segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
P420: CONTO DE NATAL... SÓ PARA ALGUNS!
O TRANSPLANTE
DO TRANSMISSÕES
“Trim…Só eu sei porque não fico em
casa…Trim…Só eu sei porque não fico em casa…Trim….Só eu sei porque não fico em
casa…”
- “Ó Miguel, atende lá o telemóvel que eu já
não suporto essa musiquinha e ainda por cima estou no telefone fixo com o meu
primo Gosé Seara”, gritou a nossa estimada e gloriosa Camariga Giselda.
O
nosso Piloctor em vez de acelerar o passo parou a meio do caminho e exclamou:
- “Vocês têm mesmo mau perder! Já não me lembro do meu Sporting estar isolado em primeiro lugar e agora não me deixas saborear o hino?”
- “Vocês têm mesmo mau perder! Já não me lembro do meu Sporting estar isolado em primeiro lugar e agora não me deixas saborear o hino?”
-
“Ó homem, atende lá o telefone, pode ser outra vez a Zézinha Valério! Já ligou
ontem e disse que voltava a falar por causa de um novo CD que anda a gravar…”
- “A Zézinha? Essa grande leoa? Esse símbolo
que vem desde a fundação do nosso Clube?”
E
não é que o nosso Piloctor sprintou em direcção ao telefone… mas, o sprint de
cinco metros demorou um tempito e quando lá chegou o telemóvel estava mudo!
- “Eu não te avisei?”, ralhou a Giselda, ao
mesmo tempo que se despedia do seu primo Gosé Seara, com um : “temos de ter
paciência, mas vamos fazer uma petição para correr com o “Jasus” embora me
custe, agora que estamos no Natal… Estás de acordo?”
-
“Persupuesto que estou! «Jasus» para a Benezuela, JÁ!”, gritou o seu primo, que
sem mais delongas desligou o aparelho.
-
“Gaita”, murmurou o Piloctor… “desligaram, tenho de fazer dieta!”
E
lá voltou para o seu sofá verde às riscas e cobriu as pernas com a sua felpuda manta cor verde
esperança com uma mancha amarela no meio, a fazer lembrar um ovo estrelado, oferta
da tal Zezinha que lha comprou na feira de Carcavelos, vai para cinquenta anos!
Trim…
e antes que aquela musiqueta começasse a tocar, Dona Giselda, num voo
espectacular a fazer lembrar a nossa querida águia Vitória, levanta o
auscultador e prontamente, sem mais delongas, pergunta com uma ligeira rispidez
na voz:
-
“Quem fala?”
-
“Sou eu, o Guaquin, quero dizer, o Joaquim. Vê lá tu, Giselda, desde que tive
aquele diálogo com o Maduro quedou-se-me na fala um pouquito de sotaque!”
-
“Queres hablar com Miguel”, pergunta a Giselda que também fala espanhol
correcto, tantas são as vezes que discute as tácticas do Glorioso com o seu
primo Gosé Seara.
-
“Vou-to passar”, só um momento! Até logo.
Já
o nosso Amado Chefe entoara por duas vezes o “ Fado da Guiné”, quando se ouve
uma voz sorridente:
-
“Sim, Joaquim, tudo bem? Viste o jogo? E o Montero? Este ano ninguém nos pára!
Isolados em primeiro! Grande presidente! Grande treinador! Grande Juve Leo!”
-
“Porra, Miguel, estava a ver que não atendias. Deixa-te de futeboladas que eu
estou atrapalhado. Preciso do telefone do ministro da saúde, o Macedo”!
-
“Estás doente, Joaquim?”
-
“Não, estou a tratar daquele pobre Camarada das Transmissões que ficou com os
tímpanos furados quando escutava a minha conversa com o Maduro! Foi transferido
do hospital para a BUARKOS KLINIC NIC NIC para um transplante, mas aquilo não
anda e tenho de meter uma cunha para ver se se consegue um dador!”
-
“Não tenho o número. Quem te pode desenrascar são os gajos da BUARKOSLEAKSLEAKS
que têm o melhor ficheiro do país!”
