sábado, 14 de dezembro de 2019

P1191: UMA EXPLICAÇÃO PARA OS MAIS CURIOSOS...


UMA QUESTÃO DE “POSTERS

Helder Valério Sousa
Existem alguns artigos no Blogue “Luís Graça e Camaradas da Guiné” onde apareço ao lado dum “poster” com Ernesto “Che” Guevara. Nunca disse que o “poster” era meu, nem que estava no meu quarto.

Sobre esse facto vários amigos, partindo do princípio que tal situação seria como eles tinham “decidido”, foram tecendo diferentes considerações, algumas lá publicadas nesses artigos como comentários aos mesmos, ou também de modo particular.

Uns interrogavam como era possível haver numa parede dum quarto de militares em Bissau uma imagem de uma pessoa que, afinal, inspirava os adversários, outros intrigavam-se como me teria sido permitida tal situação, outros ainda aproveitavam a circunstância para tecerem críticas ou louvores (conforme os seus próprios entendimentos) à realidade daquela existência e/ou ao personagem em si mesmo.

Ora bem, esse “poster” não era meu nem estava no meu quarto. Estava sim num outro quarto na mesma vivenda que habitava, anexa ao Centro de Escuta onde desempenhava funções.

Confesso que nunca colocaria aquele “poster”. Não porque a figura do “Che” me fosse odiosa, não senhor, tinha até alguma admiração pela coerência que esse médico argentino colocava na sua acção, dando corpo na prática à teoria que apregoava e propunha, mas eu entendia que as “revoluções” não se exportavam, em cada local deveriam ser os seus povos a fazer a revolução, se assim o entendessem, e se lhes fosse possível, com os meios que conseguissem concitar.

Sei que aquela foto, a do “Che”, é da autoria de um tal Alberto Korda (*), um ícone da “Art Pop” e é, talvez a mais publicada e mais idolatrada pelos seus admiradores. Mas, na realidade, não sei quem a comprou, onde, quando e quem a colocou.

No meu quarto, a partir de certa altura, havia, isso sim, um “poster”, também muito conhecido, com um músico famoso naqueles tempos, o Frank Zappa, que aparecia sentado numa sanita, aparentando defecar. Foi colocado no nosso quarto (meu e do meu camarada Nelson) após termos feito “melhoramentos”, incluindo pintar as paredes de castanho, com tinta de óleo.

Isto aconteceu porque o Comandante (das Transmissões) tinha o hábito de aos sábados “passar revista às tropas e às instalações e alojamentos”, coisa que muito incomodava os senhores Sargentos que, em surdina, refilavam porque achavam que já eram crescidinhos e não precisavam de um “paizinho” que lhes fosse dizer que tinham de lavar e desinfectar o quarto, fazer melhor as camas, etc. Mas não se atreviam a “fazer coisas”.

Deste modo, eu o Nelson, se bem congeminámos a situação, melhor o fizemos. Pedimos autorização para limpar e pintar o quarto, o que nos foi concedido, e lá foi feito como disse, Na janela, em jeito de quebra-luz, foi colocado um pano amarelo-dourado (que se completava lindamente com o castanho da parede) e com as cobertas verde-seco das camas. A lâmpada do tecto era de fraca potência.

Aquando da habitual vistoria ocorrida logo após esses “melhoramentos” o Comandante “Raminhos” quando abre a porta do nosso quarto depara-se com uma penumbra e um ainda intenso cheiro a tinta e pouco ou nada consegue ver. Aproxima-se do “post” do Zappa, pisca os olhinhos, e com o seu sotaque de “xopinha de maxa”, vai repetindo “ixto extá uma borrada, ixto extá uma borrada” e saiu. E nunca mais houve vistorias aos quartos dos Sargentos!

Por tal, não posso precisar se o tal “post” do “Che” já foi colocado depois desta “falta de vigilância” ou não. Caso sim, está explicado. Caso não…. Não sei dizer.

Hélder Sousa
Fur. Mil. Transmissões TSF

(*) Alberto Díaz Gutiérrez, mais conhecido por Alberto Korda ou simplesmente Korda (14 de Setembro de 1928 – 25 de Maio de 2001), foi um fotógrafo cubano tornado famoso por esta imagem do revolucionário marxista argentino Che Guevara obtida em Havana em 5 de Março de 1960.

