A FORÇA DA NATUREZA...
A propósito das imagens do aquartelamento de Guileje publicadas recentemente no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, abarcando o início da década de '70, vieram-me à memória algumas fotos que ali tirei quando da nossa visita (minha e da Giselda) àquele local, integrados numa equipa que em 1995 ali filmou um documentário sobre a retirada de Guileje (filme realizado pelo José Manuel Saraiva).
Uma delas (foto abaixo) mostra a antiga placa de helicópteros, então já inundada de uma vegetação frondosa, fruto de 20 anos de abandono. Vê-se perfeitamente que várias árvores romperam o cimento proporcionando-nos já nessa altura boas áreas de sombra...
Lembrei-me então que 22 anos antes, mais propriamente em 26 de Março de 1973, ali tinha estado pela última vez, aguardando com alguma ansiedade a minha evacuação para Bissau, deitado na maca do AL-III. Para além do pessoal do aquartelamento que me rodeava, curioso, a placa estava totalmente liberta de obstáculos, como convinha à sua função...
As outras três fotos, também curiosas, testemunham o crescimento de uma árvore através de uma viatura militar ali abandonada (uma Berliet?). A árvore atravessou a estrutura da viatura e só não levantou mais esta porque outra vegetação à volta o impediu... Para se ver a força da natureza! Provavelmente a viatura agora já desapareceu...
PS - As fotos coloridas pertencem ao Miguel Pessoa. A foto a preto e branco é propriedade do nosso camarigo Carlos Santos, que ma disponibilizou - e que eu reproduzo, com a devida vénia.
Miguel Pessoa
8 comentários:
Se a natureza tem força, então em África ainda se nota mais essa força da natureza.
Gostei de ver!
Um abraço
A história escreve-se com base em testemunhos, buscas e pesquisas, mas neste caso há aqui muito para os historiadores passarem ao papel visto que o Miguel lhes está a dar um manancial de factos nos vários tempos com mais de 20 anos de intervalo. Parabéns ao Miguel. Obrigado Miguel.Há muita coisa para ser escrita.
Eis o que se chama um blogue ativo.
Parabéns!
Ley Garcia
Muito interessante.
É realmente costume referir-se "a força da natureza" e imediatamente nos ocorrem imagens da inundações, de vagas alterosas e/ou destruidoras, de desabamentos de terras, das consequências dos terramotos, tsunamis, vulcões, etc., ou sejam, actos súbitos e normalmente violentos, mas temos aqui uma outra forma de evidenciar essa força, que no caso é resultado duma evolução lenta mas firme.
Dá que pensar.
Abraço
Hélder S.
Faço ideia de que o Miguel e a Giselda sentiram quando regressaram lá.
Infelizmente a natureza não se regenera com a velocidade com que é destruída e na Guiné-Bissau o deserto avança a norte e a água salgada tem ocupado o lugar da doce.
A desmatagem para a produção de carvão, bem com o abandono da agricultura tradicional como forma de obtenção de melhores rendimentos, está a provocar graves problemas ambientais. Para mal da Humanidade não é só lá.
Mas como podem os pobres pensar em ecossistemas de barriga vazia?
Um abraço
Este comentário é do Juvenal Amado que me pediu há dois dias para aqui colocar.
Do atraso, peço desculpa.
Joaquim
Gostei de ver esta reportagem do amigo Miguel.De imediato o meu pensamento trasportou-me para aquela terra, que recordo com o capim a crescer dia a dia, com uma rapidez!.. era mesmo uma força da natureza. Um abraço Mª Arminda
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