-
“Não vou telefonar a esses gajos mas…já sei, peço ao Agostinho que está aqui ao
meu lado. Obrigado!”
-
“Ó Agostinho, ligas aos gajos mas não digas que é da minha parte, pois com essa
gente ninguém sabe o que nos espera!”
-
“É para já, Mexias!”
E
ainda o bom do Agostinho Gaspar não tinha acabado de discar o número, já uma
voz do outro lado respondia.
-
“Ó Agostinho, vai um copinho? Queres o
número do Macedo para o Amado Chefe, então aponta lá e em vez de um até te dou
dois!”
O
Agostinho ficou branco e o Amado Chefe de boca aberta perante tamanha
eficiência e rapidez! Engoliram ambos em seco, mas depressa se recompuseram
pois tinham combinado ir à Boavista com o Manuel Lopes Lopes, o Kambuta dos
Dembos, comer um leitão.
-
“Primeiro vou ligar ao Macedo e vamos já!”, disse o Amado Chefe.
Discado
o número prontamente e sem mais delongas, uma gravação responde:
-
Problemas de amor, insucessos, depressões, marque 1.
- Impotência sexual, abandono do lar,
problemas conjugais, marque 2!
- Alcoolismo, droga, ou outros vícios,
marque 3.
- Sorte nas candidaturas a Chefe da Tabanca,
Deputado da Nação, ou Presidente de Junta de freguesia, marque 4.
- Para expulsar o “JASUS” do Benfica
tem de aguardar dezoito meses e marcar 5.
- Para falar directamente com o senhor
ministro Macedo marque 6.
Olharam
um para o outro, desconfiados, num “aqui há gato”, mas, como grandes
Combatentes que foram, após ligeira hesitação, lá decidiram marcar o 6.
Ao
longe, muito difusa, ouvia-se uma música a fazer lembrar os coros gospel dos
que cantam sempre a mesma música, quer se trate de cerimónias de casamentos
civis ou litúrgicos, baptizados ou funerais e até divórcios, pois com a crise
há que aproveitar o que vem à rede.
Já
os nossos Camaradas se deixavam embalar pela música, o nosso Amado Chefe até
assobiava baixinho e o Agostinho acompanhava o ritmo batendo com o pé no chão,
quando a música parou de supetão e uma voz rouca, roufenha, cava, mesmo
fanhosa, inquiriu sem mais delongas :
- “Já pagaram o dízimo?”
- “Mas, quem está ao telefone não é o senhor
ministro?” sussurrou a medo o Agostinho.
- “Sim, sou o ministro e Bispo Edir Macedo,
chefe da Igreja Universal do Reino de Deus que é uma igreja neopentecostal, seu
ignorante! Já pagou o dízimo?”
Quando
ouviu falar em igreja, o nosso Amado Chefe ficou furibundo e arrancou, com
alguma brusquidão, o telefone das mãos do Agostinho e logo disse ao bispo:
-
“Você fique sabendo que eu não quero nada com falsos bispos e até sou amigo,
desde há muitos anos, do papa Jorge Nuno e também sei que o senhor já esteve
preso por…”
-
“Já pagou o dízimo?”, interrompeu o Macedo.
-
“Preso por charlatanismo, por curandeirismo, por estelionato seu, seu…” … “Desligou,
o sacana do Macedo! Já viste, Agostinho, está aqui um homem de boa fé a querer
praticar uma boa acção, a querer ajudar um Camarada e sai-lhe uma encomenda
destas!”
-
“Ó Mexias, isso é que é falar! Mas não percebi os nomes que chamaste ao gajo.
Então aquele do “exterenato” ou lá o que é..”
-
“Estelionato, Agostinho, estelionato! E o Amado Chefe colocou a sua mão no
ombro direito do seu Camarada, ia a escrever discípulo, ajeitou os óculos e
logo ali explicou:
“Estelionato, Camarigo Agostinho, estelionato é obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."
“Estelionato, Camarigo Agostinho, estelionato é obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."
