OS OPERACIONAIS E
OS OUTROS…
DIVISÕES
ARTIFICIAIS
José Belo |
Em alguns comentários recentes em blogue, meus e de outros,
muito se escreveu sobre francamente... nada! O que nas nossas idades é
patético. Os "piropos" foram desnecessariamente variados,
esquecendo-se que o que se procura comentar são as ideias apresentadas e não
quem as apresenta. Misturar maneiras de ser, de estar na vida, de educação
recebida na juventude, e não menos, das condições sociais onde nascemos, nada
disto terá a ver com os assuntos comentados.
É óbvio que este conjunto de factores formará as nossas maneiras diferentes de olhar o mundo. Mas justificará a maneira intempestiva como alguns a expressam? Todos podem não concordar em tudo e... ainda bem! Não nos torna uns melhores que outros pelo facto de discordarmos, mesmo que profundamente.
Mas os nossos patéticos "piropos" têm a importância que têm, e não é isso que aqui me traz. Entre as linhas de alguns comentários começou a insinuar-se a ideia de divisão entre militares operacionais e os outros.
Ora, o que todos (!) temos em comum é termos participado, cada um de seu modo e à sua maneira, na experiência incrível que foi a guerra da Guiné. Marcou os nossos verdes anos. Marcou-nos para toda a vida. O que por lá se sacrificou em sangue, lágrimas, suor, juventude, e, não menos, saúde, tem sido quase impossível de descrever nos nossos livros. Mas em verdade é isso que nos une.
Uma tão importante e vasta Organização como são as Forças Armadas não criou as inúmeras Especialidades militares existentes por simples capricho. Todas elas são necessárias para a "máquina" funcionar dentro dos parâmetros desejados.
O mais heróico combatente das tropas especiais não "funciona" sem as... "Côbinhas Quentes"... produzidas pelo humilde cozinheiro do Quartel. Assim como o cozinheiro não viria a sobreviver na mata sem a guarda atenta do combatente. (Clarinho, clarinho, para militar entender. ) Se alguns de nós tiveram o azar de passar toda a sua Comissão nas matas da Guiné, e outros coube a sorte de servir em especialidades colocadas em localidades mais resguardadas... Na maioria dos casos estas situações nada tinham a ver com eles próprios.
As colocações eram decididas a outros níveis mais centrais. As eternas cunhas e corrupção? É claro que também por lá andavam, como em todos os Exércitos do mundo. Mas, e a não cairmos no "micro-analisar" as situações, será difícil acusarmo-nos uns aos outros. Ao reparar-se na diversidade dos contribuintes para os blogues de ex-combatentes, de tudo existe quanto a Especialidades militares.
É isso que os tem enriquecido, mantido, e feito crescer muito na maioria dos casos. Depois de uma já longa vida de experiências feita, devemos estar atentos e não nos deixarmos cair em divisões que, por artificiais, são desnecessárias.
Um abraço
José Belo
4 comentários:
Os Votos de um Bom Novo Ano.
Ou como se diz na Laponia-Lusitana : "Gott Nytt År !"
Grande abraco do J.Belo
Agradeço e retribuo os votos de Bom Ano Novo.
Um grande abraço do
Carlos Pinheiro
Meu caro José Belo
Algo que repito há muito tempo!!!
Até apetece parafrasear o velho ditado, salvas as diferenças, claro: "Tão ladrão é o que via à vinha como o que fica a vigiar"!!!!
Um grande abraço e Feliz Ano Novo
Joaquim
Caro J. Belo
Este teu "post" merecia muito mais atenção e comentário.
Pelo menos, para mim, isso seria imperioso.
Mas.... há sempre um "mas"!.... ele apareceu numa altura de maior afastamento destas coisas da net e embora tomasse conhecimento da sua existência disse para mim "logo vou ler melhor e depois comento".
A verdade é que esse "depois" foi-se afastando no tempo e acabou por perder a oportunidade.
Mas ainda hei-de voltar ao tema...
Abraço
Hélder Sousa
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