HISTÓRIAS FARMACÊUTICAS VERDADEIRAS
A errática Tabanca do Centro publicou há uns meses a esta parte um conjunto de historietas acontecidas em farmácias, da autoria do nosso ilustre camarigo JERO, jornalista de Alcobaça e Homem com obra publicada. Eu, pobre aprendiz da “escrevinhação”, vou atrever-me também a contar uma história, verdadeira, que me foi relatada há umas semanas por um amigo de há muitos anos, amizade que reciprocamente dedicamos desde os tempos do Jardim Escola.
O
que vos conto aconteceu em inícios da década de cinquenta, alguns de nós ainda
não nascidos, outros muito crianças, mas com memória capaz de saber como
funcionavam as farmácias que, para além de cumprirem a sua função de venda de
medicamentos, eram também locais de tertúlia e de “consultório médico”, pois
médico era uma profissão que rareava nas cidades e vilas da província.
Até
no meu imponente Buarcos lindo sempre à frente da extinta freguesia vizinha de
São Julião, existia apenas um médico, por sinal primo direito do meu pai, o Dr.
Fernando Traqueia, autêntico João Semana, hoje perpetuado num busto que o povo
de Buarcos em justa homenagem lhe dedicou.
A
farmácia, que ainda hoje existe com o mesmo nome, e onde se passou o que vos
relato, situada na Figueira da Foz, não fugia à regra no auxílio aos fregueses
mais assíduos e próximos, com “consultas” de carácter mais intimista e de
desenrascanço, a melhor arma do português.
O
ajudante de farmácia, Monito de sua
alcunha, desenrascava tudo e todos, sempre com ar dominador de dentro do
balcão, capaz de atender duas ou três pessoas ao mesmo tempo e é um dos
personagens principais, a par do “cliente” J.A.,
empregado, na altura, na Hidráulica da Figueira da Foz.
O
senhor J.A. era um homem atarracado,
a puxar para o forte e por demais conhecido pelas suas aventuras amorosas.
Muito pouco praticante da castidade, da abstinência sexual e da fidelidade
conjugal, era cliente habitual, que se apresentava ao Monito sempre com queixas de doenças venéreas, referência a Vénus,
deusa etrusca do Amor!
Falavam
em código, e um belo dia, após tratamento aturado do Monito, o senhor J.A. entra na farmácia com um sorriso rasgado e
logo o Monito lhe pergunta de dentro
do balcão, com a farmácia cheia de gente:
-
Então, Senhor J.A., o “braço” está
melhor?
-
Muito melhor! Já mijo bem!
Dr. Seringa, historiador da
FRELIBU
4 comentários:
Desculpa, não percebi???
Ele mijava pelo braço???? eheheh
E se bem me lembro nesses tempos quem vendia as "camisinhas" eram os barbeiros nas aldeias!!!
Grande abraço Vasco
Joaquim
Excelente estória, Camarigo Vasco da Gama. Grato pela referência ao velhote de Alcobaça que muito te estima e aprecia.
Grande abraço,
JERO
Engraçada a história. Pois foi coitado do Sr., fugiu-lhe a boca para a verdade. Um abraço amigo Vasco.
Mª Arminda
Melhoras para o companheiro e Sr Vasco grande abraço
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