19 comentários:

Anónimo disse...

Meu Caro Camarada e Amigo

Depois das tuas bem argumentadas( ou deveria escrever...muito bem argumentadas?) explicacöes quanto aos maus entendimentos surgidos à volta do poster do Comandnte "Che" Guevara ,este meu espírito sempre täo confundido irá dormir melhor esta noite.
Durmo melhor por o poster näo estar no teu quarto.
Durmo ainda melhor por um poster täo "esquerdalho" näo ser teu.

MAS dormiria muito melhor se me explicassem como era possível semelhante poster decorar uma parede (que presumo séria) de uma vivenda habitada por militares e geograficamente täo próxima do...Centro de Escuta?!?

Aproveito para esclarecer (e evitar os tais mal entendidos) que eu,como comandante de Companhias,sempre usei tal poster.

Mas,e a bem da verdade,UNICAMENTE para mostrar aos militares sob meu comando:

A)-Que aquele tipo de cabelo e barbas,por näo regulamentares,nunca seriam
autorizados.
B)-Que o modo näo regulamentar,tanto quanto ao posicionamento da boina,como ao facto de a estrela estar colocada frontalmente e näo ,como determinado,no lado direito da mesma.... também nunca seria autorizado.

Obs/Este ponto (B) trazia sempre alguns problemas com os subalternos pelo facto do entäo Sr.Comandante da Regiäo Militar de Lisboa e COPCOM usar ,muitas das vezes, a sua estrela de General/graduado colocada na mesma näo regulamentar posicäo frontal.
Recordo que alguns argumentavam näo ser a estrela que estava mal colocada na boina mas sim a posicäo da boina.
Certamente sempre colocada à pressa, provocada pelos muitos afazeres relacionados com os extensivos comandos do Sr.General/graduado.
Outros ainda,que por tal modo cínicos será preferível näo referir,argumentavam que...talvez fosse a possicäo do Sr.General/graduado dos ombros para cima que estaria de algum modo errada.

Como o meu Caro Amigo e Camarada Hélder de Sousa poderá compreender sinto-me completamente solidário.

Um grande abraco do J.Belo

Juvenal Amado disse...

Ah mas a decoração do quarto foi chumbada de uma maneira q, deixem que diga Helder,q para a próxima tens que chamar os Queridos Mudei a Casa. A foto fica bem em todo hoje, vende-se o ícone como pãezinhos quentes mas só pode ter sido no gozo porque eu desgraçado de só tinha a foto central do mês de março da play-boy e o Castro e Lemos quando inbicou com as ditas pertuberancias, ia-lhe dando uma coisa e o famoso pingalim traçou-lhe logo ali o destino. Fará se usasse uma boina com a estrela ao centro.

Um abraco

Hélder Sousa disse...

Caros amigos

Secundando o Jero num comentário seu (dele...) aos comentários num artigo que foi colocado aqui, de que "é sempre bom ler os comentários que são feitos" também eu digo que apreciei bastante estes vossos comentários.
Não só por eles, em si mesmo, mas porque acabam por ser enriquecedores do texto, do seu conteúdo, e ajudam a perceber melhor o que, afinal, precisa de ser melhor explicado.

Meu caro Juvenal, a "história" não está completa.... mas ficava muito comprida e falta-me a "arte" do Jorge Cabral e/ou do Branquinho para fazer "contos", curtos e esclarecedores.
Várias "coisas" se conjugaram naquelas circunstâncias:
A ocupação recente do quarto, por mim e pelo meu camarada Nelson Batalha que, na época, era uma espécie de "espécie protegida" pois tinha sido ferido num ataque a Catió em 14 de Abril de 1971, foi evacuado para o Hospital e no rescaldo da recuperação deixou o STM e passou para a "Escuta" para onde também fui no regresso de Piche;
Como consequência desse ferimento o Nelson "tinha ganho o direito" de fazer e/ou dizer coisas com a desculpa de "estar apanhado do clima", tanto mais que também serviu para o nosso Comandante ganhar algum prestígio junto dos seus pares, pois o seu pessoal também sofria consequências da guerra;
O facto de termos uma gata com uma ninhada de gatinhos no que seria a chaminé da vivenda onde o quarto se encontrava.

