sexta-feira, 14 de junho de 2019

P1144: UMA EXIBIÇÃO... EM CUECAS


      Meus caros amigos e camaradas

Hélder Valério Sousa
Não me tem sido possível participar nos vários "Encontros/Almoços" da "Tabanca do Centro" por motivos que, se não se importam, não vou elencar aqui e agora. Não tenho ido, ponto!
Mas agora, por "pressão" do Joaquim Mexia Alves, do Miguel Pessoa e com o "pontapé de saída" do "Jero", vou tentar corresponder ao desafio que me lançaram de ser um contributor mais activo.

Sendo assim, aqui vai a primeira "recordação", que ainda não foi objecto de texto para publicação no "Blogue-Mãe". Lá chegarei, também, mas já agora segue para aqui, talvez de forma mais resumida ou, pelo menos, sem pretensões de servir para "tirar ilações", como por vezes costumo fazer.

O maior problema é a falta de fotos ilustradoras pois das que tinha tirado em Piche, e foram bastantes, perderam-se numa emboscada à coluna de Piche para Nova Lamego. Vinham à guarda de um dos meus operadores, que vinha de férias (eu, quando vim de Piche para Bissau deixei lá ficar a caixinha com as fotos e foi esse 1º Cabo Guedes que era seu portador). A coluna foi alvo de ataque, o Guedes ficou ferido no pescoço com um pequeno estilhaço mas a mala que ele trazia foi atingida por um estilhaço maior que, entre outras coisas, atingiu a minha caixinha de fotos.

Então, a história/recordação que vos proponho conhecer tem a ver com o que se passou uma bela tarde à saída do Entroncamento, na estrada para Torres Novas. 
Hélder Valério Sousa

UM ESPECTÁCULO INESPERADO…
E APLAUDIDO


Ao tempo estava a fazer o estágio em Tancos.
Fiz o 1º Ciclo do CSM em Santarém, saiu-me a especialidade de TSF pelo que o 2º Ciclo do CSM foi feito no então BT (Batalhão de Telegrafistas) em Lisboa e depois foi necessário efectuar um estágio operacional tendo-me calhado Tancos. A mim e a mais três....

Ora esses tempos em Tancos, que ocorreram entre a primeira quinzena de Janeiro e até ao meio de Abril de 1970, foram muito bons e cheios de coisas notáveis. Os meus camaradas de curso eram o Fernando Marques (que não chegou a ser mobilizado), de Alhandra, casado, com uma vida civil razoável, possuindo um "Morris Cooper" com o qual ele me levava e trazia de volta a casa passando em Vila Franca, onde então eu vivia. Além dele e de mim havia também o Mário Miguel, de Barcelos (que foi para Moçambique) e o Manuel Martinho, de S. Martinho do Campo, Santo Tirso, que foi para a Guiné comigo.

Era raro o dia em que não fizéssemos uma saída de Tancos para as redondezas, para as proximidades e também para mais longe, Entroncamento, Tomar, Torres Novas.

No dia desta história decidimos ir até Torres Novas.
Saída do Quartel (do "Perímetro Militar de Tancos") fardados, no tal "Morris" com os saquinhos de roupa civil no porta-bagagem. Tudo bem, tudo normal.

Passámos o Entroncamento, tomámos a estrada para Torres Novas e, em certa altura, seriam quase em cima das 18:00, tomámos uma saída para um terreno um tanto descampado e inclinado à direita da estrada, parámos o carro, tirámos os sacos com as roupas e vá de despir a farda.

Durante alguns instantes ficámos em cuecas e em tronco nu e foi quando se começaram a ouvir uns assobios do tipo dos que se costumavam fazer às miúdas assim a modos que "fuifuiu, fuifuiu, fuifuiu". Só nessa altura reparámos que onde estávamos era em frente à saída de uma fábrica, que o "mulherio" que entretanto estava a sair era mais que muito e que lhes oferecemos, sem querer nem saber, um espectáculo de "striptease", muito aplaudido.

Fizemos o que tínhamos a fazer, seguimos o nosso caminho, debaixo de vários piropos e, como seria de esperar e era natural naqueles tempos, tudo correu lindamente.

É claro que nunca mais cometemos o mesmo erro mas sempre que por lá voltámos a passar as nossas gargalhadas não se faziam esperar.

E é tudo, sobre este episódio.
Abraços
Hélder Valério Sousa

9 comentários:

Hélder Valério disse...

Pois é verdade que espero poder colaborar mais frequentemente.
De qualquer modo as principais "recordações" já foram publicadas no "Blogue-Mãe" mas estão extensas no seu conteúdo. Poderei fazer uma "revisão", pelo menos a algumas delas, para as tornar em leitura mais "amigável".

Apreciei francamente a subtileza com que o Senhor Editor tratou a questão embaraçante da falta de fotos e por isso a forma discreta como resolveu a "ilustração" da mudança de roupa....

Hélder Sousa

Anónimo disse...

Finalmente!

Finalmente tive a explicacäo(por mim esperada quase toda uma longa vida) quanto ao inesperado,e muito substancial,aumento da natalidade na zona de Torres Novas em 1971.

Os tais subestratos heroticos...täo freudianos...involuntariamente(!) colocados nos cerebros virginais das operarias da zona de Torres Novas...antes de chegarem a casa!

Um grande abraco do J.Belo.

Hélder Valério disse...

É possível, Zé Belo, é possível.... mas não posso confirmar.

Não houve "feedback" e, à cautela, só voltei ao Entroncamento poucas vezes, para um "jantar de Natal", um funeral e numa diligência profissional. Mas sempre de raspão, não fosse alguém reconhecer...

Abraço.
Hélder Sousa

Hélder Valério disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joaquim disse...

Bela estreia, sim senhor!

Obrigado Hélder.

Quanto à imaginação que o Miguel nos propõe, felizmente não sou muito imaginativo!!!! eheheh

Claro, não colocando em causa os dotes físicos do autor do texto!!!!

Grande abraço
Joaquim

Anónimo disse...

Gostei Hélder.
Venham mais. Se possível um pouco mais vestido.
De qualquer maneira maneira não prescindimos de ti como "super-comentador".
Grande abraço e bora viver.
Saudades de Alcobaça.
JERO

Anónimo disse...

Grande abraço, Hélder e muito bem vindo. Gostei de te ler.
DA Gama

Anónimo disse...

Engraçada a estória. Pode continuar que eu vou lendo.
Comigo aconteceu na prova de azimutes em pleno terreno tórrido de Julho, lá nas imediações de Tancos, passar por uns silvados e ter ficado com a combinação de vôo abonada com carraças.
A Ivone e eu, não tivemos outro remédio senão despi-las sacudi-las. Se alguém deu pelo sucedido desconheço, mas também não ouvimos assobios.
Um abraço amigo.

M Arminda

Hélder Valério disse...

Pois é, M.ª Arminda, não havia "espreitas" nem "mirones"....
Só se fossem de circunstância, pois tratando-se de um acontecimento fortuito, seria muita coincidência estarem lá pelos silvados nessa ocasião.
Mas são destas coisas que as memórias se fazem.
Abraço
Hélder Sousa