segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

P598: JÁ LÁ VÃO 5 ANOS...

ÉRAMOS 4, HOJE SOMOS MUITOS

9 de Dezembro de 2009. Dia de Inverno. Temperatura amena para a época.

Partida de Fátima, com o Juvenal na condução do seu Mercedes, de 4 lugares, descapotável e de alta cilindrada. 

O Juvenal não podia ultrapassar determinados limites de velocidade. Sempre atento, ia mirando as bermas das estradas, não estivesse o inimigo por aí emboscado. Com a memória ainda fresca dos acontecimentos vividos nas matas e picadas de Galomaro, o Juvenal impunha a si próprio uma condução cautelosa. O destino era Matosinhos onde, na  Tabanca Pequena, se ia proceder ao lançamento do livro de Manuel Maia, "A história de Portugal em Sextilhas".

Em Monte Real, o Mexia Alves decide-se por acompanhar o Juvenal, com a missão de observar meticulosamente a berma da estrada, não fosse o IN perder o tino.

Até à Figueira da Foz a viagem fez-se na máxima tranquilidade e segurança. Aí surge mais um camarada disponível para montar a segurança à retaguarda. O Almirante deixa o seu Porto de Buarcos e ameaça que, se na sua ausência algo de errado acontecer, ele avançará com o seu grupo de Nhacobá… 

Em Aveiro, nova paragem. Entra na viatura um quarto camarada para reforçar a segurança à retaguarda. Ainda meio atordoado, com os ares escaldantes  do Sul da Guiné, no seu subconsciente, promete ao grupo a maior dedicação e entrega, na segurança.   

Após uma média horária superior a 48 km/h estavam percorridos os 265 Km que nos separavam de Matosinhos. Fantástico!

Ali chegados tivemos direito a uma honrosa recepção, onde não faltou o chouriço, os carapaus fritos, a bianda e… o feijão. Ah! E um bom tinto da casa.

Servido o repasto e prestada homenagem ao Manuel Maia havia que regressar à base. Tudo correu normalmente até à área de serviço de Antuã, onde parámos para mudar águas.

Para nosso espanto encontrámos 3 oficiais, bem ataviados, que se faziam deslocar numa pequena viatura, antiquada e sem grande capacidade para transportar 3 oficiais. Enfim, duros tempos!

Estabeleceu-se de imediato um interessante diálogo com aquele pessoal, a quem o Mexia Alves deu lições da vida castrense. Indicou-lhe as chefias militares do Regimento de Artilharia do Porto, de outrora, as suas instalações e respectivas localizações.

A guerra da Guiné foi tema abordado, mas os oficiais aos costumes disseram NADA.

Perante tanto desconhecimento a revolta era latente em todos, e decidimos avançar na construção da nossa Tabanca para defesa dos nossos camaradas.

Era urgente definir objectivos e eleger as chefias.

O chefe, ainda não Amado, mas denunciando qualidades de liderança invulgares, foi eleito por unanimidade e aclamação.

A localização da Tabanca seria decidida pelo chefe.

O objectivo primeiro: Consistia, de imediato, na angariação de fundos para ajudar camaradas em situações mais críticas.

O objectivo segundo: Seria a tomada de assalto do Regimento de Artilharia do Porto, para apoio à nossa Tabanca, com data prevista para 2050.

Objectivo terceiro: Reocupação na Guiné dos aquartelamentos de Galomaro, Bambadinca, Cumbijã, Nhacobá, Guileje e Gadamael, previsto para 2060, bem conhecidos, em tempos idos, dos 4 intervenientes.

Deixámos finalmente Antuã com a sensação de dever cumprido.

Em Aveiro ficou o Manuel Reis onde iria organizar o grupo dos " Suspeitos de Costume", com o objectivo de suster o avanço de infiltrados.

Na Figueira da Foz o Almirante Vasco da Gama foi ordenar a protecção do seu Buarcos lindo, com o seu grupo de apoio.

O Chefe foi assumir o seu posto de Comando em Monte Real ao mesmo tempo que o Juvenal se dirigia para Fátima para mobilizar as tropas dispersas pelos arredores.

E foi assim o primeiro dia, do resto da vida da Tabanca do Centro (*).

Um abraço para todos os camaradas.
Manuel Reis


(*) Nota dos editores: Criação oficializada em 27 de Janeiro de 2010, com a realização do nosso 1º Encontro em Monte Real. Efeméride que vamos relembrar no próximo dia 30 de Janeiro com a realização do nosso 42º Encontro, 5 anos depois…


4 comentários:

Joaquim Mexia Alves disse...

Pois é, Manuel, já lá vão 5 anos!!!

Obrigado pelo teu texto.

Recordei uma bela viagem, muito bem acompanhado!

Grande abraço e até sexta feira.

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Texto oportuno a lembrar uma data.
E a mostrar (para quem às vezes anda desatento) que tudo tem um começo.

Coisa aparentemente simples mas que contém "aquele não sei quê" que torna o acontecimento diferente de muitos outros aparentemente iguais.

A viagem em si mesma deve ter criado o ambiente propício ao desenvolvimento da iniciativa. Depois, o motivo pela qual ela foi feita, a manifestação prática do que pode a solidariedade, e o próprio ambiente ilustrado pela "Tabanca de Matosinhos" acabaram por dar o 'toque final'.

5 anos é muito tempo, muitos meses de cozido a manjar.... parafraseando uma canção do Paulo de Carvalho.
Por isso a "Tabanca do Centro" e os seus 'progenitores' estão de parabéns.

Abraço
Hélder Sousa


Anónimo disse...

Interessante a descrição de como foi formada a Tabanca do Centro. Estão de parabéns. Não poderei comparecer, mas desejo que seja alegre, alias como sempre, o encontro de amigos. Quem mantêm ao longo de 5 anos, mensalmente estes convívios, só pode mesmo ser amigo. Um abraço para todos. Mª Arminda

Anónimo disse...

Há 5 anos estava a cumprir o último dos sessenta. Demorei algum tempo a descobrir e a filiar-me na Tabanca do Centro. Mas, depois de o fazer, considero-me um indefectível. Obrigado portanto aos seus fundadores. Que venha depressa o dia 30 de Janeiro.Até já. JERO