sexta-feira, 1 de maio de 2020

P1226: AINDA SOBRE AS BEBIDAS CASEIRAS


CURIOSIDADES SOBRE O ÁLCOOL
E A ESCANDINÁVIA
Na sequência de um texto publicado recentemente no blogue da Tabanca Grande e em resposta a um comentário ali feito - que sugeria a exportação para Portugal da bebida produzida no seu alambique pessoal (*) - o nosso camarigo luso-lapão (**) José Belo não deixou esse comentário sem resposta. Aqui fica ela:
José Belo
Tenho que admitir que a sugestão quanto a possível exportação da minha ***multidestilada/90%+*** para o nosso querido Portugal me obrigou a usar a máquina de calcular grande parte da noite.
A atrever-me a mudar o nome comercial que amigavelmente me sugeriu (calorífico/engarrafado) pelo - quanto a mim mais vendável, por bem masculino… - (esquentamento/engarrafado)... a coisa teria sucesso certo. É claro que esta escolha de nomes comerciais elegantes (!...) fez-me, nos seus meandros profundos dialéctico-existenciais, perder o sono durante grande parte da noite.
Lá fui obrigado a abrir e INALAR (!) a multidestilada/90%+. E em resultado destas inalações nocturnas, ao olhar da minha janela para os nevões que continuam a cair lá fora, tudo se complicou.
As renas, que ao "luar entre nevões quase se tornam pavões" alternavam-se com bonitas, e muito comerciais, garrafas de cristal.
Obviamente que ao recolocar a rolha na garrafa para evitar tais inalações, rapidamente me apercebi ser tal exportação moralmente impossível para mim. Não poderia de modo algum, neste momento grave do vírus, vir a concorrer com as farmácias lusitanas quanto ao seu álcool etílico de 90+.
E por que escrevo farmácias lusitanas?
Porque tanto na Suécia como na Noruega e Finlândia esse tipo de álcool não pode ser vendido nas farmácias pois, a sê-lo, seria consumido misturado em bebidas variadas.
Aqui chama-se álcool hospitalar. Médicos passam receitas a amigos aquando de festas.

Alguns dos vodkas caseiros preparados nos lares suecos
É difícil de se acreditar, mas posso dar um exemplo passado comigo quando vim para aqui há 40 anos. Até então habituado a usar a água de colónia "Brut", muito "bem" nos meus Estoris e Cascais de então, fui procurá-la em Estocolmo.
Informaram-me que a mesma, e muitas outras, não eram vendidas por conterem um elevado teor de álcool. Ainda procurei saber se a causa seriam alergias ou algo semelhante mas as respostas em todos os locais foram... que se não vendia porque eram bebidas em "drinks"…

Quarenta anos passados, recordo como se fosse hoje, que me vieram então à memória as monumentais bebedeiras dos soldados Balantas na Guiné que... também bebiam tudo de tudo… !

Mas não se ficou por aqui este nosso camarada. Passando períodos prolongados nos Estados Unidos da América, onde mantém uma casa, sugeriu-nos ainda uma receita do Wild West que combina whisky (bourbon) com bacon fumado… produtos incompatíveis à primeira vista…
Mas refere-nos ele:
Sobre esta receita do Wild West ter em atenção que:
O bacon deve ser fumado (!) e bem frito, sem queimar (!).
O bacon deve ficar toda a noite mergulhado no copo.

(Será certamente este detalhe do "toda a noite" que faz com que esta bebida nunca seria popular na... Lapónia!)


Para além do sabor  fumado, a gordura do bacon dá um "arredondamento-encorpado" à bebida, tornando o Bourbon mais agradável do que à primeira vista se possa pensar.

Um copo destes ao pequeno almoço e não há micróbio que se aguente!

(Quase me atrevia a enviar a receita e tratamento para a revista Karas…) (***)

José Belo
(*)  Lá bem no Norte da Suécia, na sua querida Lapónia
(**) Que já tem mais anos da Suécia do que de Portugal…
(***) A receita não vai para a Karas, mas fica aqui no blogue...

2 comentários:

Anónimo disse...

Tendo em conta as nossas idades,e principalmente para os mais "esquezitos" quanto a gorduras e carnes de porco,lembro haver uma mais saudável alternativa para esta receita medicinal.

Obviamente näo se pode colocar o bacon "na borda" do inexistente prato.
Mas é sempre possível o colocar ao...lado do copo!

Aquele ,sempre respeitoso, abraco do J.Belo

Hélder Sousa disse...

Olá!

Algumas das coisas aqui colocadas fazem-me lembrar os tempos da Guiné.

Realmente o "Brut" de "Faberge" (salvo erro) era bem do "nosso tempo", embora sendo mais caro que o "Old Spice", que assim era mais corrente.
Isto como "after shave" ou "eau de cologne", pois em termos de desodorizantes havia mais outras coisas.
Convenhamos que não seria muito "avisado" ir para uma emboscada ou mesmo uma nomadização exalando "aromas fortes".

Mas reconheço que essa questão dos "cheirinhos" funcionava como uma espécie de "compensação" para o afastamento das rotinas anteriores.

Um camarada meu de Curso (TSF) e de funções (Escuta) usava e abusava de "Eau Sauvage" da "Dior" porque, dizia, lhe lembrava os bons momentos passados com a namorada!

Hélder Sousa