quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
P1265: UM CONTO DE NATAL
UMA COMEMORAÇÃO DIFERENTE
Como seria possível, com a situação de pandemia, juntar
os seus dois filhos e as suas famílias no Natal, como sempre faziam todos os
anos?
Vivendo longe uns dos outros, era a única noite do ano em
que a família toda se juntava, pais, filhos e netos.
Decidiram então propor a todos que cada um tomasse a decisão de vir (ou não), passar o Natal, na certeza de que a sala da casa, sendo grande, dava para todos estarem à distância necessária com as máscaras colocadas.
Seria muito estranho, mas ao menos, poderiam olhar-se nos
olhos.
Quanto à ceia de Natal, haveria uma mesa no meio da sala,
e cada um iria servir-se e voltava para o lugar marcado para cada família - e
afastados uns dos outros.
Quanto mais pensavam naquilo, mais achavam estranha a situação, mas ficaram felizes quando todos disseram que viriam, então, passar o Natal.
O dia 24 chegou e com ele começaram a chegar os filhos e as suas famílias, para dar vida aquele casarão enorme, que normalmente estava vazio só com eles os dois.
Foram muito emocionais as chegadas, tanto mais que os cumprimentos eram “longínquos”, para não colocar em risco quer as crianças, quer os mais velhos.
Era uma coisa muito confusa pois pareciam famílias dentro de uma família!
Quando chegou a hora da ceia e já estavam todos na sala nos lugares previamente designados para cada família, (com as crianças um pouco irrequietas, o que era normal), ele, o pai da família, pediu a todos que, depois de irem buscar a comida e quando tirassem as máscaras para comer, fizessem um momento em que todos olhariam uns para os outros e sorririam de modo a que se pudessem ver sem a barreira da máscara.
E assim foi.
Depois de se servirem, estando todos nos seus lugares, tiraram as máscaras e olharam uns para os outros, sorrindo e com algumas lágrimas incontidas correndo por algumas caras.
As crianças, claro que achavam tudo aquilo muito
estranho, mas a visão dos presentes junto ao presépio ultrapassava a sua
estranheza.
Então ele, o pai da família, pediu a todos que rezassem um Pai Nosso pela família e também por todos os que não tinham Natal.
E foi extraordinário, porque parecia que todos estavam de
mãos dadas e que uma só voz fazia subir a oração ao Céu.
E o mais pequenito, que já falava, gritou de alegria: Que bom é o Natal!
Joaquim Mexia Alves
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
P1264: APOIO A OUTROS CAMARADAS
Caros camarigos da Tabanca do Centro
Infelizmente, por força da pandemia, os nossos almoços mensais estão adiados até ao dia em que voltemos a dar abraços.
Assim, já não há possibilidade de recolher mais donativos para a ajuda aos combatentes necessitados, que foi sempre uma das metas a que a Tabanca do Centro apontou, para além do óbvio e salutar convívio entre todos nós.
A última entrega de donativos que fizemos foi em Novembro de 2016, mês em que entregámos ao Manuel Reis 500€ para ajuda de combatentes seus conhecidos muito necessitados, e 700€ à Liga dos Combatentes, Núcleo de Leiria, para ajuda de vários casos pela Liga apontados como realmente necessitados.
Desde então, até Fevereiro de 2020, (mês em que ficaram suspensos os almoços da Tabanca do Centro), recolhemos 864€, que iremos dividir do seguinte modo:
1 – Para o Manuel Reis 350€, como ajuda a um combatente muito necessitado.
2 – Para a Liga dos Combatentes, Núcleo de Leiria, 514€, como ajuda aos casos pela Liga apontados, dos quais nos fará chegar a listagem especifica.
Assim esperamos todos proporcionar um Natal mais “cheio” àqueles que vão beneficiar da generosidade dos membros que se reúnem na Tabanca do Centro, em Monte Real, onde - esperamos sinceramente - voltaremos a encontrar-nos num futuro que todos queremos breve.
