sexta-feira, 8 de maio de 2015

P649: DE VOLTA AO SUL DA GUINÉ

No decorrer do nosso último convívio, no passado dia 27 de Março, tivemos o prazer de confraternizar com um novo camarigo, recém-chegado aos nossos encontros.

Trata-se do Manuel Ferreira da Silva, Coronel Reformado. Este camarada é um oficial de carreira vindo das escolas da Academia Militar, onde entrou em 1961. Como combatente comandou a 14ª Companhia de Comandos em Angola e esteve na Guiné de Dezembro de 1971 a Novembro de 1973, nos Comandos Africanos em Bolama e em Gadamael.

Vem agora disponibilizar-nos o texto que se segue, artigo esse que foi publicado na revista da Associação de Comandos, "Mama Sume".

Aqui divulgamos o referido texto, com a devida vénia ao autor e à revista da associação de Comandos, "Mama Sume", onde ele foi publicado.

Uma sugestão, já aqui apresentada noutras ocasiões: Para lerem o texto com mais facilidade primam a tecla CTRL e rodem o botão "scroll" do rato (a rodinha...) para aumentarem o zoom e adaptarem a largura do texto ao tamanho do monitor. Nós experimentámos com 125% de zoom... e lê-se perfeitamente.

A Tabanca do Centro




5 comentários:

Manuel Reis disse...

Muita boa a descrição da batalha de Gadamael, Sr Coronel. Na qualidade de Alf. Mil da C.Cav 8350 também estive envolvido da referida batalha, que ainda hoje dói. Ainda ontem, 7 de Maio, um ex-combatente me solicitara ajuda.É recordado pelo camarada que se dedicara à pesca com um pau e um fio, nas margens do rio que banha Gadamael.

Partilho inteiramente da sua descrição. Há situações laterais que também fazem parte desta guerra, que merecem ser referidas, mas que me vou permitir não o fazer.

Pode ser que nos encontremos num dos convívios e possamos conversar sobre o tema. Apesar de termos estado todo o tempo no mesmo local, a realidade é que o nosso contacto foi mínimo.

Numa 1ª fase estive nas proximidades da enfermaria a ocupar-me do melhoramento das valas com todos os meus homens. Numa 2ª fase fui colocado no fundo da pista, partilhando o espaço com as Companhias de Para-quedistas.

A estes devemos todos nós estar gratos, tal o empenho, sabedoria e coragem que puseram na sua actuação. Sem eles Gadamael não resistia.

Um grande abraço.

Manuel Reis

Bmonteiro disse...

Dien Bien Gadamael.
Ou Dien Bien Fhu Quase.
Elucidativo, de uma guerra destinada a ser perdida. Como todas.
Ferreira da Silva, centurião de nome com ressonância há muito na minha memória, apesar de não conhecido pessoal.
Junto, testemunho de um tribuno romano: Tiberius Gracchus (a enviar via Net)
Bm

JOSE CASIMIRO CARVALHO disse...

Concordo. Fico triste de não ter sido mencionado como um dos condutores de Berliet que debaixo de morteirada intensa, arriscou a vida a municiar as Bocas de fogo, talvez com o Cabo Raposo. A foto da Berliet no cais a descarregar é de minha autoria, para que conste. Quanto ao resto é fiel a descrição, bem como a heroicidade e capacidade de Comando do Ferreira da Silva. Fiz parte da Patrulhas que sofreu a emboscada, 4 mortos e 1 ferido (o Pica). Um abraço e Parabéns ao Autor, que bem admiro

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro Bmonteiro

este blogue tem regras muito precisas.

O tipo de comentário que foi colocado não se coaduna com as mesmas pelo que foi apagado.

Um abraço

Anónimo disse...

Embora esta descrição não se reporte aos vários períodos em que estive na Guiné, conheci através das evacuações aéreas os locais neste texto referenciados. Já nos anos de 1966 a 69,acorríamos a essas zonas. Não conheço o Sr. Cor. Cmd Ferreira da Silva, mas a sua pormenorizada descrição faz-me ao lê-la, situar-me na Guiné e recordar alguns cenários de destruição, principalmente no que se refere aos feridos que socorríamos. Esse período da guerra sem o apoio da FA, pelo aparecimento dos mísseis, foi pelas descrições referenciadas, um período muito desgastante e frustrante para os que no terreno,tinham que combater, defender e acautelar também a defesa das populações, com os recursos que iam diminuindo e até faltando, como descreve. Também não deve ter sido fácil para quem comandava e tinha que decidir da forma como tinham que atuar. Conheci todos os oficiais paraquedistas aqui mencionados e congratulo-me pela forma como descreve a ação dessas tropas, de que muito me orgulho ter pertencido. São memórias que ficaram gravadas e que não se esquecem facilmente. Também no Livro do Cor. Para. M Calheiros, a "Última Missão", há pormenores que nos fazem voltar atrás no tempo!.. Os meus cumprimentos Sr. Cor Ferreira da Silva. Obrigada ao Miguel, por nos ter dado a conhecer este emocionante relato. Mª Arminda