quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

P767: OS OLHARES POÉTICOS E AS REALIDADES LOCAIS…

Regressado ao seu refúgio na Lapónia depois de uma breve passagem pelos States, o nosso camarigo José Belo apresenta-nos hoje um exemplar da fauna local... dos de quatro patas, e garras e caninos afiados.

O WOLVERINE

Em fins de Fevereiro, depois de longos meses de escuridão, gelo, temporais e má alimentação, as renas estão enfraquecidas e procuram protecção concentrando-se bem no interior das florestas.
Actuam então intensivamente os wolverine, causando perdas consideráveis nas manadas.

O wolverine, animal aí quase desconhecido por só existir  nas áreas do Círculo Polar Ártico do Alasca, Canadá, Escandinávia e Rússia europeia e asiática, é um predador pouco simpático mas de uma agressividade, resistência e coragem fora do comum.

Tendo em tamanho cerca de metade do corpo de um lobo e actuando sempre individualmente, atreve-se a atacar grupos de mais de 8 lobos aquando de lutas por comida.

E não só ataca, como acaba muitas vezes por ficar dono do terreno comendo o animal que os lobos tinham abatido, e matando muitas das vezes algum lobo que se atreva a atacá-lo mais intensivamente.

Faz o mesmo em relação aos ursos, procurando tirar-lhes a comida, ou contra-atacando continuamente e sem arredar pé, quando os ursos procuram roubar-lhe comida.

Posso garantir que os ursos que por aqui abundam são grandes, fortes e metem respeito, mesmo com uma moderna carabina na mão e seis cães de caça a dar apoio.

As batidas feitas no sentido de diminuir os prejuízos causados por estas pouco simpáticas "alimárias" intensificam-se habitualmente nesta altura do ano.

No youtube existem alguns interessantes vídeos destas situações, infelizmente muito aquém da realidade.

José Belo


4 comentários:

Anónimo disse...

Agradeço, ao amigo José Belo, o texto que me levou a conhecer este "simpático" animal.
Desejo que não apareça à frente de nenhum habitante(homem), nessa linda paisagem.
Aí,eu morria de frio e se calhar de medo, se me aventurasse a passear no campo, mas sem neve.
Com isto não quero dizer que não gosto de ver e estar na neve!..
Um abraço, com votos de boa saúde.
Mª Arminda

Joseph disse...

Cara Amiga e Camarada.
Näo vamos subestimar a coragem,mais do que suficientemente demonstrada pelas Enfermeiras Paraquedistas,quando enfrentavam situacöes bem mais sérias do que estas menos simpáticas "alimárias".
Daí que...Bem Vinda à Lapónia!

Ao enviar o texto esqueci alguns detalhes complementares quanto ao modo de actuacäo destes animais.
Para evitarem as marradas das renas e alces procuram sempre atacá-los pelas costas,saltando para o lombo desde uma árvore,pedregulho elevado,ou em correria muito rápida.
Seguram-se com as poderosas garras e...comecam a comer pedacos de carne do animal(vivo!) enquanto se väo aguentando nas suas costas.
A foto da rena no início do poste mostra bem as feridas típicas dos ataques dos wolverine.
Um animal menor que um cäo perdigueiro lusitano causa muito prejuízo tanto neste período do ano como na Primavera,quando as renas têm as suas crias.
Em detalhe ainda "menos simpático", já tive oportunidade de assistir a casos em que o Wolverine come pedacos da rena ao mesmo tempo que esta está a parir a vitela.
Quando encontramos este animal näo se fazem... prisioneiros.
A pele,bonita e felpuda,isola totalmente quanto à água e frio.
Tem no entanto um cheiro forte, característico,que torna trabalhosa a sua preparacäo para usos possíveis.

Outro detalhe tem a ver com os cäes nas batidas;quando encontram ursos de imediato os enfrentam e atacam,mas quanto ao wolverine preferem antes irritá-lo de modo a que este se afaste sem haver contactos corpo a corpo.
Os lobos,mesmo em grupo,acabam por sofrer mortos ou feridos graves nas disputas com este animal.
Simpática "alimária".
(Estäo publicados na http://swedishlappland.blogspot.com/ dois videos sobre os Wolverines)

O "vento sopra do Sul" e acabou por chegar até aqui a INSINUACÄO (certamente menos verdadeira!) de que os Wolverine seriam a mascote de estimacäo do Histórico Movimento de Libertacäo...FRELIBU...e do seu Invicto Chefe.

Um grande abraco do José Belo.



Anónimo disse...

Amigo José Belo.
Só hoje, li a continuação da sua narrativa sobre este "simpático" bichinho, que agradeço. A sua maneira traiçoeira de atacar as desgraçadas renas, é que não me agrada. Nem vê-los ao longe, quanto mais ao perto. Por isso não posso ir à Lapónia. Vou-me contentando com as descrições e fotos, que vai enviando por esta via, (Miguel Pessoa), dessa linda terra.
Também não sei como Os "Chefes do Movimento de Libertação FRELIBU", não têm por mascote, um cão Serra da Estrela, ou um cão de Água, bem à nossa maneira!.. Esquisitices e a teimosia de se imitar os estrangeiros...

Menos frio e gelo, são os meus votos.
Por cá também chegaram e andámos todos de queixo a tremer... Porém, parece que vai voltar a sorrir, o sol primaveril.

Um abraço.

Mª Arminda



Juvenal Amado disse...

Caro José Belo
É um animal muito selvagem, ruim e como as coisas ruins tarda em desaparecer ou pelo o menos limitar a sua propagação.
Não conhecia este bicho, mas em virtude da violência com que ataca as presas vejo agora o porquê de darem esse nome a uma personagem da banda desenhada algo selvagem .
Essa personagem foi entretanto passada ao cinema com o Hugh Jackman no principal papel.
Pensei que fosse um nome de ficção para um Super Herói e vejo agora que estava enganado.

Um abraço