Meus caros amigos e camaradas
Hélder Valério Sousa |
Não me tem sido possível participar nos
vários "Encontros/Almoços" da "Tabanca do Centro" por
motivos que, se não se importam, não vou elencar aqui e agora. Não tenho ido,
ponto!
Mas agora, por "pressão" do
Joaquim Mexia Alves, do Miguel Pessoa e com o "pontapé de saída" do
"Jero", vou tentar corresponder ao desafio que me lançaram de ser um
contributor mais activo.
Sendo assim, aqui vai a primeira
"recordação", que ainda não foi objecto de texto para publicação no
"Blogue-Mãe". Lá chegarei, também, mas já agora segue para aqui,
talvez de forma mais resumida ou, pelo menos, sem pretensões de servir para
"tirar ilações", como por vezes costumo fazer.
O maior problema é a falta de fotos
ilustradoras pois das que tinha tirado em Piche, e foram bastantes, perderam-se
numa emboscada à coluna de Piche para Nova Lamego. Vinham à guarda de um dos
meus operadores, que vinha de férias (eu, quando vim de Piche para Bissau
deixei lá ficar a caixinha com as fotos e foi esse 1º Cabo Guedes que era seu
portador). A coluna foi alvo de ataque, o Guedes ficou ferido no pescoço com um
pequeno estilhaço mas a mala que ele trazia foi atingida por um estilhaço maior
que, entre outras coisas, atingiu a minha caixinha de fotos.
Então, a história/recordação que vos
proponho conhecer tem a ver com o que se passou uma bela tarde à saída do
Entroncamento, na estrada para Torres Novas.
Hélder Valério Sousa
UM
ESPECTÁCULO INESPERADO…
E APLAUDIDO
E APLAUDIDO
Fiz o 1º Ciclo do CSM em Santarém, saiu-me a especialidade de TSF pelo que
o 2º Ciclo do CSM foi feito no então BT (Batalhão de Telegrafistas) em Lisboa e
depois foi necessário efectuar um estágio operacional tendo-me calhado Tancos.
A mim e a mais três....
Ora esses tempos em Tancos, que ocorreram entre a primeira quinzena de
Janeiro e até ao meio de Abril de 1970, foram muito bons e cheios de coisas
notáveis. Os meus camaradas de curso eram o Fernando Marques (que não chegou a
ser mobilizado), de Alhandra, casado, com uma vida civil razoável, possuindo um
"Morris Cooper" com o qual ele me levava e trazia de volta a casa
passando em Vila Franca, onde então eu vivia. Além dele e de mim havia também o
Mário Miguel, de Barcelos (que foi para Moçambique) e o Manuel Martinho, de S.
Martinho do Campo, Santo Tirso, que foi para a Guiné comigo.
Era raro o dia em que não fizéssemos uma saída de Tancos para as
redondezas, para as proximidades e também para mais longe, Entroncamento,
Tomar, Torres Novas.
No dia desta história decidimos ir até Torres Novas.
Saída do Quartel (do "Perímetro Militar de Tancos") fardados, no
tal "Morris" com os saquinhos de roupa civil no porta-bagagem. Tudo
bem, tudo normal.
Passámos o Entroncamento, tomámos a estrada para Torres Novas e, em certa
altura, seriam quase em cima das 18:00, tomámos uma saída para um terreno um
tanto descampado e inclinado à direita da estrada, parámos o carro, tirámos os
sacos com as roupas e vá de despir a farda.
Durante alguns instantes ficámos em cuecas e em tronco nu e foi quando se
começaram a ouvir uns assobios do tipo dos que se costumavam fazer às miúdas
assim a modos que "fuifuiu, fuifuiu, fuifuiu". Só nessa altura
reparámos que onde estávamos era em frente à saída de uma fábrica, que o "mulherio"
que entretanto estava a sair era mais que muito e que lhes oferecemos, sem
querer nem saber, um espectáculo de "striptease", muito aplaudido.
Fizemos o que tínhamos a fazer, seguimos o nosso caminho, debaixo de vários
piropos e, como seria de esperar e era natural naqueles tempos, tudo correu
lindamente.
É claro que nunca mais cometemos o mesmo erro mas sempre que por lá
voltámos a passar as nossas gargalhadas não se faziam esperar.
E é tudo, sobre este episódio.
Abraços
Hélder Valério Sousa
9 comentários:
Pois é verdade que espero poder colaborar mais frequentemente.
De qualquer modo as principais "recordações" já foram publicadas no "Blogue-Mãe" mas estão extensas no seu conteúdo. Poderei fazer uma "revisão", pelo menos a algumas delas, para as tornar em leitura mais "amigável".
Apreciei francamente a subtileza com que o Senhor Editor tratou a questão embaraçante da falta de fotos e por isso a forma discreta como resolveu a "ilustração" da mudança de roupa....
Hélder Sousa
Finalmente!
Finalmente tive a explicacäo(por mim esperada quase toda uma longa vida) quanto ao inesperado,e muito substancial,aumento da natalidade na zona de Torres Novas em 1971.
Os tais subestratos heroticos...täo freudianos...involuntariamente(!) colocados nos cerebros virginais das operarias da zona de Torres Novas...antes de chegarem a casa!
Um grande abraco do J.Belo.
É possível, Zé Belo, é possível.... mas não posso confirmar.
Não houve "feedback" e, à cautela, só voltei ao Entroncamento poucas vezes, para um "jantar de Natal", um funeral e numa diligência profissional. Mas sempre de raspão, não fosse alguém reconhecer...
Abraço.
Hélder Sousa
Bela estreia, sim senhor!
Obrigado Hélder.
Quanto à imaginação que o Miguel nos propõe, felizmente não sou muito imaginativo!!!! eheheh
Claro, não colocando em causa os dotes físicos do autor do texto!!!!
Grande abraço
Joaquim
Gostei Hélder.
Venham mais. Se possível um pouco mais vestido.
De qualquer maneira maneira não prescindimos de ti como "super-comentador".
Grande abraço e bora viver.
Saudades de Alcobaça.
JERO
Grande abraço, Hélder e muito bem vindo. Gostei de te ler.
DA Gama
Engraçada a estória. Pode continuar que eu vou lendo.
Comigo aconteceu na prova de azimutes em pleno terreno tórrido de Julho, lá nas imediações de Tancos, passar por uns silvados e ter ficado com a combinação de vôo abonada com carraças.
A Ivone e eu, não tivemos outro remédio senão despi-las sacudi-las. Se alguém deu pelo sucedido desconheço, mas também não ouvimos assobios.
Um abraço amigo.
M Arminda
Pois é, M.ª Arminda, não havia "espreitas" nem "mirones"....
Só se fossem de circunstância, pois tratando-se de um acontecimento fortuito, seria muita coincidência estarem lá pelos silvados nessa ocasião.
Mas são destas coisas que as memórias se fazem.
Abraço
Hélder Sousa
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