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Amigo Vasco,
Se fosse de provocações, o que não é o caso, diria Basco do Porto, não Basco do país Basco...
Vamos ao que importa, há muito que não conversamos e esta é uma boa forma de o fazermos.
Não sei se devia, dever é obrigação e essa não a considero ter, mas acho que se justifica fazê-lo e isso faço-o com agrado, responder-te a um e-mail que enviaste há já alguns dias, sobre o qual não me tem apetecido muito falar ou escrever o que, para o caso é o mesmo.
São necessárias propostas para avançarmos alguma coisa de concreto sobre os antigos militares ou combatentes, para o efeito e para mim é-me indiferente os nomes que dão às coisas, o que já não é sobre o que se faz sobre ou para essas coisas. Quero com isto dizer que tu avanças algumas sugestões e bem, em meu entender, mas ou andamos todos distraídos ou eu não tenho capacidade para acompanhar tanta areia, isto porque tenho visto cada vez aparecerem mais tabancas, mais grupos organizados, mais ajudas para aqui, para ali, para acolá e sei que o mais fácil é dividir quando não temos força nem capacidade para resolver nada. O Mexia Alves diz, e em meu entender também bem, que não vamos ter capacidade financeira para resolver os problemas, o que é verdade, devíamos então centrar-nos em procurar forçar quem os pode e tem obrigação de resolver e deixarmos de voluntarismos e novas organizações que só nos dividem em lugar de nos unirem. Na realidade, sempre que se fala dizemo-nos unidos, mas cada vez criamos mais divergências com o mesmo fim em lugar de convergências, talvez seja eu que estou a ver mal, mas já tudo existe, temos é que forçar para que funcione.
Já existe em Braga uma coisa que dá pelo nome de Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, a ADFA, A Liga dos Antigos Combatentes... mais não sei quantas organizações e tabancas todas com a finalidade de ajudarem uns e outros, alguns com direito a dinheiros públicos, outros apenas com peditórios ou venda de rifas ou outro tipo de sorteios, porque não então inovarmos e perdermos o direito à visibilidade do nome e procurarmos unir estas instituições todas para que em conjunto com as novas que surgiram façam, de uma vez por todas alguma coisa que se veja que não apenas elegerem direcções por força dos estatutos para depois se dizerem seus representantes.
O José Martins, aqui em Odivelas, tem travado alguma luta com as entidades oficiais na procura de encontrar solução para os sem abrigo aqui de Odivelas. Em conversa com ele falei-lhe e mostrei-lhe que não adianta procurar tratar as feridas se não procurarmos saber as causas e solucionar os problemas, gastam-se as energias, o dinheiro e a vontade esbate-se. Falei-lhe do espaço que ele apresentou no blogue do Luis Graça, Runa, destinado aos militares mas com gestão dos serviços sociais ou coisa parecida, quer dizer ao abandono ou quase. Aquele espaço podia albergar todos os veteranos com problemas e ter um plano de consultas que, de acordo como acontece com outros hospitais, podiam os doentes ser transportados nas viaturas dos Bombeiros, do INEM ou das Associações existentes localmente.
Estas são apenas algumas das possibilidades e dos exemplos que posso deixar.
Sobre os almoços em que participo sempre com muito gosto desde que possa, defende o Mexia Alves que servem para o pessoal falar uns com os outros, não para tratar estes assuntos, para isso servem os blogues e os contactos pessoais, embora me pareça mais difícil chegarmos a decisões dessa forma, respeito a opinião dele e aguardo para ver como e quando é tomada uma decisão e qual.
Não sei se respondi cabalmente ao que era pretendido, mas fiquei de bem comigo e isso também é bom, um pouco de egoísmo pessoal para nos valorizar quando não pretendemos outro forma de reconhecimento e não vejas aqui mais do que aquilo que está escrito, já me conheces.
Dado que o teu escrito foi enviado para a Tabanca do Centro e eu falo aqui no José Martins, e no Mexia Alves, vou enviar este mesmo e-mail para ele e para o grupo do Cadaval, já lhe chamam este nome, embora eu continue a gostar mais de bando.
Um abraço e até dia 26 em Monte Real.
Um abraço
Belarmino Sardinha
Camaradas,
Eu estou como o Belarmino: um pouco desinteressado
Explico: em Outubro passado, a propósito das pensões que não chegam para todos, também se blogou bastante a propósito dos antigos combatentes deserdados pela sorte e ostracizados pelas entidades. Gritaram-se fúrias, deram-se sugestões, desde manifestações por todo o país, até uma manifestação que seria convocada pela tal Associação, acho que em colaboração com a Liga.
