segunda-feira, 21 de novembro de 2016

P845: HISTÓRIAS CURTAS DAS TERMAS DE MONTE REAL - 6

DUAS HISTÓRIAS CURTAS

Mais duas histórias de um tempo já distante do Hotel das Termas de Monte Real, relembradas pelo nosso camarigo Joaquim Mexia Alves.


1.  PEIXE FRESCO…

No Hotel, naquele tempo (até por causa das dietas termais), havia sempre o cuidado de ter peixe fresco - especialmente pescada - para ser servido às refeições.

Um dia ao almoço, um senhor oriundo de uma cidade que não vou identificar, mas que estaria pouco habituado a comer pescada fresca, protestou junto do Chefe de Mesa, dizendo que o referido peixe não era fresco.

Claro que imediatamente se mandou cozer outra posta de pescada, pensando que pudesse ter havido qualquer problema com a anteriormente servida.

De novo se queixou o referido senhor, e quando o Chefe de Mesa lhe perguntou a razão da reclamação, o senhor afirmou que a posta não se “desfazia” em lascas mais ou menos duras.

Percebemos de imediato o problema e sem nada dizer ao hóspede, mandei o Chefe de Cozinha cozer uma posta de pescada congelada, que também tínhamos para outro tipo de pratos de peixe.

A resposta do hóspede, quando a provou, foi:
Esta sim, é pescada fresca!!!


2.  DESABAFOS…

Naqueles tempos mais antigos não havia tantas locais de diversão como hoje há e, tirando a televisão e um ou outro baile organizado em Monte Real, pouco mais havia para fazer, pelo que as salas de jogo do Hotel se enchiam à noite de senhoras e senhores jogando canasta, bridge, king, etc.

Estava então no Hotel hospedado, como todos os anos, um senhor e sua mulher que viviam em Angola, extremamente simpáticos e de conversa muito fácil e agradável.

Todas as noites se sentavam com outras senhoras e senhores jogando a canasta e conversando, e eu, ainda rapaz adolescente, quedava-me muitas vezes por ali, ouvindo as conversas que contavam sempre histórias muitas vezes interessantíssimas.

Mas o que me chamava mais a atenção naquele senhor, era uma frase que ele sempre utilizava quando a sorte às cartas não lhe sorria.

Nunca me esqueci de tal frase:

«Quando a sorte é maniversa, nada vale ao desinfeliz»


Joaquim Mexia Alves

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