Isto tudo junto, o que dá?
O Nelson, com a sua irrequieta iniciativa, decide pintar o quarto com o tal castanho (cor de merda, segundo ele dizia), e que seria uma forma de rebeldia. E eu não o contrariei.
Na ocasião da visita que referi, o Nelson estava na cama a essa hora pois tinha acabado o turno às 07:00 e daí a tal penumbra e eu fui rendê-lo no Serviço.
A visita passou pela vivenda ao lado e quando me apercebi disso apressei-me a tentar ir preveni-lo para evitar qualquer inconveniente.
Ele estava preocupado com a existência dos gatos (que estavam bem escondidos e disfarçados) e quando eu lhe disse que a "vistoria vem aí" ele meio estremunhado grita "é pá, tira-me daí esses cabrões!". Referia-se aos gatos, claro, mas foi tarde, pois a comitiva já estava a entrar...
Como estava "apanhado".... a cena ficou apenas como antes referi.
Perplexidade do Comandante, desabono da criatividade, indisfarçados sorrisos de alguns dos participantes.

O facto do "Che" (a sua foto/silhueta) ser ainda hoje uma das figuras mais frequentes em T-shirt e outras coisas assim pode revelar que, por um lado ainda é uma "figura-força" com muita influência, mas por outro também pode significar a banalização dos conceitos.

Hélder Sousa

Hélder Sousa disse...

Caro Amigo e Camarada JB

Pois sim senhor, não sei dizer quem e quando o poster do "Che" foi colocado.
Realmente ficava "paredes meias" com um "departamento militar" já que a parede onde se encontrava estava mesmo encostada à de uma das salas da "Escuta".
Se conseguisse saber ou lembrar quando o poster foi colocado, podia tentar especular se teria sido antes ou depois de terem acabado as vistorias aos quartos na sequência do relato que fiz (no 'post' e com o complemento no comentário anterior). No entanto, e olhando agora bem para a foto, admito que foi tirada já em 1972 pois tenho no pulso um relógio que me faz lembrar o Tissot que comprei na casa "Salgado & Tomé" em meados desse ano e a "cena" do poster do Zappa foi aí no final de Julho de 1971. Acho que, sendo assim, posso datar a colocação do post do "Che" garantidamente depois do fim das "visitas de controlo".

Mas quanto à rejeição da "paternidade" do poster do "Che" creio que teria sido claro, no entanto adianto mais qualquer coisa...
De facto, não fui. E, em princípio, não seria. Como disse, não rejeitava o "romantismo" que emanava do "Che" e da sua "prática" mas não a aplaudia. O meu "entendimento" da acção político/social era de que "as revoluções não se exportam" e, sendo assim, não me via a "publicitar" o que hoje seria então considerado uma "esquerdalhada", na linguagem tão original quanto "elevada" de certas personagens.

Gostei de "conhecer" os outros episódios relatados.
Na verdade, todos estes "pequenos acontecimentos" são capazes de explicar muito do que se passou.

Para terminar, os meus agradecimentos, sinceros, pela completa solidariedade!
Abraços
Hélder Sousa




Anónimo disse...

O meu sempre täo frágil espírito está muito grato ao Camarada Hélder de Sousa pelos seus oportunos esclarecimentos.
Bem haja!
Contanto,e no respeitante ao facto de "tal" poster ocupar uma "tal" parede num "tal" lugar,tenho de admitir que, de imediato,pensei em...submarinos.
(Será bom de referir que os que me vieram ao espírito nada teräo a ver com os submarinos de uma história mais recente quanto a "luvas" e Excelências.)
Mais uma vez,muito grato por finalmente ter paz de espírito quanto ao poster...em nada submarino.

Aproveito este aerograma inesperado para também agradecer ao Camarada Juvenal Amado.
Pelo que julgo ter lido nas **entrelinhas** da história por ele referida quanto ao seu Comandante de pingalim,este senhor Oficial terá reagido de um muito feliz modo disciplinar e disciplinador quando se apercebeu das tais "pertuberancias" espelhadas (demasiadamente ao centro!) nas fotografias-artísticas colocadas na parede.

