A
PROPÓSITO DE UM LIVRO
Como
tivemos já oportunidade de aqui referir, no final de Novembro, no anfiteatro do
Estado-Maior da Força Aérea, procedeu-se à apresentação do livro “Nós,
Enfermeiras Paraquedistas”. Por motivos que não conseguimos ainda compreender
bem, o stock de livros disponibilizado para aquela sessão (à volta de 300)
esgotou-se rapidamente, tendo muita gente ficado sem um exemplar sequer. E o
momento, a dois passos do Natal, teria sido óptimo para possibilitar a compra
de uns tantos livros para ofertar a amigos.
E
o facto é que em meados de Janeiro ainda não estava disponível aquele livro
para quem o quisesse adquirir, supondo nós que ele apenas aparecerá nos grandes
espaços - FNAC, Bertrand, etc. – só lá para o fim deste mês…
Sendo
uma das co-autoras, a nossa camariga Giselda Pessoa teve ainda assim a
possibilidade de dispor de uns tantos exemplares, um dos quais decidiu enviar
ao nosso camarada José Belo, auto-intitulado “exigrado” na Suécia, ou mais
propriamente lá para trás do sol posto, (relativamente) próximo de Kiruna…
“Caríssimos Giselda e Miguel
Um grande obrigado pelo livro (que já li de ponta a ponta!), que
me chegou às mãos muito mais rapidamente do que seria de esperar nesta época do
ano.
É difícil - creio mesmo quase impossível - para as jovens
portuguesas de hoje compreenderem na sua totalidade o fantástico salto em
frente que representou então a coragem social daquele grupo de jovens
pioneiras.
Quando vim pela primeira vez à Suécia (acompanhando algumas
"estrelas revolucionárias") compreendi frente às realidades aqui
existentes que este país estaria (pelo menos!) mais de noventa anos à frente da
nossa sociedade lusitana.
Mais tarde, e já depois de aqui viver, acabei por constatar
que os tais noventa anos eram um cálculo demasiadamente
"envergonhado".
As diferenças eram - e são - de tal modo vastas que muito
mais de um século de evolução social (a todos os níveis) nos separa.
Daí talvez compreender
ainda melhor o que de "grande" foi a decisão daquelas jovens Páras.
A propósito... aqui segue história verdadeira que dá para
sorrir.”
IGUALDADE ENTRE OS
SEXOS…
Há
cerca de quatro anos, algumas jovens educadoras a trabalhar nos inúmeros
infantários de Estocolmo decidiram em reunião geral, e em nome da tal igualdade
entre os sexos, que seria bom, desde os tempos de infantário, que tanto
raparigas como rapazes deveriam... sentar-se na sanita para urinar…
Não
haveria assim mais uma "diferença"!
Como
Lisboa não é Portugal... Estocolmo não é a Suécia!
As
inúmeras ironias, os artigos dos jornais da província, as revistas de teatro
cómico, e até programas de televisão de rir à gargalhada, depressa obrigaram
estas jovens "activistas" a deixarem os desgraçados dos miúdos mijar
dentro, ao lado, ou fora da sanita... como sempre.
José Belo
3 comentários:
Caros amigos
Gostei!
Gostei de saber que foi possível enviar atempadamente ao Zé Belo o livro das nossas Enfermeiras-Páras.
Gostei de saber as diligências que para isso o Miguel e a Giselda fizeram.
Gostei de ler a 'introdução' ao artigo.
E gostei muito de ler o que o Zé Belo escreveu.
Quanto aos 'fundamentalismos' (iguais em palermice em qualquer parte) e a propósito das imagens, ocorre-me dizer duas coisas:
- a primeira, mais a sério, com a questão de 'mijar sentado', não é a mesma coisa para o homem e para a mulher porque esta, por questões 'anatómicas', não corre o risco de apanhar alguma infecção por contacto da 'parte final' seu 'aparelho urinário' com as paredes da sanita;
- a outra, a brincar mas verdadeira, tem a ver com o 'cartoon' do "urinar sentado". Há já uns largos anos havia aqui em Setúbal um Bar, chamado "República", de um tal Oliveira (Oliveirinha, para os amigos e 'habitués') onde o urinol era, à moda da época, uma parede de mármore onde na parte de cima uns espalhadores de água ajudavam a encaminhar a urina para o ralo escoador no fundo, onde era encaminhado por uma espécie de meia-cana, também em mármore.
Acontece que naqueles tempos ainda não era socialmente recriminável fumar e não era raro o ralo ficar entupido com 'beatas'.
Daí que o nosso Oliveirinha tivesse colocado cinzeiros de parede para recolher as 'beatas' e um letreiro com os dizeres "Por favor utilize o cinzeiro".
O meu amigo Nelson (e nosso camarada da Guiné, e meu padrinho de casamento, e infelizmente actualmente no Lar da Santa Casa da Misericórdia com alzheimer) aparece junto ao balcão, vindo do WC, apertando a braguilha e recomendando ao Oliveirinha que colocasse os cinzeiros mais abaixo porque por mais que tentasse era muito difícil 'acertar' neles (e fazia o gesto de quem estava a tentar 'lançar o líquido orgânico' para o ar) o que levou o perplexo Oliveira a inquirir se ele tinha 'mijado na parede' ao que o Nelson replicava em tom lamentoso que bem tinha tentado acertar no cinzeiro mas era quase impossível, fugindo rapidamente do Bar com o Oliveirinha aos gritos de "eu mato-o, eu mato-o"!.
Abraços
Hélder Sousa
Será que foi da Suécia que veio a velha frase: «mijar fora do penico»???
Grande abraço Zé Belo
Amigo José Belo. Acredito que há uma diferença abismal do nosso modo de vida, sob todos os aspetos e a dos Suecos, mas essa de querer que os meninos, urinassem do mesmo modo que as meninas, é demais. Coitados!.. Achei graça à história que o Hélder contou, porque me recordo de miúda ter visto esses sanitários, mas sem o dito cinzeiro. Sob o ponto de vista se saúde está correto a anatomia do homem e da mulher a isso obriga. Um abraço para o José Belo e pela minha parte agradeço o elogio feito às enfermeiras paraquedistas. Mª Arminda
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