UMA GRANDE COINCIDÊNCIA!
No
final dos anos 60, já com 19/21 anos, conheci na Base Aérea de Monte Real vários Pilotos da Força Aérea com quem me dava muito bem, apesar de alguma
diferença de idades.
Entre
eles conheci um (que interessa a esta história), o então Ten. PILAV Luís
Quintanilha, o qual, com a minha ida para a Guiné, perdi totalmente de vista.
Como
julgo já ser do conhecimento dos meus camarigos, a seguir à minha saída da
Guiné, em Dezembro de 1973, por causa da minha inadaptação (chamemos-lhe assim)
à Metrópole, acabei por ir para Angola trabalhar, ficando a morar em Luanda,
cidade da qual guardo as melhores recordações.
Aí
reencontrei o Luís Quintanilha, que ao tempo era Comandante dos TAM,
(Transportes Aéreos Militares), e por isso mesmo quase todas as semanas, mais
coisa menos coisa, levava o Boeing 707 militar em viagem para Luanda, onde
acabava por ficar sempre alguns dias.
Acabámos
por nos tornar quase inseparáveis, numa grande amizade, aliás fácil, porque
ambos tínhamos nesse tempo uma certa dose de “loucura” que os tempos
revolucionários tinham o condão de provocar.
Mas a história é muito simples e trata-se de uma coincidência engraçada, que acaba por envolver a Guiné.
É que
em 1974, aproximando-se o mês de Dezembro, o Luís, numa ida a Luanda, disse-me
que tínhamos de combinar um jantar em grande, porque ele fazia anos no dia 21.
Achei
graça à data, e disse-lhe que tínhamos de comemorar até muito bem, porque era o
dia em que eu tinha saído da Guiné, em Dezembro de 1973.
Ele
perguntou-me então se tinha saído de barco ou de avião, e eu disse-lhe que
tinha vindo no Boeing dos TAM.
Ele
então riu-se e disse-me: Então fui eu quem te trouxe para Lisboa, porque nesse
dia dos meus anos eu fui a Bissau em missão com o Boeing 707.
Aqui
fica a coincidência para a posteridade.
Marinha Grande, 6 de Janeiro de
2015
Joaquim Mexia Alves
Nota:
O meu
grande amigo Luís Quintanilha acabou por falecer num acidente de avião civil
(nos anos 90), lá para os lados de Sintra, com mais dois Pilotos, entre eles
outro amigo meu, o Cor. PILAV João Carlos David, que foi Comandante da Base
Aérea de Luanda e do qual também hei-de contar uma história.
6 comentários:
Sem dúvida, uma grande coincidência!
Mas são essas 'pequenas'coisas que apimentam as nossas (boas) recordações.
É, foi, viver!
Abraço
Hélder Sousa
O mundo é pequeno...mas o Joaquim Mexia Alves é muito grande!
Coincidências, encontros e desencontros da vida.E memória. Para mais tarde recordar.E, como diz o nosso Almirante, ter a sorte de num mundo tão pequeno ter amigos tão grandes como o Joaquim Mexia Alves.
Abraço.GRANDE,
JERO
Meus amigos
por favor não exageremos!
Até me sinto "mal"!
Os olhos da amizade têm sempre tendência para verem tudo "azul".
Muito obrigado pela vossa amizade, que para além de me honrar, me ensina e ajuda a ser um homem melhor.
Grande abraço
Joaquim
No comentário o "azul" nada tem a ver com as minhas preferências clubisticas, mas com harmonia e bem estar.
Abraços
Joaquim
Interessante a história. São os encontros e desencontros da vida. Os verdadeiros amigos não se esquecem e com o passar dos anos e por vezes já não se encontrando entre nós, estão sempre presentes nas nossas vidas. Um abraço. Mª Arminda
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