sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

P306: UMA TRISTE FIGURA

6 comentários:

José Marcelino Martins disse...

Caríssimo JERO

Posso imaginar o que sentiste nesse "estado de armas", porque vi algum parecido no RL2 na Ajuda em Lisboa, já muito depois do 25A.

Tive necessidade de ter uma conversa com o responsável do Serviço de Justiça, face a destruição quase total da minha pequena, por um "carrito da tropa".

Enquanto me dirigia da Porta de Armas para o edifício principal, onde se encontrava os tais serviços, deparo-me com o oficial de dia, Capitão do QP. Atrás dele ia o oficial de prevenção, um aspirante que ainda cheirava a "novo", artilhado com os mesmo material com que te artilharam - pistolão e sabre (aquilo é cavalaria) - correndo e tropeçando, quase caindo e avançando, por tropeçar continuamente no sabre, pelo que resolveu, para poder acompanhar o seu superior, colocar o sabre debaixo do braço, evitando assim cair, que era o que a "soldadesca" esperava.

Parece que o tal capitão fazia gáudio de criar estas situações aos maçaricos, fazendo-os correr atrás dele, por toda a unidade.

De qualquer forma gostei de ver a tua (?) foto, que é de antologia.

Hélder Valério disse...

Caro Jero e amigos

Isto de fazer de 'sargento-de-dia' tem que se lhe diga...

Aquando da minha estadia no Porto, no então Regimento de Transmissões, ali perto da "Arca d'Água", fiz bastantes 'serviços' desse género e fui sempre dando conta do recado.

A última vez foi no exacto dia em que 'saiu' a minha mobilização para a Guiné e ocorreu um episódio caricato com um tal Capitão Carneiro, assunto de que já dei conta em texto que enviei e foi publicado no Blogue "Luís Graça e Camaradas da Guiné".

Mas o interessante desses 'serviços' era que para além da braçadeira de 'sargento-de-dia' e da tal 'pistola à cintura' a outra peça que se levava não era a espada que o Jero referiu mas sim uns binóculos... principalmente se os turnos e respectivas rondas eram os das 23 e 24 horas, para se poder 'ver mais de perto' o 'espectáculo' que alguma vizinhança do Quartel 'fazia questão' de oferecer aos militares.

Na Guiné já não fiz esse serviço. Entre ter chegado a Bissau e ter partido para Piche estive 'em estágio' e procurei passar o mais desapercebido possível. E consegui.
Em Piche era uma espécie de 'convidado', não pertencia aos quadros do Batalhão e por isso não fiz 'serviços'. Quando regressei a Bissau consegui negociar a dispensa dos 'serviços' quando fui integrar o "Centro de Escuta", coisa de que também já dei conta num outro texto igualmente enviado e publicado no Blogue da "Tabanca Grande".

Portanto, caro Jero, embora a tua experiência seja 'única', até porque é a tua, acredita que outras houve igualmente interessantes, como por exemplo um 'serviço' que me calhou no Quartel dos Adidos, enquanto aguardava o embarque, e no qual recebi 'treino de carteirista'.

Abraço
Hélder Sousa

Anónimo disse...

Bom dia Amigos Zé Martins e Hélder.Gostei muito de vos ler.Este tema é inesgotável. NO HMP, em Lisboa, estive uma vez de serviço numa área de "grandes traumatizados", a maioria dos quais paraplégicos. Tive que fazer uma "lavagem" à bexiga de um militar de 24 anos.Brincou comigo devido à minha falta de jeito (fazia serviço habitualmente em "Dermatologia") e acabou por me ensinar o que eu tinha de fazer.Nunca mais esqueci esse jovem.Grande abraço de Alcobaça.JERO

Anónimo disse...

Amigo Jero, sempre arranjavam uns trabalhos extra aos enfermeiros, como o de fazer de "Oficial de dia", serviço que tinha de ser feito como mandavam as regras, não excluindo a arma. Comigo certo dia, após um dos regressos da Guiné fui colocada em Tancos a participar num novo curso de enfermeiras. Nos fins de semana vinha para minha casa, em Setúbal. Ao sair um dia da cabeleireira fui avisada que uma senhora que lá ia também, fazia imensas perguntas sobre mim e se intitulava como sendo enfª chefe das para-quedista. As empregadas, que me conheciam há muito tempo e a ela não, desconfiaram e avisaram-me do sucedido e deram-me a matrícula da sua viatura. Falei ao Comandante Robalo, que me aconselhou andar armada nas deslocações dos fins de semana e mandou que me dessem uma pistola "Valter". Pensei para comigo, mas que diabo agora na Metrópole tenho que andar armada, coisa que não me acontece na "Guerra"!.. Ordens são ordens e nos fins de semana lá a trazia no carro com a certeza de que não me iria servir dela. Foi-me depois informado que era a mulher do chefe da Pide, que por certo me andaria a vigiar. Findo o curso guardei a pistola muito guardadinha em casa. Voltei para África,para os meus utensílios de profissão e entreguei-a três anos depois, no momento do espólio. Enfermeiro, sofre!.. Um abraço. Mª Arminda

Anónimo disse...

Foi o nosso amigo JERO
Esse distinto enfermeiro
Que os realizadores de Hollyood
Vieram ouvir em primeiro

Queriam eles realizar
Filmes de capa e espada
Falaram com o professor JERO
Que dava aulas em Almada

Capa e espada e não só!
Desculpe lá ó amigão
Eu também uso á cintura
Este enorme pistolão

Será ainda melhor
Respondeu o realizador
Capa, espada e tiroteios
Só falta uma história de amor.

Isso é fácil de arranjar
Conheço a pessoa indicada
O nosso Miguel piloto
Com a Giselda, sua amada

Já temos elenco e roteiro
Onde iremos nós filmar?
É fácil responde o JERO
Conheço terra de encantar

Buarcos se chama a cidade
Tudo gente séria e boa
Têm um exército melhor
Que o RALIS de Lisboa

Piratas são mais de quinhentos
Chegamos lá num instante
É só telefonar ao Vasco
Que é amigo do Almirante.

Meteram-se logo a caminho
Buarcos, era o destino
De repente em Monte Real
São emboscados por D. Diamantino

Para lá essa coluna
Estão em terras dos Mexias
Paguem de imediato a portagem
Senão vai tudo para Caxias

Tende calma Diamantino
Eu sou um homem de fé
Deixo-os passar á borla
E canto o fado da Guiné!

Que ideia mais brilhante
Já temos banda sonora
Está pois a fita pronta
Podemos então ir embora!

Com a colaboração da Tabanca de Buarcos
que traduziu o original chegado de Los Angeles!

Anónimo disse...

Que grande enredo Almirante.Brilhante.Podias dar-lhe um toque dramático com umas "cenas" filmadas no Estoril...
Até breve em Monte Real para dar-mos mais uns toques no filme.
Grande abraço à Maria Arminda e viva o Gama.
JERO