segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

P1320: O LAMENTO POR UMA PERDA

Recebemos do nosso camarigo José Belo este texto sobre um poema e música que ainda hoje,  passados mais de 200 anos sobre a sua criação, continua a ser utilizado em cerimónias oficiais.

Refere-nos ele:

Muitas das tradições “de base” da cultura germânica são desconhecidas em Portugal.

Nas nossas idades os Camaradas começaram a desaparecer em ritmo cada vez mais acelerado,  daí este texto.. .”Eu tive um Camarada“.

 

EU TIVE UM CAMARADA…

Texto composto em 1809 pelo poeta alemão Ludwig Uhland e desde aí usado, até aos nossos dias, nas cerimónias fúnebres das Forças Armadas Alemãs e Austríacas.

Funerais de figuras representativas militares ou de simples soldados mortos em combate.

Também usado nos funerais de políticos com altos cargos de algum modo ligados às Forças Armadas,como Presidente da República, Chefes do Governo ou ministros das Forças Armadas.

Como curiosidade, para além do Hino Nacional, a guarda de honra “apresenta armas” quando esta música é tocada.

 


*Ich  hatte einen kameraden*


Tive um camarada

Melhor não se poderia encontrar.

O tambor tocou para a batalha 

Ele caminhou a meu lado

Com o mesmo passo

Uma bala chegou voando

Era a minha ou a tua vez?

Ele foi abatido e caiu aos meus pés 

Como se fora parte de mim

Ergue para mim a mão 

Não a posso segurar 

Tenho que recarregar a arma

Que tenhas paz eterna meu bom camarada

Meu bom camarada!

 

(No YouTube existem vários vídeos com o poema e música.

Ver…… ICH HATTE EINEN KAMERADEN

E na Wikipedia podem pesquisar em

https://en.wikipedia.org/wiki/Ich_hatt%27_einen_Kameraden)

Um abraço do

José Belo

 

3 comentários:

joaquim disse...

O que o coração me diz é: Ouve e cala-te, ou melhor, cala dentro de ti!

Abraço meu amigo José Belo

Juvenal Amado disse...

As bandeiras são sempre diferentes, as causas e razões também mas são sempre por cima do nosso sofrimento. Lembrar os mortos e não cometer os mesmos erros era bom.

Hélder Valério disse...

Embora tardio, aqui deixo o meu pequeno comentário a este artigo:

Considero que se trata se colocar em poema aquilo que também nós conhecemos, que a amizade gerada em condições adversas, neste caso na tropa e, em particular, na guerra, tem laços muito fortes.
E, tal como o Juvenal refere, esses sentimentos são transversais aos diversos povos, países, bandeiras.

Hélder Sousa