Estive hoje em Alcobaça participando na Missa e na homenagem que o jornal “O Alcoa” quis prestar a diversas pessoas que se destacaram nas suas vidas durante o ano de 2020, (segundo foi dito), entre elas o meu querido amigo José Eduardo Reis Oliveira. E escrevo, segundo foi dito durante o ano de 2020, porque o José Eduardo, (para muitos o Jero), penso que se destacou toda a sua vida pelo que sei dele, embora só o tenha conhecido nestes últimos pouco mais de 10 anos, mas que sendo poucos nas nossas vidas de mais de 70, foram os suficientes para fazer nascer e crescer uma amizade forte, inabalável, sincera, confidente cheia de uma profunda admiração e respeito um pelo outro.
Quando eu era novo, se alguém dissesse de alguém - esse é um “homem bom” - tudo estava dito sobre essa pessoa, porque esse “bom” incluía um sem número de virtudes e qualidades que distinguiam essa pessoa das demais.
O José Eduardo era/é um “Homem Bom”!
O José Eduardo podia ter sido advogado ou juiz, médico ou enfermeiro, (que foi na vida militar), professor ou aprendiz, varredor da rua ou professor catedrático, ou tantas e quaisquer outras profissões, que nunca deixaria de ser um “Homem Bom”.
Apaixonado pela “sua” Alcobaça, a sua terra, (fazem falta hoje pessoas apaixonadas pelas suas terras para as servir sem delas se servirem, como o José Eduardo), um contador de histórias, um investigador da simplicidade do verdadeiro do dia a dia, um escritor de escrita “limpa”, um amigo como aqueles que o são, um ombro para quem dele precisasse, um sorriso para os tristes e desolados, um orgulhoso português sem outras peias, um confidente e um humilde “pedidor” de conselhos, um pai de família, um avô de netos, um homem de excepção.
Passear com ele em Alcobaça, era descobrir a terra e as suas gentes, do mais importante ao mais simples, era nunca acabar de cumprimentos, de sorrisos, de abraços.
Em qualquer canto de Alcobaça, com ele como guia, se faziam as coisas melhores do mundo, desde a pastelaria ao vinho e licor, se encontrava a memória e se viviam as histórias, se tornavam vivas as esquinas das ruas e as casas por onde passávamos.
Estar com o José Eduardo era estar com a história sempre presente de Alcobaça, era um reviver da Guiné por onde passámos os dois, mas sem medos, nem recriminações, era um constante perguntar e um permanente responder.
O José Eduardo era/é uma dádiva de Deus à sua família, a Alcobaça, aos seus amigos.
Exagero?
Eu sinceramente acho que não!
Será a amizade que lhe tinha/tenho que me faz escrever assim?
Não, acho que não, porque sinto em mim que o que escrevo é verdade, e não apenas um panegírico de um qualquer louvor, que até ofenderia a sua memória.
É, para mim, um imenso orgulho ter sido e continuar a ser um dos seus bons amigos, ter aprendido com ele um pouco mais da virtude da paciência e da humildade e ter desbravado caminhos de Deus, nas perguntas e respostas que ambos suscitávamos quando vivíamos a fé no dia a dia.
Estive hoje em Alcobaça, a convite da Helena do José Eduardo, (resisto a chamar-lhe viúva), com os seus filhos e netos e senti-me verdadeiramente com o José Eduardo, naqueles que o viveram e vivem bem mais do que eu.
E, para mim, foi uma honra inigualável este convite que fica marcado no meu coração com o selo perene da verdadeira amizade.
E tu, José Eduardo, lá no “assento etéreo” a que subiste, (como dizia o poeta), olha pelos teus, olha pelos amigos, olha pela tua terra e vive a felicidade eterna que tão bem mereceste, nos abraços, beijos e sorrisos que foste distribuindo ao longo da tua vida.
Até já, José Eduardo!
Marinha Grande, 20 de Agosto de 2021
Joaquim Mexia Alves
Na segunda foto aparecem a Eduarda, filha do José Eduardo, e os seus filhos Pedro e Mariana, que receberam a homenagem em nome da família.
6 comentários:
Olá Mexia
Foi uma homenagem merecida.
Ainda bem que participaste nela e nos deste este testemunho bonito.
Ele ficará na nossa recordação como uma boa lembrança
Um grande abraço
Ley Garcia
Meus caros amigos
(em particular o Joaquim)
Não acrescento, nem retiro, nenhuma das palavras ao que o Mexia Alves escreveu.
Também para mim o JERO foi uma interessante e importante "descoberta".
Assim, como que de repente, nasceu a admiração e amizade, que se foi cimentando ao longo do tempo. E, recordo-me bem, começou com um simples comentário que fiz a uma foto que ele publicou no Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné. A partir daí foi sempre em crescendo.
Ainda hoje me custa "admitir" a sua partida.
Foram duas justas homenagens. A que o Jornal promoveu e esta protagonizada pelo Joaquim.
Hélder Sousa
Tudo quanto se diga do nosso JERO peca por defeito.
Muito obrigado Joaquim pelo teu testemunho.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
O nosso camarigo Jero - JOSÉ EDUARDO OLIVEIRA - foi merecedor de todas estas homenagens como amigo que era do seu amigo, como alcobacense profisssional como ele gstava de se intitular mas acima de tudo como amigo do seu amigo e todos nós temos sobejas provas dessa amizade ao longo dos anos, no meu caso concreto nos últimos dez anos que comecei a participar nas lides da Tabanca do Centro e da Tabanca Grande. Tive oportunidade de o receber em Torres Novas como amigo dos Castelos e como fcou maravilhado com o que teve opotunidade de aqui ver, combinou e trouxe a Torres Novas um autocarro com os Amigos do Mosteiro de Alcobaça que por aqui passaram o dia em convivio ameno e sereno entre amigos. Volto a dizer o Jero era amigo do seu amigo e isso diz tudo duma personalidade sempre amistosa e com quem dava gosto conversar e trocar ideias. Tenho alguns dos seus livros, porque ele também era um eximio escritor. Senti muito a sua falta e é raro o dia que não o recordo. Sei que ele está em paz e bem merece. Até um dia Jero.
Justa e linda homenagem ao amigo JERO.
Lindas as lavras que o amigo Mexia Alves escreveu sobre “Um Homem Bom”. Comungo do mesmo sentimento.
Sei que está na Paz do Senhor, mas deixou muitas saudades.
Um dia virá o reencontro.
M Arminda
Peço desculpa, mas são (as palavras) e não (lavras), que coloquei no meu comentário.
Estes zangarelhos pregam-nos partidas
M Arminda
Enviar um comentário