quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

P450: A MALA DO JERO



MALA PARA JERO… TRANSMITO… ESTOU A CAMINHO!

Caro dono, estou cheia de saudades tuas. Já se passaram mais de dois meses desde que nos vimos pela última vez. Lembras-te? Levaste-me ao almoço do cozido em Monte Real no final de Novembro, aquele da festa antecipada de Natal. Bom, ainda estou para saber por que razão te esqueceste de mim lá na Pensão Montanha e abalaste sem me dar cavaco… Mas calculo que tenha deixado de ter utilidade quando despachaste os livros que eu tinha transportado…

Ali abandonada, receei acabar o dia dentro de um caixote do lixo. De repente vejo aquele teu amigo, o gajo da revista, o Miguel Pessoa, que se chegou ao pé de mim com ar de curioso e começou a abrir-me o fecho. Sinceramente pensei que me ia assaltar… mas depois pensei que afinal não tinhas deixado nada de importante lá dentro…

Afinal apenas queria saber quem era o meu dono. Por um papel que lá encontrou descobriu que eu te pertencia, mas já era tarde para me devolver – tu já tinhas partido…

Ele decidiu então levar-me para casa dele. Explicava ele aos amigos que depois me devolvia no almoço seguinte em Monte Real. Grande fiasco!... É claro que percebi que não foi por mal; mas, depois de dois meses guardada num armário, já me sabia bem ver a luz do dia, por isso apreciei quando me tiraram cá para fora. Foi por pouco tempo, porque o tipo enfiou-me no porta-bagagens e lá arrancámos – em direcção a Monte Real, percebi eu pela conversa.

A viagem foi calma e acabei por adormecer… Caí num sono profundo e só acordei quando ele voltou a abrir o porta-bagagens para me levar. Tive a maior surpresa da minha vida! Afinal estava outra vez em Lisboa! Não é que o malandro se esqueceu completamente que me tinha levado para me devolver a ti… e ali fiquei no porta-bagagens durante todo o dia! Só deu pelo erro quando foi tirar a tralha do porta-bagagem à chegada a casa…

Desta vez tenho estado em local bem visível. O tipo deve estar com medo de se esquecer de me levar para o próximo almoço… Estou numa posição privilegiada para seguir os pormenores da organização do próximo almoço. Sei que é já no dia 28. Também percebi pela conversa que ele está a pensar levar-me para me devolver, por isso estou confiante que irei chegar a Monte Real.

Agora, querido JERO, peço-te por tudo: Quando vires o Miguel Pessoa lá no almoço, pergunta-lhe se sempre me levou. É que estou com receio que, com tanta coisa a passar por aquela cabeça, o tipo se esqueça outra vez de mim no porta-bagagens e eu acabe novamente em Lisboa…
MP

13 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia. Falta pouco para nos voltarmos a encontrar. Obrigado pelos teus cuidados e pelo "aviso à navegação". Desta vez vens mesmo para Alcobaça, onde é o teu lugar. E vou levar outra mala com um "doce" dentro para agradecermos ao teu hospedeiro destes 2 meses. Guardado está o bocado...
Até breve e agradece por mim ao tipo da Revista, que é gente boa.
Ãbtaaço de Terras de Cister. JERO.

Anónimo disse...

Abraço de Terras de Cister. JERO

Hélder Valério disse...

D.ª Mala

Não trate mal, com tanta desconfiança e desconsideração, porque "o tipo" de que fala, assim, acintosamente, é a mesma pessoa que corrigiu os possíveis efeitos do acto de abandono a que foi submetida, isso sim, motivo para recriminações, embora todos nós saibamos que o erro cometido provocou enorme arrependimento e aflição ao seu Dono que chegou até a lançar um apelo no Facebook, ao que parece prometendo até 'um doce' a quem a encontrasse e, importante, a devolvesse.

O facto de ter estado 'metida num armário' só revela os bons cuidados que "o tipo" colocou para que o seu sofrimento e sentimento de rejeição não a afectassem demasiado, ficando assim a bom recato e protegida da luz solar e das turbulências da agitada vida mundana. Releva igualmente a excelência da bondade intrínseca "do tipo" que, quanto a mim, não merece que o trate assim.

Esperemos que tudo acabe em bem, como se quer.

Respeitosamente
de Sousa

12 Martins disse...

Caro Jero

Parece impossivel o esquecimento da mala, em Monte Real.

Sabes bem que a "nossa mala" não é uma "mala qualquer".

Quem tem uma MALA, precisade aMA-LA!

joaquim disse...

Olh'á mala, olh'á mala
olha a malinha de mão
não é minha, nem é tua
é do Jero companheirão!

Abraços
Joaquim

Vasco A.R. da Gama disse...

