terça-feira, 30 de outubro de 2018

P1066: COM MUITO PARA ENSINAR...


SENSIBILIZANDO AS MAIS NOVAS

No passado dia 8 de Outubro a nossa camariga Maria Arminda Santos participou numa sessão de esclarecimento na Escola de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, onde fez uma apresentação às alunas do primeiro ano de Enfermagem, integrada na cadeira da História Da Enfermagem.

Teve assim a oportunidade de falar sobre a sua experiência vivida como Enfermeira Paraquedista, numa apresentação que as futuras enfermeiras certamente apreciaram.



Nas suas próprias palavras: “Foi para mim muito gratificante falar a um grupo de jovens, que se mostrou muito interessado e participativo. Agradeço à Sra Enfermeira P Gato o convite e às alunas os mimos dispensados.”

(Retirado do Blogue Especialistas da BA12, com a devida vénia)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

P1063: RESGATAR SORRISOS (ONGD)


CONCERTO DE SOLIDARIEDADE EM LEIRIA

                                 Companheiro(a) e Amigo(a)

A Associação Humanitária para a Cooperação e Desenvolvimento Resgatar Sorrisos (ONGD), com sede em Leiria é uma associação que actua nos sectores da educação, formação, assistência social e sanitária nos países em vias de desenvolvimento, sobretudo na Guiné-Bissau.

No âmbito e desenvolvimento da sua actividade tem em vista a conclusão da construção de uma Escola em Candamã, cujos trabalhos foram iniciados em Março passado por 12 associados que aí se deslocaram e que estão a ser continuados por uma equipa de 4 locais.

Com vista à angariação de fundos para conclusão das obras, a associação, entre outras actividades, irá promover a realização de espectáculo no Teatro Miguel Franco, no dia 3 de Novembro, ao qual gostaríamos que assistisse, ajudando assim aqueles que necessitam. Com 10 sorrisos já pode assistir à Festa, onde participarão o CANTO ONDO e bem assim a ACADEMIA DE BALLET E DANÇA ANNARELLA.

Desejando assistir ao espectáculo, poderá comprar o bilhete de uma das seguintes maneiras:

1) Dirigir-se à bilheteira do Teatro José Lúcio da Silva entre as 18.00 horas e as 20.00 horas;

2)  Através da compra on-line. Para tal deverá ir à internet


Programação – dia 3 de Novembro – concerto de solidariedade – Teatro Miguel Franco;

Comprar bilhete;

Escolher o lugar do Bilhete na sala;

Avançar;

Seleccionar o meio de pagamento e continuar;

Seleccionar “sem registo” avançar (tem 12 horas para fazer o pagamento);

Após o pagamento, receberá no e-mail os bilhetes (colocar também nome e telefone).


VEM E AJUDA A CONSTRUIR UMA ESCOLA NA GUINÉ-BISSAU

Resgatar Sorrisos (ONGD)
Luís Branquinho Crespo
Largo da Infantaria 7, n.º 19, 1.º Andar, 2410 - 111 Leiria - Portugal
Tel: (351) 244 843 270  Fax: (351) 244 843 279  



sexta-feira, 5 de outubro de 2018

P1061: JÁ PASSARAM 110 ANOS


REI POR CINCO MINUTOS

Cumpriram-se este ano 110 anos sobre o regicídio, de que resultou o assassinato do rei D. Carlos e seu filho Luís Felipe.

Nas crónicas da época os acontecimentos desse trágico dia ficaram registados até ao pormenor.

O Rei, a Rainha e o Príncipe Real encontravam-se então em Vila Viçosa, no Alentejo, onde costumavam passar uma temporada de caça no inverno. O infante D. Manuel  havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos como aspirante na Marinha de Guerra.

À intensa rivalidade entre os partidos, agravada por ódios pessoais, juntou-se a atitude e ações críticas do Partido Republicano, contribuindo para o descrédito do regime, já de si bastante desacreditado devido às dividas da Casa Real.

A 28 de Janeiro de 1908 são presos vários líderes republicanos, naquele que ficou conhecido como “o golpe do elevador da biblioteca”. 

Os acontecimentos sucintamente descritos levaram D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio, na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro. Com cuidado para que a sua já preocupada mãe não se aperceba, o Príncipe real arma-se com o seu revólver de oficial do exército. 

Durante o caminho, o comboio sofre um ligeiro descarrilamento junto ao nó ferroviário de Casa Branca. Isto provocou um atraso de quase uma hora. 

