e não obter
resposta, decidiu arrombar a porta da casa de banho.
Aberta
a porta, a mãe entrou de rompante na casa de banho e deu com o Rodriguinho
deitado na banheira de olhos muito abertos e quieto, como se tivesse tido um
qualquer ataque e tivesse morrido.
Aos
gritos desesperados da mãe, o Rodriguinho levantou-se e deu uma sonora
gargalhada!
Claro
que a mãe aliviada e sempre condescendente, apenas o repreendeu com palavras
mansas.
Foi
preciso um grande esforço da parte do porteiro, para não encher o Rodriguinho
de bofetadas, que era o que ele merecia!
Poder-se-iam
contar histórias quase intermináveis do Rodriguinho, mas deixo aqui esta
última, a partir da qual a família de tão “encantadora” criança deixou de
frequentar o Hotel.
Naquele
tempo a maior parte da roupa do Hotel, (lençóis, toalhas, etc.) era colocada a
secar em grandes estendais, na mata das Termas por detrás do Hotel.
Ora um
dia em que o estendal estava cheio de lençóis brancos a secar, o Rodriguinho
passou por ali e, sujando as mãos na terra, foi-as limpando nos lençóis,
acabando por sujar irremediavelmente a maioria dos lençóis, que tiveram de ser
novamente lavados.
Quem
não achou graça nenhuma à brincadeira foram as empregadas da lavandaria, que
decidiram dar uma lição ao “menino”.
Quando
este passava por um caminho junto à lavandaria do Hotel, as empregadas
despejaram em cima dele um alguidar de água, de tal modo que o Rodriguinho
ficou que nem um “pinto molhado”!
A
chorar foi fazer queixinhas à mãe, que muito indignada veio por sua vez
protestar, junto do meu pai, Olympio Duarte Alves, trazendo pela mão o
Rodriguinho.
Enquanto
a Senhora demonstrava a sua indignação, o Rodriguinho (sem ela ver) ia dando
pontapés na perna do meu pai, que a certa altura não se conteve e dando-lhe um
empurrão, fez com que o Rodriguinho fosse parar a um canteiro de canas da índia
que estava ali mesmo ao lado.
A
indignação da Senhora subiu de tom, e disse então que se ia embora daquele Hotel,
ao que o meu pai respondeu, que desde que tinha sabido do último episódio do
Rodriguinho com os lençóis já tinha mandado tirar a respectiva conta, pois
hóspedes assim não interessavam ao Hotel.
E assim
acabaram as “aventuras” do Rodriguinho no Hotel Monte Real, tendo voltado a paz
aos hóspedes durante o mês de Agosto.
Joaquim
Mexia Alves