Abraços
para todos
Tabanca
do Centro
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
P1263: CENAS GRAVADAS NA NOSSA MEMÓRIA
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Juvenal Amado |
Muitos anos depois, soube que estava bem, que tinha ultrapassado aquele dia em que pensou resolver os seus problemas através daquela granada.
Nota do Juvenal Amado:
Para este camarada foi possivelmente demais o terceiro Natal!
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
P1262: PUXANDO PELA MEMÓRIA...
Hélder Valério Sousa |
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Natal 1970 - Brinde |
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Jantar Natal 1970 |
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
P1261: MARIA ARMINDA SANTOS - HISTÓRIA DE VIDA
Com a devida vénia ao Blogue dos Especialistas da BA12 e à autora do texto, reproduzimos um escrito publicado há algum tempo naquele Blogue, em que a nossa camarada Enfermeira Paraquedista Maria Arminda Santos resume a sua história de vida até ao presente - uma vida preenchida e cheia de memórias inesquecíveis.
Muitos de nós já a conhecem de convívios da Tabanca do Centro em que esteve presente. Aqui podem ficar a saber mais um pouco do que foi a sua vida pessoal e profissional, embora haja que reconhecer a dificuldade de se poder sintetizar em poucas linhas uma experiência pessoal tão rica e variada...
A VIDA É OS DIAS QUE NOS LEMBRAMOS
Mª Arminda Santos |
Nasci em 1937, em Setúbal, a mais nova de seis irmãos, mas apenas três
sobreviveram para me acompanhar pela vida; o João (nascido vinte anos antes de
mim), a Ivone e a Gracinda. Não me recordo da minha mãe, que faleceu com febre
tifoide, tinha eu dois anos e meio. Nessa altura, a tia Maria do Rosário, sua
irmã, veio para nossa casa orientar as nossas vidas, acabando por se casar com
o meu pai e tornando-se uma verdadeira mãe. Faleceu quando eu tinha oito anos.
Depois, tive várias mães, a minha irmã Gracinda, a minha cunhada Laura,
vizinhas e empregadas. O meu pai trabalhava na Mobil Oil, fazia a distribuição
de combustíveis no Alentejo, permanecendo em casa apenas no fim de semana.
Habitávamos no Bonfim, zona verdejante da cidade, com palmeiras, plátanos,
mimosas e lodeiros, rodeada de quintas com abundantes pomares. Com os vizinhos
formávamos uma grande família. Nas noites de verão, os adultos ficavam à porta
a conversar, e nós a apanhar pirilampos que guardávamos em caixas de fósforos.
Passava os dias a brincar livremente no campo, à macaca, pião, eixo, trinta e
um, berlinde, e à bola, onde, à vez, era jogadora e massagista, uma
“maria-rapaz”, alegre e traquina. Um dia, um dos miúdos mandou-me uma coleção
de bandeirinhas dos países, uma forma de pedir namoro. Era o Álvaro, com quem
vim a casar.
Setúbal antiga |
Não havia infantários e, aos três anos, fiquei ao cuidado de uma mestra,
com quem aprendi a ler e fazer contas. Tive uma boa instrução; quando ingressei
na escola oficial fui diretamente para a segunda classe, e só não fiquei na
terceira por ser demasiado jovem. Concluí a escolaridade obrigatória aos nove
anos com distinção e o meu pai decidiu que eu não continuaria os estudos.
Achava-se próximo da reforma e planeou voltar à sua aldeia para tratar das
terras. Estava-me reservado acompanhá-lo, pelo que fiquei dedicada às tarefas
domésticas.
Em outubro de 1951, o meu pai foi internado no Hospital dos Capuchos, em
Lisboa, para ser operado a um tumor. Fui para casa da prima Gertrudes, que vivia
lá perto, e visitava-o diariamente para lhe levar melhores refeições. Na
véspera de ser operado chovia muito, razão que levou a minha prima a impedir-me
de o visitar, apesar da minha insistência. Faleceu nesse mesmo dia, 9 de
novembro, por erro médico durante a transfusão prévia à operação. O funeral
realizou-se a 14 de novembro, dia do meu 14.º aniversário. Foi um desgosto
enorme que permanece vivo na minha memória, tal a emoção com que o senti.