Na ocasião eu fiz a minha proposta no blogue, através de um ou dois comentários. E "recebi indicação para estar calado" face à mobilização que já referi. Que tinha data e tudo: 13 de Janeiro 2010. O Mário Pinto exultava.
Parece que nada aconteceu.
Eu tenho a minha opinião sobre a Liga e sobre as Associações subsidiadas. Normalmente não agem, evitando o risco de perder os subsídios. O presidente da Liga é um General, logo, os filiados só têm que baixar a bola. A tal associação, não sei como funciona, mas não lhe conheço actividades, nem alguma vez apreciei o relatório de contas. Estas coisas, suportadas pelo Estado, servem para prometer, baralhar, complicar, e deixar para os vindouros qualquer solução. Têm subsídios orçamentados, e os tempos não aconselham excessos.
Estas entidades de carácter caridoso, ainda se vêem menos que o saudoso Mov. Nac. Feminino.
Assim, reitero a minha disponibilidade em participar no que quer que seja, desde que concorde e lhe adivinhe alguma eficácia. Nem que seja para descobrirmos alguma face oculta: a dessolidarização do Estado, perante situações tão chocantes e a produção de leis absurdas. Mas tem que haver organização, um plano de acções, capacidade para publicitar todos os actos e agitar a opinião pública. Last but not the least, capacidade para confrontar o Estado.
Por isso também concordo com o Mexia Alves. Qualquer movimento e organização no sentido de se obter solidariedade, não pode resolver-se em almoçaradas. Mas pode convocar-se um convénio entre nós, a partir de um projecto base, o que pressupõe um núcleo dinamizador, e o convénio pode desenrolar-se, simultaneamente em quatro ou cinco cidades do país, já que haverá uma declaração de princípios reivindicativos ou outros, e a participação de cada um para os objectivos a apresentar.
Abraços fraternos
José Dinis
Se fosse de provocações, o que não é o caso, diria Basco do Porto, não Basco do país Basco...
Vamos ao que importa, há muito que não conversamos e esta é uma boa forma de o fazermos.
Não sei se devia, dever é obrigação e essa não a considero ter, mas acho que se justifica fazê-lo e isso faço-o com agrado, responder-te a um e-mail que enviaste há já alguns dias, sobre o qual não me tem apetecido muito falar ou escrever o que, para o caso é o mesmo.
São necessárias propostas para avançarmos alguma coisa de concreto sobre os antigos militares ou combatentes, para o efeito e para mim é-me indiferente os nomes que dão às coisas, o que já não é sobre o que se faz sobre ou para essas coisas. Quero com isto dizer que tu avanças algumas sugestões e bem, em meu entender, mas ou andamos todos distraídos ou eu não tenho capacidade para acompanhar tanta areia, isto porque tenho visto cada vez aparecerem mais tabancas, mais grupos organizados, mais ajudas para aqui, para ali, para acolá e sei que o mais fácil é dividir quando não temos força nem capacidade para resolver nada. O Mexia Alves diz, e em meu entender também bem, que não vamos ter capacidade financeira para resolver os problemas, o que é verdade, devíamos então centrar-nos em procurar forçar quem os pode e tem obrigação de resolver e deixarmos de voluntarismos e novas organizações que só nos dividem em lugar de nos unirem. Na realidade, sempre que se fala dizemo-nos unidos, mas cada vez criamos mais divergências com o mesmo fim em lugar de convergências, talvez seja eu que estou a ver mal, mas já tudo existe, temos é que forçar para que funcione.
Já existe em Braga uma coisa que dá pelo nome de Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, a ADFA, A Liga dos Antigos Combatentes... mais não sei quantas organizações e tabancas todas com a finalidade de ajudarem uns e outros, alguns com direito a dinheiros públicos, outros apenas com peditórios ou venda de rifas ou outro tipo de sorteios, porque não então inovarmos e perdermos o direito à visibilidade do nome e procurarmos unir estas instituições todas para que em conjunto com as novas que surgiram façam, de uma vez por todas alguma coisa que se veja que não apenas elegerem direcções por força dos estatutos para depois se dizerem seus representantes.
O José Martins, aqui em Odivelas, tem travado alguma luta com as entidades oficiais na procura de encontrar solução para os sem abrigo aqui de Odivelas. Em conversa com ele falei-lhe e mostrei-lhe que não adianta procurar tratar as feridas se não procurarmos saber as causas e solucionar os problemas, gastam-se as energias, o dinheiro e a vontade esbate-se. Falei-lhe do espaço que ele apresentou no blogue do Luis Graça, Runa, destinado aos militares mas com gestão dos serviços sociais ou coisa parecida, quer dizer ao abandono ou quase. Aquele espaço podia albergar todos os veteranos com problemas e ter um plano de consultas que, de acordo como acontece com outros hospitais, podiam os doentes ser transportados nas viaturas dos Bombeiros, do INEM ou das Associações existentes localmente.