A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde tomou o vapor “D. Luís”, com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde. Eram esperados por vários membros do governo, incluindo João Franco, além dos infantes D. Manuel e D. Afonso, o irmão do rei. Apesar do clima de grande tensão, o monarca optou por seguir em carruagem aberta, envergando o uniforme de Generalíssimo, para demonstrar normalidade. A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei.


Há pouca gente no Terreiro do Paço. Quando a carruagem circulava junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria. O tiro atravessou o pescoço do Rei, matando-o imediatamente. Começa a fuzilaria: outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas.

Os populares desatam a correr em pânico. O condutor, Bento Caparica, é atingido numa mão. Com uma precisão e um sangue frio mortais, o primeiro atirador, mais tarde identificado como Manuel Buiça, professor primário expulso do Exército, volta a disparar. O seu segundo tiro vara o ombro do rei, cujo corpo descai para a direita, ficando de costas para o lado esquerdo da carruagem. Aproveitando isto, surge a correr de debaixo das arcadas um segundo regicida, Alfredo Costa, empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que pondo o pé sobre o estribo da carruagem, se ergue à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado.

A Rainha, já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha: um ramo de flores, gritando “Infames! Infames!” 

O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o Príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distração fornecida pela atuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar: uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado.

Estava consumado o regicídio.

Depois veio a tarefa macabra de levar os corpos para o palácio, o que foi feito já de noite sentando-os em duas carruagens, como se fossem vivos, a cabeça de D. Luís Filipe tombando sobre o ombro do seu tio, o infante D.Afonso de Bragança, Duque do Porto ,agora o novo Príncipe Real. 

Não foram efetuadas autópsias, sendo os corpos embalsamados sob a supervisão do médico da Casa Real, Tomás de Mello Breyner, tarefa penosa não só pela proximidade às vitimas como também pelo estrago feito pelas balas.

As consequências imediatas

Os jornais de todo o mundo publicaram desenhos representativos do atentado, baseadas nas descrições, com elementos mais ou menos fantasiosos, mas sendo sempre presente a imagem de Dª Amélia, de pé, indiferente ao perigo, fustigando os assassinos com um frágil ramo de flores. Em Londres, os jornais exibiam fotos das campas dos regicidas, cobertas de flores, com a legenda “Lisbon’s shame!” (risco contínuo).
Na edição semanal nº. 416 do “Notícias de Alcobaça”, datada de de 1 de março de 1908, é referido com destaque a notícia de um jornal alemão (cujo nome não é referido) a notícia que transcrevemos:



“REI CINCO MINUTOS”
“O atentado contra a família real portuguesa deu morte instantânea a el-rei D.Carlos, mas o príncipe real sobreviveu a seu pai ainda alguns minutos. Há por isso quem pergunte se n’esses curtos instantes o sr. D. Luis Filippe foi ou não rei de Portugal.
Para dar aos nossos leitores uma resposta segura, consultamos o notável professor de direito da universidade Leipzig, o conselheiro Binding, e este senhor nos garante  que não pode haver a mais pequena dúvida de que, durante os minutos em que sobreviveu a seu pai, D.Luiz Filippe foi rei de Portugal, pois, segundo a lei constituinte portugueza, logo que fique vago o throno, é rei o seu legítimo sucessor, sem que seja necessário qualquer conhecimento ou proclamação.
Portanto, desde que o sr. D.Carlos exalou o  seu último suspiro, ficou D. Luiz Filippe rei de Portugal.
O que há trágico na historia deste jovem príncipe, é que foi indubitavelmente rei, mas rei entre o fogo das balas assassinas e sem nem um instante ter tido a consciência da sua realeza !...
Na notícia do régio e fúnebre cortejo de Lisboa, dever-se-ia dizer: o funeral dos dois reis de Portugal.
Na mesma terra, dois reis sucessivos, entraram na sepultura ao mesmo tempo. É caso único na história da humanidade.”

O tempo não pára e na tarde do dia seguinte presidindo ao Conselho de Estado, com o braço ao peito e envergando o seu uniforme de aspirante da marinha, o novo rei D. Manuel II confessou a sua inexperiência e falta de preparação e pediu orientação ao conselho. Este votou a demissão de João Franco e a formação de um governo de coligação, a que se chamou o Governo "de Acalmação", presidido pelo independente contra-almirante Ferreira do Amaral.
Muitos “cinco minutos” passaram mas a “Acalmação” só durou até 5 de Outubro de 1910. Nasceu a Primeira República, dividida entre esquerda e direita, conservadores e progressistas, seculares e religiosos, que se mostrou igualmente ingovernável.
Estão passados 110 anos. Qualquer semelhança com “tempos ingovernáveis” é pura coincidência !
JERO