terça-feira, 30 de março de 2021

P1285: MAIS UM ESPÉCIME DA FAUNA DA LAPÓNIA

 O nosso camarigo José Belo vem falar-nos hoje de uma ave considerada importante na fauna local da Lapónia, ao ponto de ser o escudo de armas representativo de Kíruna, a capital da Província.

           APRESENTANDO A RIPA

Chama-se "Ripa" e tem uma plumagem de verão muito semelhante às nossas perdizes.

No Inverno, em perfeita camuflagem para com a neve, muda as penas para totalmente brancas.

Apesar da semelhança não faz parte desta família de aves mas sim da dos faisões.

No norte de toda a Escandinávia existem cerca de 30 subespécies. A mais frequente, no local onde vivo, já dentro do Círculo Polar, chama-se "Fjällripa". Em sueco significa Ripa das montanhas.

Pode viver em altitudes desde o nível do mar às montanhas com cinco mil (!) metros.

Tem cerca de 30 a 35 centímetros, mas nos vales do sul da Lapónia, com florestas extremamente densas, pode atingir os 40 centímetros.

A "Fjällripa", pela sua abundância e principalmente pelo sabor, é a preferida.

Precisamente como com as perdizes lusitanas, no Verão tudo se torna mais fácil com a ajuda dos cães.

No Inverno, com muitos metros de neve no solo montanhoso, tem que se obter resultados sem a colaboração canina.

Buscar-se as aves nos locais onde caem chega para dar uma boa preparação física, independentemente dos trinta graus negativos e dos ventos fortes da montanha.

Para não referir o encontrá-las caídas na neve com a sua plumagem completamente branca!...

São estas situações que nos fazem muito rapidamente aprender a praguejar em lapão…

A cidade mais importante da lapónia sueca é Kíruna. Na linguagem local Kíruna significa Ripa em sueco. 

O escudo de armas da cidade tem como símbolo a imagem de uma destas aves.

PS - Bem grelhada, com molho de natas, cogumelos e lingonberry... recomenda-se!!!)

Um grande abraço.

José Belo

3 comentários:

joaquim disse...

Ora muito bem!
Lá teremos que ir a tua casa comer umas Ripas!!!

Desde que não sejam de madeira!!!!

Eu levo umas narcejas de escabeche bem portuguesas!!!

Páscoa Feliz, "velho" amigo.

Grande abraço
Joaquim

Hélder Valério disse...

Ora bem, as "Ripas", nas suas variantes, já ficaram apresentadas.

Deu-me curiosidade para saber o que seriam "lingonberry" e fiquei com a ideia de serem umas espécies de mirtilos vermelhos, será?

Quanto aquela parte de "preparação física" para as apanhar quando o gelo, ou neve, é bem espesso, pois calculo que sim e quanto ao "praguejar em lapão" pois também calculo que sim, embora esteja a pensar que se elas (as "ripas") foram de algum modo atingidas é bem possível que alguma pinguinha de sangue possa ter caído, denunciado o local e ser então mais fácil encontrar o "bichinho"....

Boa Páscoa e um abraço.
Hélder Sousa

Anónimo disse...

Peço desculpa pela resposta atrasada pois encontro-me de viagem.

Quanto ao feliz trocadilho do Joaquim quanto às ripas laponicas e as “ripas” lusitana” de boa madeira feitas.....posso garantir que com as temperaturas envolventes as “passarinhas” (salvo seja!) abatidas ,chegam a casa mais duras que as ripas lusitanas.
Mas depois de 24 horas num banho de 2/3 de Sherry e 1/3 de cerveja,grelhadas em seguida numa brasa de urze misturada com madeira de nogueiras bravas acabam por resultar num sabor misto de grelhado/fumado/ levemente amargo-doce.
Bem Vindos!

Quanto ao Amigo Helder:

O “lingon” em sueco é traduzido em inglês por “lingonberry”
Em português???
Francamente que no meu Estoril....não existiam... e como muito bem se dizia no “antigamente”:
O que não existe na linha de Cascais não existe em Portugal! (Saudoso tempo....tão simplificado)
São de facto uma espécie de mirtilo,mas as bagas são menores e de cor encarnada viva, de sabor bastante ácido.

Quanto aos “tirinhos” nas passarinhas referidas, no Inverno não é actividade para amadores.
Se não surpreendidas no solo e aí abatidas a coisa torna-se complicada pois a neve profunda impede o uso dos cães.
Se abatidas já no ar,e a não caírem muito próximo, o seu peso faz com que na queda fiquem quase totalmente enterraras na neve e.... com as penas brancas....
Com as temperaturas normais da época bem inferiores aos vinte e tal graus negativos o sangue do animal não se espalha como aquando temperaturas mais elevadas.
Por tudo isto ,é recomendável quando aqui vierem caçar Ripas que o façam no nosso Verão de 3 semanas (!) e com o auxílio de um cão para tal bem treinado.
Um abraço do J.Belo