É sempre moralmente agradável sentir-se o apoio superior ,no que diz respeito ao Regulamento de Disciplina Militar, entäo tido como pilar
fundamental de épicos valores näo só castrences como morais.
Apoio de pingalim que tanto me faltou quando,como escrevi em comentário anterior,tinha que enfrentar muito amiúde a boina do Senhor Comandante de Regiäo Militar de Lisboa e COPCON com anti-regulamentares semelhancas tanto à boina do poster referido,como às pertuberancias das meninas das fotos.
Porque, Caros Camaradas e Amigos,näo se pode nunca esquecer que,nestas coisas do R.D.M. e näo só...o ingénuo desconhecimento das leis näo justifica o näo cumprimento das mesmas!


(Para os que näo apreciam estas grandiloquências épicas recomenda-se uma leitura atenta do citado regulamento nos seus artigos dedicados a certas doencas ditas...de caserna.
Outros tempos.Outros tempos de verdadeira "orde" nas fileiras.

E,como exemplo final dos estranhos caminhos que o meu confuso espírito caminha quanto a comentários escritos desde o Círculo Polar Árctico,lá näo vou conseguir adormecer com o inesperado pensamento surgido quanto às Modernas Forcas Armadas Nacionais com mulheres em tropas operacionais(!).
(Terreno Minado!Terreno muito,muito minado!)

Quais seräo as fotos usadas pelas noss(as) Camaradas de hoje como decoracäo das frias paredes regimentais dos seus quartos ou casernas?
Com os meus ,talvez ultrapassado, valores morais só consigo admitir bonitas fotos de um Ronaldo em discreto fato de treino,ou,a ser um pouco mais ousado...o Senhor Presidente da República quando a banhos nas praias de Cascais.

Se repararem na hora da madrugada em que escrevo este pequeno(!) comentário,e se fosse possível imaginarem os infindáveis diálogos que hoje fui obrigado a ter com as minhas renas (em viagem!)...teriam uma maior compreensäo quanto as estas minhas profundas preocupacöes existenciais.

Um abraco do J.Belo

Hélder Sousa disse...

Meu caro e incontornável amigo e camarada JB

Uso a sigla "JB" porque acho que é bastante apelativa. Sei que se trata de "José Belo" e não uma réplica da conhecida marca de bebida daquela "Juanito Caminante"....

Bom, intervenho agora só para deixar escrito que estes diálogos me fizeram sorrir de uma forma persistente, com muito boa disposição. Calculo que o diálogo com as renas não esteja fácil, por causa do frio, é certo mas, principalmente, por andarem muito atarefadas com a entrega das encomendas ao Pai Natal mas, seja como for, tem resultado em qualquer coisa interessante.

Contudo... pensando ainda em "submarinos".... pensando mais... pensando melhor... admitindo que "submarinos" pudessem ser pessoas "não alinhadas" com o esforço governamental.... sou capaz de admitir que sim, que pudessem haver "submarinos". Afinal, nem todos estavam tão profundamente alinhados patrioticamente!

Quanto à magna dúvida sobre o que poderá embelezar as paredes dos quartos das nossas camaradas militares acredito que as sugestões sobre o Comandante Supremo das Forças Armadas e sobre o Ronaldo possam estar entre as favoritas, embora o Ronaldo seja mais provável aparecer em poses musculadas. Neste caso acredito que não haverá lugar ao Zappa!

Abraço
Hélder Sousa

joaquim disse...

Pois, pois, meus caros e grandes amigos

Só meto a colherada porque especialista que sou em whisky, (sobretudo beber), o "Joãozinho Caminhante" é o JW ou seja Johnnie Walker e não o JB que é Justerini & Brooks!!!!

Foi só para dizer coisas!!!!!

Grandes e amigos abraços
Joaquim

Anónimo disse...

Palavras sábias meu Caro Joaquim.
Palavras sábias.

Obviamente que gostaria de me alongar sobre o assunto mas é a hora de contar as minhas renas.

Patrioteiro como sou uso sempre o modo alentejano(!) nestas contagens.
(Sim,porque para os que o näo saibam...os alentejanos também sabem contar!)
Primeiro contam-se as patas das alimárias e depois dividem-se por quatro.
Nunca falha.
Demora um bocado mais de tempo mas,tanto no gelado Círculo Polar como à sombra dos chaparros,o que se tem mais é tempo.