- “Para entenderes melhor, é assim que a modos do que fez o
teu antigo presidente, o Vale e Azevedo e vê lá tu que esse sacana agora é
sacristão na igreja da cadeia e o Macedo é bispo… Estamos entregues aos bispos,
quero dizer, aos bichos!”
- “Ó Mexias, deixa lá isso e vamos mas é resolver o problema
do nosso Camarada. Como ele está internado em Buarcos na CLINIC NIC NIC, vou
telefonar ao Almirante Vermelho e seja o que Deus quiser. Se o apanharmos bem
disposto, o gajo resolve-nos o assunto. O pior é se o vento está de sul e o
cheiro da celulose da Leirosa chega a Buarcos… aí o gajo fica pior que
estragado e diz mais asneireda contra a Figueira do que um carroceiro quando a
mula não quer andar.”
- “Temos de entrar de mansinho e como o Benfica ganhou ao
Paris e o meu Porto perdeu, temos de aproveitar a maré, que ele deve estar bem
disposto e com certeza já se esqueceu do Arouca…mas, vale mais prevenir do que
remediar. Olha, lês este papel e logo vês como reage a criatura.”
Trim…S.L.B, S.L.B.,S.L.B., Glorioso…nós só queremos o Benfica
campeão… Trim…
- “Alô, ici Maison do Almirante
Rouge”, respondem de Buarcos.
- “Sou eu, o Agostinho!”
- “Agostinhô, agora deu-me para falar um “petit peu” em
francês pois comemos os franciuses com uma pinta que nem te digo nem te conto.
E ainda dizem mal desse expoente máximo da técnica e da táctica, o mestre, esse
enorme treinador, o nosso Jorge Jesus! Mas estes gajos da Federação ou da
Liga ou o raio que os parta são uma
cambada de ateus!”
- “Ateus?”, perguntou o Agostinho a medo. “Querem ver que
vamos apanhar outra injecção de religião”, disse de si para si.
- “Sim, ateus e ímpios desalmados. Onde é o lugar de Jesus no
Natal? É no presépio! E onde o puseram esses energúmenos, esses perversos,
esses desumanos? Na bancada! Ao que este país chegou!”
- “Mas diz lá, Camarigo e grande benfiquista Agostinho!”
O Agostinho de imediato começou a ler o papel que o Amado
Chefe lhe havia facultado:
- “ Não levareis a mal a ousadia de vos importunar a esta
hora, mas urgia pedir-vos grande favor que vou submeter à apreciação de Vª.
Exª.”
- “Chiça, Agostinho, estás a falar caro… mas esse paleio não
é para a gente pois, apesar de eu ser um grande escritor, um grande poeta, um
grande músico, um grande actor, um grande encenador, um grande prefaciador, um
grande crítico literário, um grande pintor, um grande locutor, um grande
professor, um grande treinador, não gosto de puxar pelos meus galões e não sou
nada vaidoso. Cheira-me que isso é paleio do Irmão Cisterciense JERO ou
conversa do Amado Chefe para me cravar qualquer coisa…”
- “Almirante”, disse o Agostinho, “temos entre mãos um grave
problema e queríamos ver se nos podia desenrascar. O nosso Camarada das
Transmissões…”
- “Quem?”, interrompe o Almirante – “O Belarmino Sardinha ou
o Hélder Valério?”
- “Não, Almirante, o Camarada da escuta da conversa entre o
Amado Chefe e o Presidente Maduro que ficou sem os tímpanos e sem os pavilhões
auriculares por causa daquele estrondo. Está internado em Buarkos mas ainda não
foi operado pois não há dador de orgãos.”
- “Qual é o clube do gajo?!, pergunta o Almirante.
- Clube? Hesita um pouco o Agostinho, mas, logo ali ao lado,
o Joaquim sussurra “Diz-lhe que é do Benfica”! “É sócio do Benfica”, exagerou o
Agostinho.
- “Sim, tem as quotas em dia, e antes de ir para a tropa
pertencia à claque dos Diabos Vermelhos!”
