LIVRO VAI SER APRESENTADO NO PRÓXIMO DIA 26 DE NOVEMBRO
NO ESTADO-MAIOR DA FORÇA AÉREA, EM ALFRAGIDE
Custou, mas... Finalmente, está prestes a ver a luz do dia o livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", uma obra para a qual contribuiu um bom número de enfermeiras paraquedistas com as suas memórias pessoais de um período muito rico da sua vida pessoal e profissional ao serviço da Força Aérea.
O livro é pois o resultado do esforço desse grupo de enfermeiras que decidiu dar cumprimento a um desejo
da sua colega Zulmira, infelizmente já falecida, de escrever um livro sobre a vivência deste grupo de mulheres na Força Aérea, nos tempos da guerra do Ultramar.
Vários
livros têm sido publicados sobre a actividade das enfermeiras paraquedistas, mas nenhum por iniciativa própria. Talvez
por isso, nenhuma dessas obras traduz o que elas pensavam e sentiam naquele que a maioria considera hoje ter sido um "período de ouro” das suas vidas.
Nenhuma dessas obras narra os seus sentimentos,
as suas angústias, as suas alegrias, o medo que tantas vezes as assaltava,
a saudade que as corroía, as dúvidas que por vezes as intimidavam, o sentimento de culpa pelos insucessos, o entusiasmo ou o desânimo, e muitos outros sentimentos que as assoberbavam no dia a dia de dura labuta, em terra ou no ar, na Metrópole, em
Angola, Moçambique ou Guiné, ou ainda sobrevoando o Atlântico nas longas
evacuações de feridos. O que passaram, que caminhos trilharam, os riscos que correram, o que viram e tudo a que assistiram, ao serviço da Força
Aérea! Era tudo isso que pretendiam contar, num livro.
Também nenhuma dessas obras descreve o que
arrastou cada uma delas para aquela “aventura”; ou o que sentiram ao entrar
num mundo exclusivo dos homens, ou como a ele se adaptaram; ou o que custou, a quem nunca tinha sequer estado junto a um avião, saltar dele
em voo, utilizando um paraquedas que lhe colocaram nas costas, prometendo-lhe que
ele ia abrir “de certeza absoluta”. Nenhuma dessas obras refere o que,
passados tantos anos, cada uma delas pensa do que foi servir na Força Aérea
como enfermeira paraquedista e o que “isso” significou depois ao longo das suas vidas.
É
tudo isto ─ não apenas as suas memórias, mas também os sentimentos que então as acompanharam ─ e muito mais, que quiseram expressar num livro, para
deixar às gerações futuras.
Decidiram por isso que, em vez de darem o seu contributo para a elaboração de livros de outros, deveriam tomar a iniciativa de serem elas próprias a escrever num livro a forma como desempenharam a sua profissão num ambiente tão diferente do tradicional, que incluiu mesmo o de guerra. E que, para aquelas que tenham filhos e netos (e depois virão os bisnetos e …), isso seria uma forma ─ a melhor e mais perdurável ─ de lhes dar a conhecer algo de um período crítico da História do seu País, mas também de eles saberem que tinham tido uma avó (bisavó, trisavó, …) que contribuíra para essa mesma História andando na guerra, nas missões mais arriscadas, em África (ainda para mais como voluntária!), onde tinha passado as “passas do Algarve”, mas também usufruído de bons momentos…
No livro procuraram articular as suas memórias dos acontecimentos ou factos que viveram ou que testemunharam, ao longo daquele tempo. Uns são dramáticos, por vezes
mesmo trágicos; outros são divertidos, se não mesmo cómicos; outros respeitam
ao dia a dia no trabalho normal ou à forma como passavam os momentos de
ócio; outros relatam a forma como conviviam num ambiente quase exclusivamente
masculino, outros evidenciam a camaradagem e a amizade que estabeleceram com
aqueles com quem trabalharam; outros focam o relacionamento com as
populações; outros referem situações cheias de humanismo a que assistiram, sobretudo referentes aos feridos e às suas famílias. E tanta coisa mais que
tinham para contar!
Uma obra que dará certamente uma
panorâmica realista da actividade das nossas enfermeiras paraquedistas ao serviço da Força Aérea.
O livro, que tem como aliciante um prefácio escrito pelo Sr. Professor Adriano Moreira, será apresentado no auditório do Estado-Maior da Força Aérea, em Alfragide, pelas 18H00 do próximo dia 26 de Novembro.
1 comentário:
E seu eu não poder estar, quero desejar o maior sucesso ao livro, mas sobretudo, envolver as Enfermeiras Pára-quedistas no meu forte e sentido abraço por tanto terem feito por nós, que "andávamos cá por baixo"!
E quero o livro, pois claro!
Um abraço muito amigo do
Joaquim
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