Sinto-me mais do que obrigado a regressar ,mais tarde, a esta zona de comentários para veementemente(!) rebater algumas das afirmacöes aqui feitas quanto a fotos do Excelentíssimo Comandante Chefe e de um tal Ronaldo nas preferëncias das nossas Camaradas Operacionais de hoje.
Espero näo criar mais apoplexias aos estimados Editores com tantas intervencöes.

Um abraco deste sempre ao dispor (espero sem gelo)....Justerini & Brooks.

Miguel disse...

Caro Helder
De posters podes saber bastante, mas de whisky sabes pouco...
Abraço. Miguel Pessoa

Hélder Sousa disse...

A pressa, meus amigos... a pressa!

Claro que há erro! E grosseiro!
Como é que alguém (em seu perfeito juízo) pode confundir o JB com o JW?
"Levei na cabeça" e com toda a justiça!
Seja como for, agradeço as observações (e correcções) do Joaquim e do Miguel.

Mas também deviam ser generosos e perdoar estes dislates....

Na verdade não "percebo" muito de whisky mas ainda conheço algumas marcas, o que realmente não quer dizer que "perceba" no sentido de ser um "perito" nessas especialidades...
Claro que já provei o VAT69, o Passport Sctoch, William Lawson, o Famous Groose, o Johnnie Walker, Ye Monks*, Chivas Regal, Macallan, Glenfiddich (de vários anos...), Cardhu, The Balvenie, The Glenrothes, The Glenlivet, The Singleton, Cutty Sark, Whyte and Mackay*, President*, Buchanan*, Strathconon*, Martin's*, Old Parr, Jameson, Bushmills e ainda etc., etc.

Os * indicam os que vieram da Guiné e que ainda tenho um exemplar de cada....

Peço então benevolência para este mero curioso.

Abraços
HS

Miguel disse...

Caro Helder
Como penitência, sugiro que leves um desses whiskies para um próximo convívio... da Tabanca de Setúbal...
Assim, sempre tens a garantia de que o produto ainda vai "envelhecer" mais uns cinco a dez anos...
Abraço. Miguel

Anónimo disse...

Meus Caro Miguel/Herr Överste.

Para os mais sanguinários devo desde já esclarecer que "Herr Överste" mais näo é que "Meu Coronel"em sueco.


Essa de o whisky vir a envelhecer terá o que se lhe diga na... Lapónia.
Como até agora um dos nossos Amigos e Camaradas, profundo conhecedor da cultura e sabedoria oriental, ainda aqui näo surgiu,atrevo-me a uma pérola cultural Luso-Lapónica :
***Se podemos comprar e beber de um trago uma garrafa de whisky já envelhecido...porque esperar pelos amanhäs incertos?***

Têm que concordar ser esta digna de ser lida pelo Sargento de Dia nas saudosas formaturas do recolher dos nossos já vetustos Regimentos.

Um abraco de um bem envelhecido...JB...sem gelo!

Hélder Sousa disse...

Meus caros amigos

Isto, afinal, mantendo esta linha "irónico-cultural" até que nos permite ir trocando umas ideias, lançar uns desafios, propor "coisas".

O desejo, os votos do Miguel, a sugestão da tal "garrafinha", não são inocentes ou interesseiros, não! É mais do género de "piada privada".
O bom do Miguel lançou mais uma alfinetada para ver se me envergonho e consigo realizar o mais que prometido "próximo almoço da Tabanca de Setúbal"!
O problema será, talvez, a minha "falta de vergonha" a que agora posso acrescentar a "fuga à garrafa".

Quanto ao especialista na cultura oriental navega pouco por estas águas... mas a frase está bem apanhada!

Boa continuação!
Abraços
HS

Anónimo disse...

Como se pode verificar pelo comentário anterior,a contagem das minhas renas,mesmo que efectuada à moda alentejana,foi bem mais rápida do que esperava.

Estavam já à minha espera alinhadas à boa maneira Lusitana.
Ou seja...pela direita!
Diz-nos a experiëncia histórica que com alinhamentos deste tipo tudo se torna mais fácil.

