quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

P285: 23º Encontro da Tabanca do Centro - Almoço de Natal - Visita à B. A. 5

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Reportagem fotográfica do Miguel Pessoa






Reportagem fotográfica do Xico Allen
e do António Nobre






Reportagem fotográfica do Paulo Moreno
e do Paulo Mata






Nota:
Se mais alguém enviou fotografias, peço desculpa, pois não me chegaram às mãos, ou então não sei onde as tenho.
De qualquer modo, julgo que estas reportagens fotográficas, demonstram bem tudo o que foi o 23º Encontro da Tabanca do Centro.
Grande abraço a todos.
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

P283: UFA!...


MANIFESTO  ANTI-KARAS


Ufa! Até que enfim! Apre! Irra! ..e outras tantas interjeições e exclamações!

Finalmente, estou de acordo com o editor/autor da Revisteca e não por uma afirmação que faz no seu comentário, mas por duas!

Exactamente, estou de acordo duas vezes, quem diria, com o senhor M.P. e cito do seu referido comentário:

…………”gosta de umas palmadas nas costas” ( eu até acrescento que merece…)

………...”que os camaradas  possam ter pelo mau trabalho”!

Ao contrário dos engraxadores habituais que o bajulam e adulam servilmente numa lisonja interesseira, na esperança de um convite para um almocito no restaurante da Força Aérea na capital, pois o pessoal anda farto, enfastiado, abarrotado, saciado do cozido à portuguesa que o chefe impõe, ao contrário desses marmanjos mariolas, escrevia eu, o M.P. fustiga-se a si próprio, reconhecendo, finalmente, a qualidade fracota dos seus escritos!

É que o editor escreve num português entendível por toda a gente, o que é péssimo e, pior de tudo, não cultiva a vaidade, a afectação, a presunção!

Nós exigimos nestes textos palavras dificultosas, prolixas, extensas e de difícil articulação, mesmo que não tenham nexo, sentido ou piada!
Quanto a este número da Karas é, de muito longe, o pior de todos.

Se os outros números se limitavam a descrever a comezaina dos tais tabanqueiros centrais, este número ultrapassa tudo ao não se quedar pela patuscada e a atrever-se a descrever a ida dos cavalheiros a uma fábrica de aviões!

Nem vou perder tempo com os F-16 e vou directo a um logro que ocorreu nessa visita, pois, segundo informador que se mantém no anonimato, estava prevista uma visita à Secção Cinófila, e faziam-se até apostas acerca do filme que iriam ver; uns diziam que seria um filme de aventuras, outros que não senhor, era um filme do Rambo dedicado aos combatentes da Guiné e outros ainda que seria um filme de terror pois tinham ouvido dizer que o filme eleito tinha sido um jogo qualquer do Sporting!

Enfim, boatos, como no tempo em que os “velhotes” estavam no activo!

Em vez de qualquer uma das hipóteses apresentadas, aparecem quatro ou cinco soldados devidamente fardados acompanhados de três escanzelados cachorros que se puseram a andar às voltas para trás e para a frente, sempre a serem contrariados pelos homens, pois se iam para a esquerda um dos homens logo gritava, direita, se estavam em pé, eram mandados deitar, se paravam, obrigavam-nos a correr e o tempo a passar e os gajos cheios de tanta fome. O meu informador até ouviu um dos presentes dizer:

Tenho a barriga a dar horas
E os pulguentos a saltar
Nem sequer uma bolachinha
Pr’a nossa fome matar!

Aguenta firme, aí
Tens que visitar o canil…
Chiça, estou a ver que a este passo
Só vou almoçar em Abril!

Vou mas é já e a pé
Para guardar um lugar
Pois com tanto esfomeado
Não vai cozido sobrar!

Arrancou em correria
E ouve-se um grito de dor
O apressado combatente
Foi ferrado por um Labrador!

Mas o cão, bem treinado
Apenas lhe cheirara o traseiro
E toda a malta se riu
Deste combatente fiteiro!
E lá foram todos bem dispostos tirar uma fotografia junto a um avião, que também devia ter sido treinado, e bem, na secção cinófila, pois aguentava-se em pé e com as rodas no ar!


Ainda bem que nenhum sacana se lembrou de dizer, salta ou deita-te ou levanta-te , pois ia ser o bom e o bonito com as piruetas do tal F-16 a obrigarem os velhotes a dar à sola por aquela parada fora!

