sábado, 28 de dezembro de 2019

P1196: JÁ NÃO É PARA A NOSSA IDADE....

OS OPERACIONAIS E OS OUTROS…
DIVISÕES ARTIFICIAIS

José Belo
Em alguns comentários recentes em blogue, meus e de outros, muito se escreveu sobre francamente... nada!  O que nas nossas idades é patético. Os "piropos" foram desnecessariamente variados, esquecendo-se que o que se procura comentar são as ideias apresentadas e não quem as apresenta. Misturar maneiras de ser, de estar na vida, de educação recebida na juventude, e não menos, das condições sociais onde nascemos, nada disto terá a ver com os assuntos comentados.

É óbvio que este  conjunto de factores formará as nossas maneiras diferentes de olhar o mundo. Mas justificará a maneira intempestiva como alguns a expressam? Todos podem não concordar em tudo e... ainda bem! Não nos torna uns melhores que outros pelo facto de discordarmos, mesmo que profundamente.

Mas os nossos patéticos "piropos" têm a importância que têm, e  não é isso que aqui me traz. Entre as linhas de alguns comentários começou a insinuar-se a ideia de divisão entre militares operacionais e os outros.

Ora, o que todos (!) temos em comum é termos participado, cada um de seu modo e à sua maneira, na experiência incrível que foi a guerra da Guiné. Marcou os nossos verdes anos. Marcou-nos para toda a vida. O que por lá se sacrificou em sangue, lágrimas, suor, juventude, e, não menos, saúde, tem sido quase impossível de descrever nos nossos livros. Mas em verdade é isso que nos une.

Uma tão importante e vasta Organização como são as Forças Armadas não criou as inúmeras Especialidades militares existentes por simples capricho. Todas elas são necessárias para a "máquina" funcionar dentro dos parâmetros desejados.

O mais heróico combatente das tropas especiais não "funciona" sem as... "Côbinhas Quentes"... produzidas pelo humilde cozinheiro do Quartel. Assim como o cozinheiro não viria a sobreviver na mata sem a guarda atenta do combatente. (Clarinho, clarinho, para militar entender. ) Se alguns de nós tiveram o azar de passar toda a sua Comissão nas matas da Guiné, e outros coube a sorte de servir em especialidades colocadas em localidades mais resguardadas... Na maioria dos casos estas situações nada tinham a ver com eles próprios.

As colocações eram decididas a outros níveis mais centrais. As eternas cunhas e corrupção? É claro que também por lá andavam, como em todos os Exércitos do mundo. Mas, e a não cairmos no "micro-analisar" as situações, será difícil acusarmo-nos uns aos outros. Ao reparar-se na diversidade dos contribuintes para os blogues de ex-combatentes, de tudo existe quanto a Especialidades militares.

É isso que os tem enriquecido, mantido, e feito crescer muito na maioria dos casos. Depois de uma já longa vida de experiências feita, devemos estar atentos e não nos deixarmos cair em divisões que, por artificiais, são desnecessárias.


Um abraço

José Belo

4 comentários:

Anónimo disse...


Os Votos de um Bom Novo Ano.

Ou como se diz na Laponia-Lusitana : "Gott Nytt År !"

Grande abraco do J.Belo

Carlos Pinheiro disse...

Agradeço e retribuo os votos de Bom Ano Novo.
Um grande abraço do
Carlos Pinheiro

joaquim disse...

Meu caro José Belo

Algo que repito há muito tempo!!!

Até apetece parafrasear o velho ditado, salvas as diferenças, claro: "Tão ladrão é o que via à vinha como o que fica a vigiar"!!!!

Um grande abraço e Feliz Ano Novo
Joaquim

Hélder Sousa disse...

Caro J. Belo

Este teu "post" merecia muito mais atenção e comentário.
Pelo menos, para mim, isso seria imperioso.
Mas.... há sempre um "mas"!.... ele apareceu numa altura de maior afastamento destas coisas da net e embora tomasse conhecimento da sua existência disse para mim "logo vou ler melhor e depois comento".
A verdade é que esse "depois" foi-se afastando no tempo e acabou por perder a oportunidade.
Mas ainda hei-de voltar ao tema...

Abraço
Hélder Sousa