Com a devida vénia, fomos rebuscar no blogue do JERO esta história acabadinha de sair... Podem ver este e outros textos do JERO no blogue http://jeroalcoa.blogspot.pt/ , de que temos ligação directa na coluna da direita, n' "O Sítio dos Camarigos".
Os editores
UMA CHAMADA A HORAS MORTAS...
Uma “chamada” com que ninguém contava…
Saber lidar com a morte é algo difícil
para a maioria das pessoas. Nessas horas o sentimento de dor e desespero pela
perda é muito difícil de ultrapassar pelos familiares e amigos próximos.
Mas depois há as profissões que convivem
de perto com a morte.
Uma
das profissões em que isso acontece – quase sempre em condições dramáticas - é a
do perito legista. Trabalhando no
Instituto Médico Legal esses profissionais, na maioria das vezes, realizam
perícias de mortes trágicas, que envolvem acidentes ou assassinatos.
Há ainda o caso dos coveiros que precisam trabalhar perante o sofrimento e a dor dos
familiares do ente querido que vai a enterrar.
Mas ainda antes do acto de sepultar os
mortos, existe o serviço das funerárias , onde os seus funcionários,
normalmente conhecido por cangalheiros,
preparam o corpo para a última viagem. Vestem,
fazem maquiagem, cortam o cabelo, fazem a barba, colocam flores no caixão, para
que fique uma boa impressão do falecido durante o velório. Para que um corpo
fique pronto gastam-se largos minutos. Quando não são horas.
Feito o contexto do tema que hoje abordamos
vamos ficar por “estórias” que constam acerca de alguns velórios.
Desde a daquele
homem do campo, cujo caixão foi transportado durante alguns quilómetros em cima
de um burro até à Igreja, e que caiu tantas vezes durante o percurso que,
durante o velório, abriu os olhos e voltou (momentaneamente) à vida...assustando toda a
gente.
Ou a de um pescador já idoso, que no
velório na capela da sua naturalidade, “acordou” e se levantou por momentos do
caixão onde repousava, sujeitando-se de imediato a um ralhete da sua (assumida)
viúva, que rapidamente o aconselhou a deitar-se de novo pois as despesas do
funeral já estavam feitas…
A última é dos nossos dias e aconteceu
durante o velório numa capela duma igreja duma aldeia do Litoral Oeste.
Na preparação do corpo para o funeral o
cangalheiro, que trabalhava sozinho, reparou que o casaco do morto era do mesmo
padrão e cor do que trazia vestido, mas com uma diferença. Era novo e o seu
…nem por isso. E quanto a tamanho? Eram iguais. O cangalheiro pensou em voz
alta (ou teria sido em voz baixa…) que o morto não se ia importar e fez a
troca.
Seguiu-se o velório. As horas foram
passando e, como é habitual, com o decorrer do tempo as condolências foram
escasseando e na capela mortuária ficaram os familiares mais próximos e dois ou
três amigos indefectíveis. E o cangalheiro.
Perto da meia-noite tocou um telemóvel.
Uma, duas, três, quatro vezes e mais vezes. Ninguém atendia. Os presentes
olhavam uns para os outros mas o som do telemóvel parecia cada vez mais
estridente no silêncio da noite que já ia longa.
Mas o mais estranho de tudo era que o
som do telemóvel parecia vir de dentro do caixão…
O longo minuto terminou quando o
cangalheiro bateu com a mão na própria cabeça e foi “ajeitar o corpo” no
caixão. O som do telemóvel deixou se ouvir.
Vá se lá saber porquê!!!
Quem é que ia esperar uma “chamada” a horas mortas…
JERO
5 comentários:
Boa Jero!
Tens que me dizer qual a aldeia das nossa redondezas ... eheheh
Um abraço
Sabe sempre bem "saborear" uma história do JERO.
Um abraço amigo
Vasco
Tá muinta boua amigo JERO, são mesmo dos nossos lados do OUSTE da nha aldeia quem sabe....
Amigo um abraço do Manuel Lopes
Estão muito boas amigo Jero. Ainda bem que o toque foi de um morto daí do seu lado e não cá do meu. Continue com essa boa disposição que bem falta nos faz. Um abraço. Mª Arminda
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