- “Grande homem, não te preocupes que dentro de meia hora já
te ligo! Vou falar primeiro com o Camarada das Transmissões…mas…..se ele tem os
tímpanos furados, não ouve. Já sei, vou ligar ao Thamsanqa Jantje, esse
expoente máximo da linguagem gestual e que tão bonita figura fez nas cerimónias
fúnebres do Mandela e faz-se a coisa por vídeo conferência… Até já.”
Estava o Agostinho mais o Amado Chefe mais o Manuel Lopes
Lopes, o Kambuta dos Dembos, a saborear o tal leitão da Boavista quando o
telefone do Agostinho toca:
- “Sim?”
- “Está tudo tratado!”, diz com voz triunfal o Almirante. “A
operação é amanhã de manhã mas preciso que estejas na CLINIC NIC NIC por volta das dez e meia pois
não há quartos disponíveis e, depois de operado, o nosso Camarada tem de seguir
para casa”. E o Almirante Vermelho desligou.
Os comensais poisaram os talheres, olharam uns para os outros
e mantiveram-se em silêncio por mais de cinco minutos!
- “Este gajo é mesmo poderoso”, exclama o Amado Chefe! “Qualquer
dia ainda me tira o lugar de régulo de Monte Real!”
- “Mas onde terá ele arranjado o dador?”, pergunta o
Agostinho.
- “Se calhar vem alguma rena do Zé Belo”, gracejou o Kambuta
dos Dembos…
E riram-se todos muito satisfeitos com a piada e até
aproveitaram para mais uma viradela da terceira garrafa de Pedro Milanos, pois
a Luísa Valente, da quinta Senhora da Graça, tinha ofertado duas caixas do
precioso néctar ao Chefe da Tabanca do Centro para o Natal, mas como todos
sabeis, o Natal para o pessoal de Monte Real é mais cedo e quando se trata de
beber um copo, ala que se faz tarde, e não se pode deixar azedar o tinto, que é
pecado.
Bem comidos e bem bebidos, regressaram a Monte Real e o Agostinho
dirigiu-se a casa e ligou o despertador para as seis da manhã, temendo que o
trânsito em Buarkos fosse complicado ou receoso de alguma greve que pudesse
afectar o funcionamento da CLINIC NIC NIC!
- “Categoria”, exclamou alto o Agostinho. “Este Almirante,
até no tempo manda!”
Estacionou o seu carro no moderno e bem cuidado parque da
CLINIC NIC NIC e, receoso, lá foi entrando.
Dirigiu-se à recepção, apresentou-se e, quando se sentava na
sala de espera, um barulho enorme de sirenes estrondeou pelo ar! Assustado, ia
a levantar-se quando a assuecada recepcionista, loira, de olhos azuis, linda de
morrer como aquelas meninas que o Joseph Belo coloca na sua Lapland – Key West
Tabanca, lhe diz:
- “Mister Agostinho seat down!”
- “Sito quê?”, pergunta o nosso Camarada, que não fala sueco.
- “Sente-se, por favor. Está a chegar o dador para o
transplante e pode atrapalhar!”
- “Isto é que é uma Berliett bem oleada!”, exclamou o
Agostinho, lembrando-se dos seus tempos de Guiné, onde foi louvado mecânico.
Ainda estamos para saber se este comentário foi para a organização da clínica,
se para a recepcionista, Miss Lena
Philipsson,
E, rodeado por seis guarda-costas, lá entrou um distinto
cavalheiro, envergando um impecável fato Hugo Boss, acompanhado de um cabeludo
aloirado a puxar para o esbranquiçado, que pareceu familiar ao nosso Camarada.
Quedaram-se por momentos, mirando a menina que logo saudou o
visitante
- “Bom dia, senhor Presidente!”
O Agostinho logo cogitou com os seus botões: querem ver que é
o presidente Maduro! Mas pelo decorrer da conversa, logo se apercebeu que não!
- “Bom dia, Lena,… hum, hum”, respondeu o presidente. “Está tudo preparado?,..
hum, hum. Tenho de estar em Lisboa ao meio dia e quarenta e do aeroporto de
Buarkos até à clínica temos de ir de automóvel e o meu condutor é um
desastre…hum, hum”. E virando-se para o condutor, logo lhe ordena:
- “Ficas aqui,…hum, hum, com este senhor, enquanto eu faço a
“doação”, certo?”