Estas são apenas algumas das possibilidades e dos exemplos que posso deixar.
Sobre os almoços em que participo sempre com muito gosto desde que possa, defende o Mexia Alves que servem para o pessoal falar uns com os outros, não para tratar estes assuntos, para isso servem os blogues e os contactos pessoais, embora me pareça mais difícil chegarmos a decisões dessa forma, respeito a opinião dele e aguardo para ver como e quando é tomada uma decisão e qual.
Não sei se respondi cabalmente ao que era pretendido, mas fiquei de bem comigo e isso também é bom, um pouco de egoísmo pessoal para nos valorizar quando não pretendemos outro forma de reconhecimento e não vejas aqui mais do que aquilo que está escrito, já me conheces.
Dado que o teu escrito foi enviado para a Tabanca do Centro e eu falo aqui no José Martins, e no Mexia Alves, vou enviar este mesmo e-mail para ele e para o grupo do Cadaval, já lhe chamam este nome, embora eu continue a gostar mais de bando.
Um abraço e até dia 26 em Monte Real.
Um abraço
Belarmino Sardinha
Camaradas,
Eu estou como o Belarmino: um pouco desinteressado
Explico: em Outubro passado, a propósito das pensões que não chegam para todos, também se blogou bastante a propósito dos antigos combatentes deserdados pela sorte e ostracizados pelas entidades. Gritaram-se fúrias, deram-se sugestões, desde manifestações por todo o país, até uma manifestação que seria convocada pela tal Associação, acho que em colaboração com a Liga.
Na ocasião eu fiz a minha proposta no blogue, através de um ou dois comentários. E "recebi indicação para estar calado" face à mobilização que já referi. Que tinha data e tudo: 13 de Janeiro 2010. O Mário Pinto exultava.
Parece que nada aconteceu.
Eu tenho a minha opinião sobre a Liga e sobre as Associações subsidiadas. Normalmente não agem, evitando o risco de perder os subsídios. O presidente da Liga é um General, logo, os filiados só têm que baixar a bola. A tal associação, não sei como funciona, mas não lhe conheço actividades, nem alguma vez apreciei o relatório de contas. Estas coisas, suportadas pelo Estado, servem para prometer, baralhar, complicar, e deixar para os vindouros qualquer solução. Têm subsídios orçamentados, e os tempos não aconselham excessos.
Estas entidades de carácter caridoso, ainda se vêem menos que o saudoso Mov. Nac. Feminino.
Assim, reitero a minha disponibilidade em participar no que quer que seja, desde que concorde e lhe adivinhe alguma eficácia. Nem que seja para descobrirmos alguma face oculta: a dessolidarização do Estado, perante situações tão chocantes e a produção de leis absurdas. Mas tem que haver organização, um plano de acções, capacidade para publicitar todos os actos e agitar a opinião pública. Last but not the least, capacidade para confrontar o Estado.
Por isso também concordo com o Mexia Alves. Qualquer movimento e organização no sentido de se obter solidariedade, não pode resolver-se em almoçaradas. Mas pode convocar-se um convénio entre nós, a partir de um projecto base, o que pressupõe um núcleo dinamizador, e o convénio pode desenrolar-se, simultaneamente em quatro ou cinco cidades do país, já que haverá uma declaração de princípios reivindicativos ou outros, e a participação de cada um para os objectivos a apresentar.
Abraços fraternos
José Dinis
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Nota: Agradecemos os contributos que vão sendo dados para "aproveitar" a Tabanca do Centro.
Julgo que neste 2º Encontro já poderemos trocar algumas ideias.
Não tendo muito tempo agora, gostaria de dizer, (e é apenas uma "impressão" minha), que as associações que já estão no terreno, tipo Liga dos Combatentes, etc., me parecem estar já bastante "enfeudadas" aos poderes, e espartilhadas em conceitos e preconceitos, mas quem sou eu para o dizer! Joaquim
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1 comentário:
Eu concordo perfeitamente. Tenho comentado com camaradas o valor dessas associações e ligas, bem como das várias ajudas humanitárias. Sei, pelo que leio ou me vão dizendo, que há camaradas com esforços em vários sentidos. Na realidade não compreendi ainda como se pode chegar a algum lado com tanta dispersão.
Mas quem sou eu, que apenas cheguei aqui há coisa de um ano, sem nada entender do que se passa? Fico ao dispôr para uma possível colaboração, desde que tenha cabeça, tronco e membros. Mas não faço ideia de como se pode organizar algo para um bem que todos sabemos que é necessário.
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