Este meu involuntário(!) regresso a estes comentários deve-se unicamente a alguns pontos de vista discordantes com os do meu Amigo e Camarada Hélder de Sousa.
Discordäncias quase insignificantes por serem mais o producto de diferencas de geracöes nas suas maneiras de olhar a vida do que nos conteúdos de fundo.
Eu,qual velho do Restelo, tentando argumentar com o jovem Hélder estou de antemäo perdido (por näo me atrever a escrever aqui o täo caserneiro ..dido).
Este,se bem compreendi o que aqui escreveu, continua a julgar que a terem que escolher entre as fotos de um tal Ronaldo de calcöes e as do Sr.Presidente da República,no seu mui elegante calcäo de banho,quando mergulha nas frias águas do Atläntico frente a Cascais; as Camarad(as)dos Regimentos operacionais das nossas F.Armadas, aquando da decoracäo das frias paredes dos seus aposentos regimentais com as täo artísticas fotos tradicionais,escolheriam o tal Senhor Ronaldo.

Apesar da por mim já referida juventude do Camarada comentador (em óbvia atitude de compreensäo que só me fica bem!)há conceitos,normas e valores que têm vindo a pautar as nossas existências desde os quase medievos...Atoleiros.
(E Caros Camaradas, aqui referido heroica batalha dos Atoleiros e nao os tristes atoleiros das nossas humildes vidas.)
Näo terá o Camarada comentador na sua infäncia visto em cinema antigo um dos grandiosos filmes do Tarzan,mesmo que a preto e branco?
(Atencäo,e clarinho clarinho para militar entender, quanto ao preto e branco näo estou a ser racista;
se o fora teria antes escrito branco e preto)
Näo terá o Camarada Comentador a perspicácia suficiente para observar as täo evidentes semelhancas físicas entre o Tarzan nas suas cuecas da selva e a figura,quase diria renascentista,do Sr.Presidente da República dentro dos seu calcäo de banho "made in boutique fina" da lisboeta Avenida da Liberdade?
Eu sei,eu sei,que nas fotos do Sr.Presidente falta o macaquinho que sempre acompanhava o Tarzan.
Haverá certamente muitas e das mais díspares sugestöes quanto ao macaquinho a ser colocado junto do Sr.Presidente.
Mas este local sério onde comentamos näo será o mais indicado para os nomear.
Que pena.
Mas para näo cairmos unicamente nestas avaliacöes estéticas, por definicäo subjectivas,näo se deve esquecer ser o Sr.Presidente também o Comandante Supremo das nossa F.Armadas.
Os sentimentos do dever,voluntarismo e dedicacäo destas nossas Camaradas militares é algo que lhes está profundamente gravado tanto na mente como no coracäo.
Do mesmo modo que a imagem inspirativa do Comandante estará também gravada nas suas jovens mentes e coracöes.
Daí escolherem as fotos do Tarzan de Cascais...meu Caro Hélder.
FÉZADAS:










































































































Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hélder Sousa disse...

Ora pois então, muito bem!

Este rol de comentários já vai longo e se por vezes a falta deles pode ser desmotivador aos "escreventes" por poderem considerar "escrever para quê, se ninguém lê?!", confundindo a falta de comentários com "não leitura", também o excesso deles (os comentários...) pode ser inibidor por poderem pensar, erradamente, diga-se, que "isso de comentários é lá com eles".

Deste modo, e considerando que o(s) tema(s) já estará resolvido, volto aqui para, mais uma vez, dar a mão à palmatória (figura esta já em desuso mas que tanta falta faz!...) para reconhecer a minha ignorância em muitas questões, e principalmente nessas "coisas da Linha" de Oeiras-Estoril-Cascais, já que sou um bocado menos "polido", fruto da minha vivência em terras de "toiros e toureiros".
Assim, declaro, para os devidos efeitos, que aceito sem objecções nem pestanejar, os demolidores argumentos (não fosse o autor deles um "homem de Leis"...) do JB quanto à mais que provável escolha da figura de motivação e inspiração das nossas actuais camaradas militares.

Assim se escreva, assim se faça!

Forte abraço

HS

Anónimo disse...