Por ser menor de idade, a empresa do meu pai enviou a nossa casa uma
assistente social, a Dra. Irene Aleixo. Por decisão unânime dos meus irmãos, o
valor da pensão a atribuir seria usado para eu voltar a estudar. O meu irmão
foi nomeado tutor e iniciou-se a procura de um colégio interno. No dia 2 de
fevereiro de 1952, Dia da Senhora das Candeias, entro no colégio da Congregação
das Irmãs de São Vicente de Paulo, em Lisboa. Chorei convulsivamente, depois de
o João partir. Fui confortada pelas Irmãs e apresentada às colegas. Rapidamente
fiz amigas.
Fui uma aluna aplicada, apesar de algumas diabruras que me valeram sérias
reprimendas. Concluí, no primeiro ano letivo, o 1.º e o 2.º anos, para espanto
de Irmãs e colegas. Era também uma desportista nata; jogava ténis, basquetebol,
patinava e era a capitã da equipa de voleibol nos torneios entre escolas.
Durante os anos que fiquei no colégio só vim a casa nas férias de Natal e
Páscoa e nas férias grandes. Passava os fins de semana com as Irmãs, que nos
levavam a visitar os pobres dos bairros próximos do colégio.
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Colégio e Escola de Enfermagem de São Vicente de Paulo Foto recente |
A existência do ensino de Enfermagem em Lisboa deve-se à Irmã Eugénia,
senhora brasileira, neta de portugueses, com grande visão e dinamismo que,
juntamente com o Prof. Francisco Gentil, impulsionou a criação da Escola de
Enfermagem de São Vicente de Paulo, que iniciou atividade a 14 de novembro de
1937 (data do meu nascimento).
Em outubro de 1955, iniciei a primeira etapa do meu grande sonho, ser
enfermeira, algo que vinha dos tempos de “massagista” e se acentuara nas
visitas ao meu pai, no hospital. Fiz o curso com todo o empenho e tive a grande
satisfação de ser uma das melhores alunas. Apresentei-me, em junho de 1958, na
Escola Artur Ravara para prestar provas de Estado, tendo passado com a
classificação de 18 valores (Muito Bom com distinção).
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Hospital de Santa Maria |
Nesse período já namorava o Álvaro, que, em 1959, partira para a Índia no
Serviço Militar Obrigatório. Regressou, em abril de 1961, no navio Niassa. Este
mesmo navio partiria logo depois para Angola, com um contingente de militares
mobilizado à pressa, após os ataques, um mês antes, por bandos armados com
catanas a populações indefesas. No Santa Maria, o pessoal médico e os
universitários andavam apreensivos com rumores de uma mobilização iminente.
Um dia por esta altura, a enfermeira Mascarenhas (Maria da Nazaré)
perguntou-me: — Ouve lá, Lopes Pereira, eras capaz de largar tudo, de um dia
para o outro, para ir para Angola tratar de feridos? — Respondi-lhe que sim,
pelo que continuou: — Não contes a ninguém porque é segredo, mas a Madre
Superiora da minha escola está a formar um grupo de onze enfermeiras para esse
fim. Até já fizemos exames médicos, mas uma chumbou, e eu, sabendo que reúnes
as condições exigidas, combinei com a Madre sondar a tua recetividade. —
Aceitei de imediato.
A Nazaré, colega do Santa Maria, tinha conhecimento de um episódio ocorrido
no meu segundo ano de curso, em 1957, quando comentei numa aula um filme
passado na II Guerra sobre uma enfermeira da Força Aérea Inglesa. Notando o meu
interesse, o professor referiu uma aluna, de outra escola de Enfermagem (Irmãs
Missionárias de Maria), que tinha brevê de pilotagem e paraquedismo e deu-me o
seu contacto. A aluna em questão era Isabel de Mello Rilvas (Isabelinha), a
quem liguei no próprio dia e que se voluntariou a visitar o colégio para dar
uma palestra sobre as suas experiências aéreas.
