terça-feira, 2 de outubro de 2012

P264: ALBUM DE RECORDAÇÕES - 1

A FORÇA DA NATUREZA...

A propósito das imagens do aquartelamento de Guileje publicadas recentemente no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, abarcando o início da década de '70, vieram-me à memória algumas fotos que ali tirei quando da nossa visita (minha e da Giselda) àquele local, integrados numa equipa que em 1995 ali filmou um documentário sobre a retirada de Guileje (filme realizado pelo José Manuel Saraiva).
Uma delas (foto abaixo) mostra a antiga placa de helicópteros, então já inundada de uma vegetação frondosa, fruto de 20 anos de abandono. Vê-se perfeitamente que várias árvores romperam o cimento proporcionando-nos já nessa altura boas áreas de sombra...

Lembrei-me então que 22 anos antes, mais propriamente em 26 de Março de 1973, ali tinha estado pela última vez, aguardando com alguma ansiedade a minha evacuação para Bissau, deitado na maca do AL-III. Para além do pessoal  do aquartelamento que me rodeava, curioso, a placa estava totalmente liberta de obstáculos, como convinha à sua função...


As outras três fotos, também curiosas, testemunham o crescimento de uma árvore através de uma viatura militar ali abandonada (uma Berliet?). A árvore atravessou a estrutura da viatura e só não levantou mais esta porque outra vegetação à volta o impediu... Para se ver a força da natureza! Provavelmente a viatura agora já desapareceu...



PS - As fotos coloridas pertencem ao Miguel Pessoa. A foto a preto e branco é propriedade do nosso camarigo Carlos Santos, que ma disponibilizou - e que eu reproduzo, com a devida vénia.

Miguel Pessoa

8 comentários:

Joaquim disse...

Se a natureza tem força, então em África ainda se nota mais essa força da natureza.

Gostei de ver!

Um abraço

Joaquim disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Joaquim disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Carlos Pinheiro disse...

A história escreve-se com base em testemunhos, buscas e pesquisas, mas neste caso há aqui muito para os historiadores passarem ao papel visto que o Miguel lhes está a dar um manancial de factos nos vários tempos com mais de 20 anos de intervalo. Parabéns ao Miguel. Obrigado Miguel.Há muita coisa para ser escrita.

Ley Garcia disse...

Eis o que se chama um blogue ativo.
Parabéns!
Ley Garcia

Hélder Valério disse...

Muito interessante.
É realmente costume referir-se "a força da natureza" e imediatamente nos ocorrem imagens da inundações, de vagas alterosas e/ou destruidoras, de desabamentos de terras, das consequências dos terramotos, tsunamis, vulcões, etc., ou sejam, actos súbitos e normalmente violentos, mas temos aqui uma outra forma de evidenciar essa força, que no caso é resultado duma evolução lenta mas firme.

Dá que pensar.

Abraço
Hélder S.

Anónimo disse...

Faço ideia de que o Miguel e a Giselda sentiram quando regressaram lá.

Infelizmente a natureza não se regenera com a velocidade com que é destruída e na Guiné-Bissau o deserto avança a norte e a água salgada tem ocupado o lugar da doce.

A desmatagem para a produção de carvão, bem com o abandono da agricultura tradicional como forma de obtenção de melhores rendimentos, está a provocar graves problemas ambientais. Para mal da Humanidade não é só lá.

Mas como podem os pobres pensar em ecossistemas de barriga vazia?

Um abraço

Este comentário é do Juvenal Amado que me pediu há dois dias para aqui colocar.

Do atraso, peço desculpa.
Joaquim

Anónimo disse...

Gostei de ver esta reportagem do amigo Miguel.De imediato o meu pensamento trasportou-me para aquela terra, que recordo com o capim a crescer dia a dia, com uma rapidez!.. era mesmo uma força da natureza. Um abraço Mª Arminda