- “Ok! Ok!”
Foi então que o Agostinho se apercebeu de quem era o dador e
de que aquela bonita cabeleira aloiroesbranquiçada era pertença do Professor/
Mestre Jorge Jesus!!!
- “Bom dia, mister!”
- “Você por acaso conhecer-me?”, pergunta J. Jesus.
- “Então, é o treinador do meu glorioso clube, o Benfica! Mas
o que o traz por Buarkos, mister/ mestre/ catedrático?”
- “Olhe, primeiros fazéramos uma reunião em Lisboa e o
prasidente arrecebeu um telefonema dum gajo importante que lhe pediu as óralhas
para uma transplantação e como eu agora não tenho nada que fazer vim com o
prasidente fazer de chófer! Eu, o mestre da técnico táctica, pró cavia de estar
guardado. O prasidente, quando lhe
atelefonaram, até me disse «Ó Jasus, estamos safes! Eu, dou as ouralhas ao gajo
das transmissõeses e óspois ninguém me vai conhecer e deixam de me insultar! E,
mais importante, a FRELIBU fica do meu lado a fazer claque! Já viste se os
gajos entram pela Catedral dentro com aquele exército todo?…ainda faziam mais
estrago que os Incendiários do Lumiar!
E tu, aproveitas e rapas-me essa cabeleira na sucursal de Buarkos do Eduardinho
Beauté!»… É ao rapas que eu agora estou de férias até Janeiro e ninguém me bota
o olho em cima. Mas,
olhe lá”, continuou o mestre no seu monólogo, “você que está bem conservado não
quer jogar a defesa esquerdo no Benfica.? Pior có Cortez não pode ser! E a guarda redes? Não, isso não,
que não tem altura e dava muito nas vistas.”
- “A guarda- redes só se for o Mexias”, interrompeu o Agostinho.
- “Esse não, qé do Porto e bate com a cabeça na trave...
Antes do jogo começar já estava lesiónádo e ainda ficávamos pior que com o
Artur! Triste vida a de um mestre, castigado e mal pagado!”
- “Mal pagado”, perguntou o Agostinho, que logo ali aprendeu
a falar “Jasulês”! “Quatro milhões por ano e mal pagado? O Mister sabe qual é o
subsídio de um Combatente?”
- “Estás a ver, vocêses até têm subsídio e eu nada disso. Prontos,
estou mal pagado e o papa do
Norte até me dar mais, que eu sou Jasus, mas não sou parvo. E isso de dar a
outra faces é tanga, pá! E mais, até estou aqui para observar esse NIC NIC pois
sei muita bem có prasidente vai vender o Nico (Gaitan) e o Matic e eu, como sou
um grande treinador, faço o dois im um e o NIC NIC faz o lugar do Matic e o do
Nico! Parçabeste, ó pá?”
- “O mestre sabe-a toda!”
- “Correu tudo bem ou não houve operação?”, perguntou muito
baixinho o Agostinho, pois à primeira vista parecera-lhe que os pavilhões
auriculares do dador não haviam sofrido qualquer “encolhimento”.
- “Você é cegueta?”, inquiriu o presidente. “Olhe que até
perdi o tique do hum…hum…”
“Novo e com novo emprego, graças a este meu ‘Salvador’. Vou
trabalhar para o estádio da Luz, como intérprete de mister Jesus.”
- “Intrépece de mim? Mas ké lá isso?”, intromete-se Jesus.
- “Ó Jesus, mas quem é que manda, hum…hum…, tu pões-me doido
que até já estou outra vez com o tique! Tu não me disseste que não ganhámos ao
Arouca porque o teu adjunto não percebia as ordens que tu davas
lá da bancada e que o inimigo também ouvia as
tuas instruções? Pois agora, com este Combatente das Transmissões, temos um
código novo que só tu e ele percebem.”
- “Prontos, prasidente, eu compreender que o prasidente querer
o melhor para o Benfica e não se falar mais nisso. Agora já poder ser castigado
à vontade que ganharmos na mesma!”.