Em França, ela conhecera o grupo Socorristas do Ar, formado por médicas e
enfermeiras paraquedistas que assistiam feridos em locais de difícil acesso, e
ambicionou trazer este projeto para Portugal. Apresentou-o ao tenente-coronel
Kaúlza de Arriaga, de quem era amiga. A ideia foi considerada interessante, mas
inviável. Agora, os ataques em Angola tornavam aqueles planos inadiáveis.
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Primeiro Curso de Enfermeiras Paraquedistas |
A cerimónia das finalistas, a 8 de agosto, em que recebemos o brevê e a
boina verde (símbolos do orgulho dos paraquedistas), foi noticiada pela
imprensa escrita, rádio e televisão, que deram a conhecer “as seis Marias”;
éramos as primeiras mulheres nas Forças Armadas Portuguesas.
Ainda nesse mês, no dia 22, realizei a primeira missão em Angola,
acompanhada pela, também alferes, Maria Ivone. Tratava-se de testar a nossa
adaptação operacional e avaliar a aceitação de mulheres no meio militar. Foram
duas semanas muito intensas, em que participámos na operação aerotransportada
de militares na Serra de Canda. Voltei a Angola, em outubro, com a Zulmira (que
veio a ser madrinha da minha filha) e a Nazaré. Acompanhou-nos na viagem a
Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, a quem elevei as minhas preces
para a vida que estava a iniciar. Para trás ficara uma vida estável, tranquila,
o ambiente de claustro das enfermarias hospitalares. A nossa prestação foi-se
ajustando às necessidades; assistimos militares, civis e até o inimigo.
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Evacuando feridos num DO-27 |
Foi-nos exigida grande capacidade de
adaptação, não só pela ausência de planeamento logístico para militares
mulheres, como pelo próprio clima e população que diferiam entre territórios.
Valeu-nos a amizade de colegas e civis que nos acolheram e apoiaram.
Prestes a completar dez anos em comissão contínua de serviço, já tenente,
passei voluntariamente à disponibilidade a 15 de dezembro de 1970. Em 25 de
janeiro, comecei a trabalhar em Setúbal, nos Serviços Médicosociais, com
horários mais compatíveis com a futura condição de casada do que os Serviços
Hospitalares, que preferia. Casei a 18 de abril e passei a morar no Bairro
Santos Nicolau, onde foi inaugurado, em agosto do ano seguinte, o Posto Médico
n.º 22, que integrei como Enfermeira-Chefe.
Em 1974, dá-se o 25 de Abril (a minha filha Ana tinha dois anos e o meu
filho João estava a dois meses de nascer), que trouxe a esperança de liberdade
e a possibilidade de cessarem as hostilidades no Ultramar. Passei por maus
momentos quando me recusei a aderir à (primeira) greve dos enfermeiros.
Apelidada de reacionária e fascista, sindicalistas e colegas quiseram o meu
despedimento. Insultada, quase agredida, valeram-me algumas pessoas do bairro,
a quem tinha ajudado em situações de necessidade.
Como a verdade e o reconhecimento vêm sempre ao de cima, fui depois nomeada
para vários cargos no âmbito da criação do Serviço Nacional de Saúde, que se
efetivou em 1979. Desde 1980 até 1 de maio de 1992, data em que me aposentei,
não mais voltei ao exercício profissional como enfermeira, apenas desempenhei
cargos técnicos e diretivos, o último como Vogal da Administração Regional dos
Serviços de Saúde do Distrito de Setúbal.
A Maria Arminda e a Isabelinha Rilvas numa foto recente |
Nestas quase três décadas, foi também necessário dedicar cuidados de saúde a familiares e amigos, e eu própria tive a minha dose de maleitas. Foi também tempo de comemorar: as conquistas académicas e profissionais dos filhos, o nascimento dos netos (Pedro, André, Filipe) e sobrinhos.
Continuo a ser uma
mulher elétrica, ocupada com a família, as muitas Associações, as aulas de
zumba e da Universidade Sénior, informada e atenta ao mundo, cabendo-me
ocasionalmente, por ter sido a primeira enfermeira paraquedista, a tarefa
honrosa de narrar como foi, para um grupo de 47 jovens mulheres, realizar uma
missão de “Paz em Tempo de Guerra”.
