Os editores
O CORONA VIRUS
NO CÍRCULO POLAR ÁRTICO
José Belo |
Isolamento? O meu vizinho mais próximo vive a cerca de
300 quilómetros da minha casa…
Desinfecção? O meu vodka caseiro nos seus 94% de teor
de álcool torna desnecessário lavar as mäos com desinfectantes de farmácia.
Basta, à boa moda do cavador lusitano, cuspir para as mãos de vez em quando!
Neste extremo do extremo norte da Europa devem existir tantos alambiques como famílias de lapões.
Mas em cobre tão bonito... só o do Lusitano e mais nenhum!
O ditado português "Para lá do Marão mandam os que lá estão" é mais do que óbvio quando, ao quereres comprar o jornaleco diário na cidade principal cá do sítio, que é Kíruna, tens de fazer viagem de carro de 300 quilómetros/ida e mais 300 quilómetros/volta...
A capital Estocolmo está, lá para o Sul, a mais de 1.500 quilómetros daqui.
2/3 da população sueca, em número mais ou menos igual à portuguesa num país geograficamente 14 vezes maior, vive no centro-sul.
Muitas das regras e regulamentos vistos a estas distâncias e limites naturais
de milhares de lagos, florestas e montanhas, tornam-se bastante... relativas.
Historicamente para bem, mas também para muito mal.
É claro que se não pode beber a maravilhosa bebida, de 'destilações repetidas
feita' (e aqui o que mais há é tempo para o fazer), nos tradicionais copos de
água aqui usados.
Para encher tais copos para visitantes usa-se a mais infantil vodka de 40% a
50%.
Mas, para os imprescindíveis "fins medicinais", usam-se pequenas quantidades da multidestilada (a tal!) bem misturada com sumo de limão, de laranja, algum mel e um pau de canela.
Ao luar, entre nevões, até as renas parecem pavões!
Ao olharmos para a situação, tanto quanto à saúde como
às consequências económicas mundiais, tudo se está a tornar na tal...
tempestade perfeita.
Tanto a Alemanha como a Suécia foram buscar às suas
reservas económicas quantias muito superiores a 600 mil milhões de euros
(números quase incompreensíveis) para fazerem frente ao impacto inicial da
crise.
O que se irá passar no nosso querido Portugal sem
recurso a tais "reservas"? A "solidariedade" europeia? O
caso italiano veio mais uma vez demonstrar que, quando necessária, ela só
existe nos discursos dos políticos.
Também não temos ao dispor as máquinas de fabricar
dólares existentes nos Estados Unidos que, na sua dívida descomunal, irão
certamente funcionar a todo o vapor, pelo menos até às eleições presidenciais
de Novembro.
O tempo perdido pela Administração Norte-Americana a
negar o problema poderá vir a ser pago com uma tragédia muito superior à
italiana!
Em Key West, Florida, o badalado Sloppy Joe's Bar tem estado continuamente aberto
desde há muitas décadas. Dizia-se mesmo que, a haver uma invasão de
extra-terrestres, este viriam certamente sentar-se ao balcão do Bar para beber
uns daiquiris bem gelados…
Em 17 de março, por causa do vírus, o bar encerrou as
portas!
Continuando com estas notícias "leves" sobre
o vírus aqui seguem duas curiosidades suecas:
O governo
informou todos os trabalhadores que, se sentirem dores de cabeça, de garganta, se
tiverem febre, alguma tosse ou dores musculares, devem ficar em casa. Não é
necessária visita ao médico nem qualquer atestado de doença.
Recebem 90% do salário normal.
Está-se no período normal de gripes e constipações.
Os infindáveis, e escuros, invernos nórdicos criam sempre algumas "dores musculares"... Quantos irão ficar em casa? É claro que mais vale prevenir do que remediar... quando existem as tais reservas de milhares de milhões.
Os infindáveis, e escuros, invernos nórdicos criam sempre algumas "dores musculares"... Quantos irão ficar em casa? É claro que mais vale prevenir do que remediar... quando existem as tais reservas de milhares de milhões.
Tem sido muito avultado o número de médicos e pessoal
hospitalar reformado que se tem apresentado para trabalhar
voluntariamente. As autoridades de saúde informaram que só aceitavam
voluntários até aos 70 anos de idade...
Ainda poderiam ter sido simpáticos para com os
"velhinhos" se tivessem invocado como razão o facto de se preocuparem
com os perigos de contágio e saúde dos mesmos. Mas não. A razão apresentada foi
a de que o trabalho virá a ser demasiado intensivo e esgotante para idades
superiores aos 70 anos...
Ponto final!
Um abraço do
José Belo
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