Enviou-nos o Manuel Frazão Vieira
este texto em que faz uma apreciação do nosso último encontro, comemorativo
do nosso sétimo aniversário.
Numa coisa ele tem razão, faltou algo
para animar a ocasião… e nós sabemos o que foi - o tradicional bolo de
aniversário…
Talvez tenhamos alguma desculpa com
esta falha. Estamos a lembrar-nos que numa anterior comemoração o pasteleiro
contratado decidiu alterar as instruções que lhe tinham sido dadas e resolveu
escrever “Banca do Centro” no topo do bolo.
Um psicólogo poderá dizer que estas
recordações traumáticas deixam sequelas, principalmente numa ocasião em que a
Banca está tão fragilizada… Talvez tenha sido por isso que nem avançámos com a
preparação do bolo de aniversário… Mas tentaremos ultrapassar o trauma no
próximo aniversário!
Os
editores
Bons amigos e
estimados camarigos
Manuel Frazão Vieira |
É verdade.
No passado dia 25 de Janeiro de 2017, comemorou-se o 7.º aniversário da
criação da Tabanca do Centro, com a realização do 58.º
encontro-convívio dos camarigos ex-combatentes da Guiné.
Para este
encontro estavam anunciadas 71 inscrições. Não sei se vieram todos os
inscritos, mas os que vieram sabiam ao que vinham, pois a sua presença,
convívio e animação, como sempre, foi prova disso mesmo, com
a particularidade de, desta vez, se celebrar o aniversário da criação
da Tabanca do Centro. Foi um evento digno de registo, de louvor e de
reconhecimento pela sua continuidade.
Pareceu-me,
no entanto, é uma opinião muito pessoal, vale o que vale, faltar qualquer
coisa mais para uma festividade destas em dia de aniversário - 7 aninhos.
Não sei responder, nem tenho qualquer ideia para o efeito. Deixo a
observação, a título de desafio, pensando já no próximo aniversário.
O importante
para mim é que os encontros que se seguem se prolonguem no tempo
e tragam muitos camarigos ao convívio, sinal de vida. É que, dentro de
cada um de nós há uma relíquia de memórias e afectos que são o suporte de um
tesouro individual de todos e cada um, uma vida de trabalho, sonhos e
anseios nem sempre conseguidos. Todos nós fomos e estamos vincados, ainda,
pela marca de duros episódios de guerra.
Os encontros
de Monte Real trazem-nos, por alguns dias, a suspensão do nosso
isolamento e a quebra de um quotidiano, por vezes rotineiro, onde muitas vezes
não há dias nem calendário.
A sociedade,
refiro-me aos mais novos que nós, agora, porque um dia ocuparão o nosso
espaço e serão como nós, tomou a liberdade de, pomposamente, nos
rotular a geração dos "SEXALESCENTES". É uma palavra certa para
o momento certo. Este neologismo surge pleno de propriedade, pois veio
substituir a palavra "sexagenário" que, sinceramente, me
arrepiava ou arrepia pela sua frieza, poder limitativo e acção
terminal. Mas não tenhamos ilusões, o tempo que vivemos é duro e impõe o
seu ditame. A nossa geração grisalha, a minha geração ... custa
escrever isto, vai envelhecendo. Daí que, seja preciso saber
envelhecer saboreando a ternura e a beleza da sua essência.
Os encontros
da Tabanca do Centro, são, efectivamente, uma ocasião para momentos
de acolhimento partilhado, mesmo por pouco tempo que seja. Um
rotineiro cumprimento de mão ou um sorriso, mesmo que tímido, são
reconfortantes e levam-nos a mudar de semblante. É isto que
nos impulsa aos encontros mensais, no acesso ao fortalecimento
e estabilidade de uma amizade adquirida no tempo e que se pretende
sedimentar.
São 7 anos
de vida e de história da Tabanca do Centro. É curioso que o número 7
é para alguns cientistas um número importante, sagrado, poderoso e
perfeito. Oxalá, que os nossos encontros-convívio que temos pela frente sejam
longínquos e, nesse sentido, se repitam "70X7". Optimista? Sim, até
porque o número 7, de raiz hebraica, significa,
exactamente, "garantir". Estaremos "garantidos" no
tempo?...
Abraços
Manuel Frazão Vieira
2 comentários:
Obrigada ao camarada Frazão Vieira por esta comunicação sobre mais um aniversário da Tabanca do Centro, a que eu faltei.
Vale a continuidadade de muitos camarigos, para manterem viva estes habituais convívios.
Um abracço.
M Arminda
Muito bem escrito e cheio de significado.
Parabéns Manuel Frazão.
Para a Maria Arminda: tenho sentido a sua falta.
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