UMA CRUZ DE GUERRA... 41 ANOS DEPOIS
Transcrevemos um texto que nos foi enviado pelo Manuel
Ramos, um camarigo que tem participado nos nossos convívios em Monte Real,
integrado no grupo que ali se costuma deslocar ido de Torres Novas:
“Meus amigos, ontem foi um dia gratificante para mim.
Foi concluído um processo iniciado há 40 anos.
Em cerimónia militar realizada junto ao monumento do
combatente em Belém, foi imposta uma cruz de guerra ao meu amigo Fanha, que lhe
tinha sido atribuída em Janeiro de 1974.
Fui testemunha e “actor” dos acontecimentos que lhe
deram origem e acompanhei de perto todos os passos deste processo.
Em anexo fica a ordem do exército Nº 10 de 30 de Abril
de 1974 onde se encontra registada a condecoração.
M. Ramos”
O Carlos Pinheiro disponibilizou-nos a notícia saída
no “Jornal Torrejano” no passado dia 11 de Novembro, referindo a imposição da
Cruz de Guerra ao nosso camarigo Alexandre Fanha, em que faz ainda referência à
Ordem do Exército nº10 de 30 de Abril de 1974, onde se encontra registada a
condecoração.
“Jornal Torrejano Sociedade --- 2015-11-10
Alexandre Fanha Constantino, torrejano natural da Meia
Via, vai receber quarta-feira a cruz de guerra que lhe foi atribuída em Janeiro
de 1974 e que, por incidências relacionadas com o 25 de Abril, acabou por não
lhe ser entregue.
Alexandre Fanha, que foi atleta da equipa sénior do
Clube Desportivo de Torres Novas e que actualmente trabalha no ramo da
instalação de equipamentos de televisão, encontrava-se em Moçambique desde o
início da década, cumprindo o serviço militar no Exército Português. Com
formação de comando, veio a integrar a única formação de GE’s (grupos
especiais) então constituída para realizar e dar apoio a operações especiais da
tropa portuguesa, e foi ao serviço dessa companhia, mas integrado numa outra
regular, que Alexandre Fanha realizou actos de coragem e bravura que lhe
valeram, em Janeiro de 1974, a atribuição da cruz de guerra.
Com o 25 de Abril e as complicações político-militares
que acabaram por fazer-se sentir em todas as ex-colónias portuguesas, o militar
torrejano não recebeu a condecoração, mas quarta-feira, na praça do Império em
Belém, em acto comemorativo do dia do Armistício e diante das mais altas
patentes políticas e militares, Alexandre Fanha vai finalmente receber a cruz
de guerra.
Acabados os conflitos militares que envolviam Portugal
há mais de 40 anos e não tendo estado o país envolvido directamente em qualquer
outro cenário de guerra, pode afirmar-se que, para já, o torrejano Alexandre
Fanha vai ser o último português a receber a distinção atribuída por valorosos
feitos militares.”
Deixamos-vos um comentário final do Carlos Pinheiro
sobre esta cerimónia, que deveria ter merecido um mínimo de atenção da
Comunicação Social:
“Sabes, o Fanha, finalmente recebeu
ontem a CRUZ de GUERRA que lhe tinha sido atribuída em Janeiro de 1974.
Mas não consigo encontrar noticias
na Comunicação Social. Esteve lá o Presidente da Liga dos Combatentes, o
Ministro da Defesa, o CEMGFA e muitas outras entidades. Mas a Comunicação Social parece não ter dado importância à cerimónia ou então... nem sei o que
dizer.
5 comentários:
Parabéns ao Fanha, Foi tarde mais veio porque tarde vem o que nunca vem. Portanto mais uma vez parabéns.
Tarde mas chegou amigo,se custuma dizer vale mais tarde que nunca Parabens
Parabéns ao Fanha. Veio tarde mas veio e por merecimento. Parabéns e que a veja por muitos anos.
Deixei o comentário, acima e não me identifiquei. Peço desculpa pelo lapso. Mª Arminda
Um abraço para o Fanha!
Joaquim Mexia Alves
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