E lá foram todos felizes, o Camarigo Transplantado com o seu
novo emprego na capital, onde sempre sonhara viver, o nosso grande Presidente dador, com os seus apêndices
lamelares bastante mais reduzidos, o mestre “Jasus” a pensar em nova estratégia
de jogo para incluir o reforço NIC NIC, o Comandante da FRELIBU a quem foi
ofertado um “Red-pass” para as próximas cinquenta épocas para assim ter
oportunidade de festejar um campeonato que já não cheira vai não sei para
quantos anos, apesar de no início das épocas reservar o “Pelourinho de Buarkos”
para grande festança que tarda em acontecer.
E eis como uma história que tão mal começa, com aquele hino
de pôr os cabelos em pé a qualquer mortal, termina pejada de felicidade e de
alegria, prenhe de espírito natalício de todos os intervenientes …
- “Todos?”, pergunta o leitor mais atento. “E o Agostinho?”
O Agostinho Gaspar, o Camarigo Agostinho, esse nobre
Tabanqueiro Central, não conseguiu pôr o
motor do seu carro em
marcha. Avaria da grossa, ao que dizem, que o deixou apeado.
- Mas, vai ter de ir a pé até à Boavista? Não vai lá chegar
antes do Natal!
Não, meus queridos leitores mais sensíveis, a quem adivinho
furtiva lágrima ao canto do olho, com pena, aliás justificada, do grande
Agostinho. O nosso Agostinho já vem a caminho num belo trenó puxado por dezoito
renas, pertença da conceituada firma Belo & Belo, com sede em Kiruna,
Lapónia, pois o Director Geral, o nosso conhecido e conceituado exigrado Joseph
Belo, outro grande Benfiquista, logo se prontificou a disponibilizar a mais sofisticada
carruagem da sua frota, forrada a cotelê aveludado de cor vermelho sangue.
A viagem de regresso a
Monte Real, segundo a “Buarkos TVVITVIT”, que a tem transmitido em directo, tem
constituído assinalável êxito e os milhares de pessoas que num enorme cordão
humano enchem a estrada de Buarkos a Monte Real, gritam eufóricos à sua
passagem:
“Ó AGOSTINHO, VAI UM COPINHO?”
Abençoada seja a família da TABANCA do CENTRO e, já agora, que o AMADO CHEFE instale de pronto a censura para que este gajo não nos volte a impingir com mais nenhuma xaropada!
Abençoada seja a família da TABANCA do CENTRO e, já agora, que o AMADO CHEFE instale de pronto a censura para que este gajo não nos volte a impingir com mais nenhuma xaropada!
VASCO VITÓRIA-RÉGIA
DA GAMA
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
P419: DA PARTE DO RÉGULO DA TABANCA...
MENSAGEM DE NATAL
de um
Amado Chefe, que muito ama!
Lembro-me do meu pai, quando eu era mais novo, dizer
muitas vezes ao longo do ano: Caramba, estamos quase no Natal!
E eu levava aquilo à conta dos chamados exageros das
pessoas mais velhas, até porque me parecia que o Natal nunca mais chegava.
Os anos foram correndo, a idade aumentando, passei até
dois natais por terras africanas, a família aconteceu, vieram os filhos e
depois os netos, e não é que a partir aí dos sessenta anos o Natal passou a demorar
muito poucos meses a chegar, em cada ano?
E não é que, à medida que os tais sessentas vão
avançando, também os meses para o Natal vão diminuindo de “quantidade”?
Dá-me a impressão que os meus filhos já olham para mim
com aquele olhar tipo, “coitado, lá está ele outra vez!”, quando eu, levado
pela “realidade” digo: Caramba, já é Natal outra vez?

Posto isto, aberto o coração ao amor, à ternura e ao
carinho próprios desta quadra, resta-me desejar a todos os camarigos e suas
famílias, que durante o ano demandaram a Tabanca do Centro, um SANTO E FELIZ
NATAL, conforme o queiram viver.
E a todas as mulheres e homens de Boa Vontade, também!
Monte Real, 17 de Dezembro de 2013
Joaquim Mexia Alves
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