Maria Arminda Santos
Enfermeira Paraquedista
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
P1260: IN MEMORIAM - JOSÉ VERSOS CRAVINO
José Versos Cravino faleceu na Covilhã em 5 de Fevereiro de 2020.
Reproduzo um texto que tem mais de 55 anos e que
faz parte do DIÁRIO da Companhia de Caçadores 675, editado em 1965!
JERO
UM “BON VIVANT…”
Estas crónicas ficariam mais pobres sem a riqueza da personagem de que a seguir nos ocupamos.
Chama-se José Versos Cravino, é natural da Covilhã e já foi, em tempos que já lá vão, Furriel Vagomestre da Companhia. Dificuldades de adaptação e outros relacionados com os primeiros tempos da Guiné fizeram com que “mudasse” de especialidade depois de, sozinho, ter conseguido atrapalhar pelo menos uns dez indivíduos que tentaram terminar o seu primeiro mapa do rancho.
Já no mato, sem ter nos bolsos das suas calças facturas do rancho, passou a
Furriel de Armas Pesadas, começando a sair em patrulhas com a sua Esquadra.
Continuava pouco ambientado, autenticamente abstracto, “aéreo” (como lhe
chamavam os seus camaradas), sempre só com os seus pensamentos e os seus problemas,
quase sem sair da sua camarata, mais parecendo um plantão à dita de que um
Furriel com tarefas de responsabilidade…
Um dia ia-se matando no seu "quarto" ao tirar um carregador da sua
“G3” que, por sua culpa, se disparou. A bala passou-lhe por debaixo do braço,
rompeu-lhe a camisa e foi furar uma telha mesmo por cima da sua cabeça.
Com este “tratamento de choque” começou aí talvez a sua recuperação.
Entretanto terminaram os trabalhos da pista de aviação de Binta e com o
primeiro avião “aterrou” também o Furriel Cravino, que se modificou
completamente para melhor. Umas semanas depois “tínhamos” em Binta um Cravino
de que ninguém já se lembrava. Mais nutrido, de excelentes cores e a falar
pelos cotovelos…
Seguia “desenrascado” para operações militares no mato com sorriso nos lábios, dizendo bem humorado que se os terroristas aparecessem ele lá estava para lhes mandar umas morteiradas nos cornos…
Os meses foram passando e o Cravino, de figura “apagada” passou ao primeiro
plano; e onde havia risota, boa disposição e um “petisco” já se sabia que lá
estava o nosso Furriel de Armas Pesadas. O “aéreo” passou a “bom vivant” sem
problemas ou complexos.
Embora de maneira diferente do Furriel Moreira ele é, à sua maneira, um
indivíduo desenrascado, embora comodista. Enquanto o Moreira vai à caça para
arranjar um petisco, o segundo aparece quando o petisco já está pronto a ser
comido…
Esquece-se com frequência de comprar tabaco, sabonetes, lâminas, cremes de
barbear, papel higiénico, fósforos, etc., e vai pedindo o que precisa ao
parceiro mais próximo, dizendo sempre nessa alturas “que aqui temos que ser uns
para os outros…”.
Gosta de fazer umas “partidas” aos amigos e também aceita com um sorriso as que lhe fazem. Já sofreu algumas dos seus camaradas, que também não perdem a oportunidade de se “pagaram com a mesma moeda”…
Há dias em que tem os seus azares e ainda há pouco tempo, quando esteve a “treinar” assinaturas num papel de máquina de escrever, deixou o “documento” abandonado na Secretaria do 1º Sargento Santos e acabou por ter de pagar 3 cervejas a um seu camarada que aproveitou uma das assinaturas para fazer um vale, que fez chegar à Cantina… Ele encaixou com desportivismo a “piada” e continuou bem disposto e a animar com a sua presença Binta, onde já era figura de primeiro plano.
É indiscutivelmente um grande “ponto” o nosso amigo Cravino.”
Nesta hora de partida recordamos-te
com muita saudade. E não te esquecemos.
Até um dia, José Versos Cravino!
JERO