quinta-feira, 31 de agosto de 2017

P942: "OLHA A MALA..."

COMENTANDO O TEXTO DO POSTE 937

Manuel Frazão Vieira
O Miguel Pessoa apresentou, há dias, no blogue da Tabanca do Centro in "UMA RECORDAÇÃO MARCANTE" o relato muito bem descrito sobre a queda de um avião/avioneta junto à nossa querida praia da Nazaré, no ano de 1953, tinha eu 4 anitos.

Veio o JERO, recentemente, comentar e recordar que, por força desse malogrado acontecimento apareceu  uma cantiga sobre o "avião da Nazaré", mas que não se recorda da letra. 

Pois, então, retenho, ainda, uns resquícios melódicos dessa composição que muitas vezes ouvia cantar à minha avó, minha mãe e mulheres lá da aldeia, perto de Leiria, e que diziam referir-se à queda de um avião na praia da Nazaré. Será? Não consultei nada nem ninguém, nem estudei o assunto. Só sei que todos os anos a minha família, juntando-se a outras famílias íamos passar uns 8 dias à praia da Nazaré. Não se falava em férias, eram uns dias de descanso, depois das vindimas e arrecadado o vinho - à época, forte economia de subsistência familiar. 

A tal cançoneta sobre o "avião da Nazaré" era tão martelada pelo pessoal lá da terra que se tornou muito popular. É natural que a letra e a melodia se fossem transmitindo no tempo, revelando-se por via oral. Sabemos que nos campos, nas tarefas agrícolas, para esquecer as agruras da vida, era hábito homens e mulheres cantarolarem, enquanto, cultivavam as terras. Sei do que escrevo e a minha "base de dados" gravava o pouco e o muito que ouvia dos adultos! Isto, nas décadas de 50/60 e recordo-me de se falar na queda do tal avião.

Então, tive de recorrer à melodia que, ainda, retenho (era menino!) para "sacar" alguma parte da letra que não deve fugir muito à composição que, então, se cantava. Se é esta a letra do "avião da Nazaré" que o JERO procura recordar, não sei. Se é, então, ela aí vai:

“Olha a mala, olha a mala
Olha a malinha de mão
Não é tua, não é minha
É do nosso hidrovião

É do nosso hidrovião
Que caíu na areia fina
Foi parar à Nazaré
Por falta de gasolina “

Abraços
Manuel Frazão Vieira
(ex-Alferes Milº - PelCaçNat55)

Comentário do editor:
Sobre a canção em causa, tinha igualmente conhecimento desta música aqui referida, mas nunca a tinha relacionado com o acidente por mim descrito.
Em primeiro lugar, porque só conhecia a primeira quadra da música, nada me dando a entender esse relacionamento. Por outro lado, a referência ao "hidrovião", que não encaixava no acontecimento real, visto tratar-se de um avião normal. Finalmente, não me pareceu de muito bom gosto tratar de uma forma tão ligeira um acontecimento que marcou tragicamente a vida de várias pessoas.
Tentámos saber mais alguma informação na Net. Podem ver os resultados aqui e também aqui
Miguel Pessoa

2 comentários:

Anónimo disse...

Interessante a coincidência da canção e o acidente descrito pelo nosso camarigo.

Recordo-me bem quando a canção saiu à rua. Também a cantarolava algumas vezes.

Se não estou em erro até a saudosa Amália a cantou.

Um abraço.

M Arminda

Anónimo disse...

Credo haver "mal entendido" quanto ao local do accidente e tipo de aviäo.

Em finais dos anos 40 (inicio dos anos 50?) um hidro aviäo desapareceu no mar da palha (frente a LIsboa) tendo falecido todos os passageiros.

Um grande abraco desde o extremo do extremo norte da Suecia
J.Belo