Lá meteram os cavalheiros em duas camionetas em direcção ao Montanha, local do tal cozido e aí foi o habitual: não se ouvia uma mosca com os gajos a enfardar e a repetir e mais chouriço e mais carninha de vaca e mais batata e mais arroz e mais farinheira!



As travessas desapareceram num ápice, mas os cavalheiros, habituados a comer bem lá pela Guiné, ainda se atiraram às sobremesas e às bebidas finas e tudo marchou!


Esta patuscada vem referida na segunda parte da Karas que apenas nos mostra fotografias, pois a máquina não captou os dichotes dos contemplados nem os ditos jocosos e ainda bem, pois envergonharia o sujeito que escolhe as lembranças e os amiguinhos mais chegados!

O nosso informador não conseguiu perceber o que o senhor director da fábrica de aviões resmungou ao receber a prenda, pois fê-lo em linguagem cifrada, mas ouviu bem a D. Preciosa,  ao ver aproximar-se dela um dos habitués nestas andanças, a mando do auto proclamado grã chefe, cuja fotografia não o deixa mentir, exclamar:

Mas que triste sina a minha
Ter de aturar o rapaz
Hoje vestido de verde
De que será mais capaz?

Vem sempre com falinhas mansas
Para ser bem servidinho
Lá tenho de lhe oferecer
Mais um naco de chouricinho! 

Traz na mão uma prendinha
Que eu vou ter de aceitar
Não vá o sacana do gajo
Pôr-se pr’áqui a gritar

Eu que estou farta e refarta
De com travessas lidar
Onde raio vou pôr mais esta
Que só vem atrapalhar!

Quem tal prenda escolheu?
Terá sido  Mexia, o fadista?
Ná, pelo embrulho da caixa
Foi o Jero, o jornalista!

Estou mais aliviada
Vou ter folga em Dezembro
Oxalá só me apareçam
Lá pr’a finais de Setembro!

A D. Preciosa, com receio que houvesse problemas entre os tais amigalhaços teve o cuidado de os separar por mesas pequenas, só faltou o arame farpado, pois sessenta e tal criaturas juntas numa mesa corrida iria, com toda a certeza, dar granel!

Conta o meu informador que mesmo assim ainda houve as habituais provocações como aqui se ilustra:


Mesa 1:

Ouça lá senhor coronel
Perdoe a minha franqueza
Trago aqui esta bombita
Pr’a arrasar aquela mesa!

Meu general, cuidado
Bombardeie antes a orla
Olhe que o cozido está bom
E eu até comi á borla!


Isto é uma reunião
Que a todos nos seduz
Espere que chegue a noite
Que eu depois apago a luz.

Tenho que bombardear já
Não quero saber de paz
Ser ou não ser Natal
Para mim tanto me faz!


Mesa 2:

Venha de lá essa bomba
Com que me está a ameaçar
Com esta equipa que tenho
Não me deixo acagaçar!

Tenho escudo protector
A bomba não me cai em cima
E no final até lhe ofereço
Um verdinho Ponte de Lima.


Ouviram falar em Lima
Foi o silêncio geral
Agora é que estalou a bronca
E levantou-se o General!

Sempre atento, soergueu-se o auto intitulado Chefe da Tabanca com cara de poucos amigos e o nosso informador fugiu a sete pés, com medo que a sua qualidade de infiltrado houvesse sido descoberta por algum dos amigalhaços engraxadores  que tratam o régulo de Amado Chefe!

Soubemos entretanto através de gravação que chegou aos nossos estúdios que o nosso infiltrado receara temores infundados!

Ouçamos pois a gravação onde se ouve com toda a clareza o tal Amado Chefe:

Tudo a sentar e é já
Não quero ninguém em pé
Aqui sou eu que mando
Vou cantar o fado da Guiné!



Pigarreou um bocado
Para aclarar sua voz
Levou sua mão ao bolso
E soltou um grito atroz! 
Mas, onde diabo deixei
O papel com a  minha letra
Esqueci-me dele em casa
Tenho que inventar qualquer treta 

E fez um belo discurso
Logo esqueceu a canção
E todos os combatentes
Lhe deram grande ovação!

Digam-me se com este final me limito a dizer mal!


Senhor Don de Deniz, O Labrador de Buarcos, escritor, poeta, maledicente, figurão, intérprete, autor, encenador, crítico de arte e por modéstia, etc….