sexta-feira, 23 de novembro de 2012

P281: NAS VÉSPERAS DA VISITA À BASE DE MONTE REAL


4 comentários:

11478967/Ex.Pt disse...

Lembro-me de ver os F86 sobrevoarem Leiria e atingindo, algumas vezes, a barreira do som.

Anónimo disse...

Oportuníssimo este texto do nosso Camarigo Miguel Pessoa que nos prepara a visita à Base assim a modos de quem, noutros tempos, levava uma cábula para um qualquer exame! Dá outra segurança!
Um obrigado ao nosso Coronel, extensivo ao Paulo Moreno.

Vasco A. R. da Gama

55475547 disse...

Magnífica registo!
Das fotos utilizadas neste trabalho, para mim sobressai a do A-7P em exposição com a panóplia de armamento
pois foi tirada por mim no ano de 1986, no dia da Força Aérea que nesse ano se comemorou em Leiria, e nessa altura 86/87 o Cor. Pilav Miguel Pessoa, era o Comandante do GO-51 da BA-5...
Quero agradecer o poder participar em alguns dos v/ convívios, é para mim muito gratificante poder conhecer ex-combatentes que pelo seu passado fazem parte da história do meu País, o meu Obrigado.
Paulo Moreno

António Martins Matos disse...

19 Outubro de 1970, o meu 4º voo de F-86, missão.... bater a barreira do som.
A aeronave foi o 5320, sem drops, configuração “de corrida”.
Os tópicos estavam memorizados, subir até aos 40.000 pés, uma folha de trevo para entrar numa picada apontada ao mar, motor aos copos até ficar supersónico, reduzir e recuperar da picada....
Briefing sumário, que em M Real um operacional é operacional e abibe
é abibe, nada de confianças.
Bem gostava de ter sabido mais qualquer coisa, o que se sente, inversão de comandos, trepidação, a onda de choque, as dúvidas do Chuck Yeager a bailarem-me na cabeça.
Lá fomos em parelha, abibe à frente, operacional em “chase”, a controlar de perto, não vá o tipo fazer alguma de abibe.
A subida foi sem história mas, ao chegar aos 40.000 pés, verificámos que a zona estava praticamente toda coberta de nuvens.
Abortar a missão? Nem pensar, os operacionais nunca abortam.
Iniciámos a procura de um buraco por onde pudéssemos fazer a picada.
Ele lá apareceu, só que não era sobre o mar mas sim em terra, com umas casitas lá em baixo.
Abortar a missão? Nem pensar, os operacionais nunca abortam.
“Número 1 dentro”... folha de trevo efectuada, entrada na picada, motor aos copos, o indicador de Mach lá se foi movendo lentamente ..0.98.... .0.99........ 1.00...... 1.05.
Dentro do avião nada de realce tinha acontecido.
Resolvi reduzir o motor.......1.05.... 1.00...., 0.98.
A dúvida instalou-se-me... será que a barreira do som é só isto? Que coisa tão fraquita!!
O melhor é repetir, não estou para aturar os operacionais a dizerem-me que a manobra foi mal feita.
Outra vez motor aos copos... 0.98....1.00.....1.05.
Mais uma vez nada de especial aconteceu, resolvi reduzir o motor e recuperar da picada.
Nivelei sem grandes problemas ainda que tenha verificado estar mais baixo do que era suposto.
Chamei o outro avião... ninguém respondeu.
Dirigi-me para a base e aterrei só, o operacional que me acompanhava tinha dado à sola.
De volta à Esquadra verifiquei haver alguma azáfama fora do habitual, disseram-me que a ambulância da Unidade tinha saído para resolver uma emergência.
Que foi?
Um F-86 bateu a barreira do som apontado à vila de Carvide, rachou as paredes da escola.
Missão cumprida.