Minha querida "Prima-Mala de Alcobaça", espero finalmente que sejas entregue ao teu verdadeiro dono e muito teu amigo, o nosso estimado Monge de Alcobaça.

Embora tardiamente quero deixar-te um conselho para o futuro:

" Não voltes a deixar que te abram o fecho, sobretudo o gajo da revista que tem fama de atrevido".

Sei que estás completamente vazia, ao contrário de mim que estou cheínha de tantos pontos, cinco verdes e sete azuis, não contando com os dezoito do nosso primo Jardel, a quem também enfiaram uma mala na cabeça a fazer lembrar o Don Afonso Henriques.

Espero então dar-te uma grande "malada" na próxima sexta-feira.

Até lá!

Assina-se esta tua Prima-Mala de BUARKOS!

Anónimo disse...

O Joaquim adiantou-se quanto à cantiguinha.
Parque Mayer-Lisboa anos 50:"Olha a mala! Olha a mala!Olha a malinha de mäo.
Será tua,será minha.ou do nosso HIDROAVIÄO?
A pergunta é:Terá isto do hidroaviäo a ver com o facto de o nosso grande piloto ter em tempos históricos literalmente.....aterrado na bolanha?

Anónimo disse...

Caríssimo Amigo e Camarada Helder.
No teu feliz comentário estäo contidas todas as qualidades(!)necessárias para uns frutíferos "biscates" em Jurisprudência num escritório de amigos na Flórida.
Convite sincero e....público.
Um grande abraco.

Hélder Valério disse...

À D.ª Mala (novamente)

Se na missiva que lhe enviei antes aludi à forma pouco correcta, e até muito injusta, como se referia, nos seus lamentos, "ao tipo", forma acintosa de se referir ao Senhor Pessoa, que afinal a salvou do abandono e cuidou de si com cuidado extremo, quero agora também intervir um pouco em defesa do seu 'despassarado' Dono.

Não lhe nego, nada disso, o direito à indignação por ter sido tão (aparentemente) desprezada, o direito a sentir-se 'descartada' (mesmo não sendo uma 'mala de cartão'), mas apelo a que faça um esforço de compreensão e procure saber o que se passou e, se for caso disso, predisponha-se a perdoar, que é coisa bonita e muito difícil.

Chamo-lhe a atenção para o facto do seu Dono ser já um 'setuagenário', com muitos 'burrinhos' para conduzir e um descuido pode ser natural. Além disso não sabe, nem pode saber, mas pode esforçar-se para entender, a enorme ansiedade que se apoderou do seu Dono, que podia ser fatal para a sua vetusta idade, quando se apercebeu que tinha sido separado, quem sabe até se não maldosamente por algum 'figueirense' ou 'vizinho', só para o apoquentar, da sua 'malinha'. Como disse até colocou um apelo a dar alvíssaras na forma de um 'bolinho'...

É meu dever, é minha obrigação, dar aqui testemunho da bondade do Dono. Sou um privilegiado por ser honrado com a estima e amizade do seu Dono. Mais que um "homem bom" é um "bom Homem", amigo do seu amigo, generoso, solidário, empenhado nos apoios, produtivo, possuidor de uma grande alma benfiquista. Que mais pode querer dum Dono?

Aguardo que o reencontro seja feliz e duradouro.

Respeitosamente
de Sousa

Hélder Valério disse...

Volto!

Para agradecer o generoso convite de um luso-lapão (cujo comentário entrou quando estava escrever) a quem estimo e aprecio a 'paciência' e a elegância com que tem suportado e até enfrentado vários desmandos.

Só te posso dizer, meu amigo, "não me tentes, não me tentes!" pois ainda acabo por 'ponderar' mudar-me para a Florida.
Abraço
Hélder

Anónimo disse...

O que uma mala leva e ao que uma mala leva.

Pelo menos a meia dúzia de divagações de gente boa e amiga e a outras tantas viagens.

Abraços,

Adriano Moreira

Anónimo disse...

Amigos não se preocupem que a mala vá ou não. Se ficar de novo esquecida, não é para admirar porque o (piloto das matas), resolverá o problema rapidamente. Há lojas de chineses em todos os locais. Pena é que uma mala tão especial e da estima do nosso amigo Jero, seja assim tão mal tratada. Penso que o nosso Almirante vermelho a quer para guardar as bolas do próximo jogo. Um abraço para todos. Mª Arminda

Miguel disse...

Em devido tempo:
Já se efectuou o 34º convívio da Tabanca do Centro e, no decorrer deste, foi finalmente entregue ao nosso camarigo JERO a mala que, por motivos vários, dele esteve afastada durante quase três meses.
Por contacto tido com o seu feliz proprietário há poucos minutos, soube que a referida mala se encontra já na sua casinha em Alcobaça, recuperando do stresse causado por tão penosa separação.
Tudo acabou bem!
Miguel Pessoa