Meu Amigo e Camarada Hélder de Sousa

Nas nossas idades muitos diräo que näo têm "tempo" para estas brincadeiras à volta das nossas trocas de comentários.
Mas creio cada vez mais que näo se perde "tempo" com elas.
Todas as gargalhadas,ou mesmo simples sorrisos,acabam por nos fazer GANHAR tempo de vida.
Esta näo é uma conclusäo nova para mim.
Já tive oportunidades várias de a expressar ao nosso Camarada Miguel Pessoa que tem tido a amizade de me fazer chegar, tanto à Suécia como aos Estados Unidos, algumas verdadeiras "pérolas preciosas" do humor lusitano.
Com o passar das décadas de um afastamento total do nosso Portugal cada vez compreendo mais que o nosso täo especial humor é um profundo reflexo da nossa gente,da nossa muito única maneira de estar no mundo.
Mesmo que inconscientemente tem sempre vindo, nos momentos "escuros" da sociedade,a ajudar-nos a ultrapassar as..."carências".
E,apesar das profundas diferencas entre o humor lusitano e o escandinavo,o que os une é a existëncia das...histórias alentejanas!
Só que, para os suecos os "alentejanos" säo os noruegueses,e para os noruegueses é precisamente vice-versa.

(E já que estamos "n'uma" de humor internacional....segundo os espanhois, a diferenca entre um português e um cigano está no facto de o cigano tomar banho.)

Mas,e ainda a propósito do nosso humor lusitano,lamento ter que confessar ao comentador anterior de que quanto a "polimentos" da linha do Estoril só consigo recordar os polimentos das cadeiras do Casino.
E,continuando n'esta das confissöes a propósito dos juristas,será compreensível que os que tal educacäo receberam nos States,e por lá a exerceram,estäo literalmente preparados para tudo o que a sociedade lhes possa atirar à cara.
Um pouco como a séria preparacäo para certos aspectos da vida futura que os meninos da minha rua receberem ao brincar com as meninas nossas vizinhas.
(Será que é mesmo impossível ,quanto a isto de"jurisprudencias", arranjar um exemplo mais sério?...Duvido.)

Um abraco com o saudoso"Adeus até ao meu regresso".
J.B


joaquim disse...

Vai boa a coisa!!!!

Lembrei-me de perguntar ao nosso Zé Belo que o célebre doce "português" baba de camelo, por acaso na Suécia será baba de rena????

E já agora, o champagne é colocado no frigorífico ou no canteiro mais próximo da janela????

Abraços
Joaquim

Anónimo disse...

Caro Joaquim

Quanto ao doce "Baba de camelo" confesso desconhecer pois creio que,pelo menos com esse nome, näo existia na Lusitänia dos meus tempos.
Com isto näo quero de modo algum dizer que no meu tempo por aí näo existissem camelos...e muitos!
Quanto à "Baba de Rena", entre os nossos vinte e quarenta graus negativos, só se poderia fazer "Gelado de Baba".

Mas quanto ao champagne,e agora mais cientificamente(!)a sério,na Lapónia devido à existëncia de infindáveis quantidades de "alimárias" selvagens que constituem os petiscos da nossa alimentacäo diária,existem arrecadacöes exteriores junto às casas para serem guardadas tais quantidades de comida,tanto em carne como peixe fresco.
Ora será bom de recordar que os frigoríficos das nossas casas estäo sempre a temperaturas entre os 8 a 10 graus positivos(!).
Estes arrecadacöes fora de casa chegam a estar a temperaturas entre os vinte a quarenta NEGATIVOS!
Somos obrigados a aquecer estes frigoríficos exteriores com electricidade para os manter a temperaturas de arcas congeladoras näo inferiores aos vinte negativos.
Como podes compreender a tua garrafa de champagne gelava e acabava por explodir.(O que na Lapónia seria indesculpável...por razöes várias que será melhor näo aprofundar!)

Mas posso-te garantir que o vodka que sai do meu alambique caseiro a 96 por cento de alcool nem nos trinta graus negativos congela!

Nestas täo "científicas experiëncias" poderia também usar o exemplo do que é o tentar urinar "lá fora" nos tais vinte a quarenta graus negativos.
Mas näo vamos entrar por estes exemplos täo inconvenientes.

Um abraco do J.B.