terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

P73: Reflexos do 8º Encontro da Tabanca do Centro

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O Carlos Prata, embora se veja mal, é o camarigo que está sentado em frente do António Martins Matos
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.Caro Comandante Mexia Alves:

Tendo prestado uma comissão de serviço em 1973/74 na antiga colónia da Guiné,foi com um misto de alegria, mas também de preocupação, que aceitei o convite do amigo Manuel Augusto Reis, para estar presente neste convívio,que decorreu no passado dia 26 Jan em Monte Real.

Afinal não conhecia ninguém dos participantes,com a ressalva do Manuel Reis,a minha permanência na Guiné fora apenas de 12 meses por, entretanto, ter acontecido a Revolução/Golpe de Estado de 25 de Abril (deixo ao livre arbítrio de cada um de vós designar à vossa vontade essa Acção Armada) e o afastamento, no tempo, desses tempos aí vividos, motivaram aquelas dúvidas no meu espírito.

Afinal ainda bem que estive presente!

O convívio proporcionado por todos os participantes aos neófitos,a simpatia e boa disposição geral e os fortes laços de camaradagem e união que se adivinham entre todos levam-me a agradecer a todos,e faço-o na pessoa do Comandante Mexia Alves que, como anfitrião, nos prodigalizou de atenções que muito nos sensibilizaram a ponto de, solenemente, vir solicitar me concedam o privilégio de passar a ser um dos vossos, ou seja membro efectivo da Tabanca do Centro.

Com um forte abraço para todos deste vosso ex-camarada de armas e ex- combatente no Teatro de Operações da Guiné.

CARLOS ALBERTO DUARTE PRATA, Coronel de Infantaria na Reforma,Residente em Aveiro,ao vosso dispôr.



Meu caro Carlos Prata

Obrigado pelo teu mail, que vou publicar no blogue da Tabanca do Centro, retirando obviamente o número do teu telemóvel, que só darei a conhecer com a tua autorização.

A tua vinda ao 8º Encontro da Tabanca do Centro foi o "ritual" necessário para a tua "entronização", pelo que és, (como sempre foste pela tua condição de combatente da Guiné), um dos nossos.

Faço-te a sugestão de entrares também para a
Tabanca Grande, onde há umas pequenas "formalidades", tais como fotografias, etc., mas que poderás conferir quando acederes ao blogue.

Em Cc dou conhecimento à "casa mãe", a Tabanca Grande, e assim ficas a conhecer os emails do Luís Graça, "Comandante Chefe", e dos seus "2os Comandantes", Carlos Vinhal e Eduardo Magalhães Ribeiro, a quem podes contactar por esta via.

Ficamos a contar contigo.

Um grande e camarigo abraço de todos e de mim
Joaquim Mexia Alves

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1 comentário:

Anónimo disse...

Caros camarigos

Este texto/relato/confissão do nosso amigo e estreante Carlos Prata revela, duma penada, muito daquilo que se passa com muita boa gente...

Por um lado, o interesse, a curiosidade, o 'seguir à distância'.
Por outro, a relativa desconfiança: 'não conheço (quase) ninguém, estive lá pouco tempo, os contactos são poucos, se calhar a identificação com as pessoas (os outros) não será a melhor, se calhar só falam de operações, emboscadas, golpes de mão, mortes, feridos, ataques' não me vou sentir bem...

Depois, bem, depois, há o encanto, a satisfação, o bem-estar, a certeza que os convívios das nossas identificações 'são o melhor do mundo'.

E até se pode sair com a certeza de que há diferenças: sobre o modo como se entendia e ainda entende a guerra "de África, do Ultramar, Colonial", como se pode diferir em opiniões distintas sobre assuntos diversos, mas que se soubermos (e quisermos...) sublimar os nossos pontos de contacto em detrimento dessas diferenças, no respeito pela opinião 'dos outros', pode-se sair desses encontro 'remoçado' e com a certeza de se ter tomado uma excelente decisão, potenciadora de mais e maiores amizades.

Um forte abraço
Hélder Sousa