sábado, 19 de maio de 2012

P229: CURIOSIDADES DA GUINÉ...

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Como não podia deixar de ser, a minha mãe, antes da minha partida no “cruzeiro” que demandava terras da Guiné, a bordo do “paquete de luxo” Niassa, foi comprar uma mala nova para o “menino” levar os seus pertences.

A mala lá seguiu viagem, primeiro no Niassa, numa LDG depois, (a caminho de Bolama), e seguidamente numa outra LDG, rumo ao Xime, para depois ser atirada para uma qualquer Berliet a caminho do Xitole.

Aí chegada, e mal me foi dado o quarto onde iria pernoitar naquela estância de férias, foi colocada num estrado de madeira, no chão, para a proteger no seu devido estado.

Por ali ficou uns meses, (desde Fevereiro de 1972 até, se bem me lembro, Setembro desse ano), estática, imóvel, sem alterações do seu estado, fosse ele qual fosse.

Até que chegou o dia em que tive de rumar para a Ponte do Udunduma, (entre Xime e Bambadinca), para ir comandar o Pel. Caç Nat. 52.

Lá abri a tampa da mala, (que ainda estava como nova), atirei lá para dentro o que estava à mão, e pegando-lhe pela pega, levantei-a para a transportar para o Unimog no qual haveria de seguir viagem.

Revelou-se tão leve que muito me espantou, pelo que olhando para trás, reparei que na mão só tinha a tampa e o invólucro lateral da dita cuja.

A formiga tinha feito o favor de roer o fundo da mesma, pelo que, todo o conteúdo da mala repousava calmamente no mesmo estrado de madeira onde tinha estado desde a minha chegada ao Xitole.

E, “prontos”, foi preciso um daqueles grandes sacos verdes, (marca tropa), para onde foi “delicadamente” atirada toda a roupa, à mistura com algumas imprecações que aqui me escuso de referir e que poderiam ferir olhos mais sensíveis que aqui os pudessem ler.

Monte Real, 10 de Maio de2012


Ora vejam só o que o humor do Miguel Pessoa foi "desencantar" para comentar esta minha história!!!


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4 comentários:

Hélder Valério disse...

Caro camarigo

As formiguinhas mais não fizeram do que arranjar maneira de 'arejar' o conteúdo da mala, caso contrário podia ficar bafiento.
E não é que foram simpáticas e deixaram o conteúdo aparentemente intacto?
Abraço
Hélder

José Marcelino Martins disse...

E, ... à mistura com algumas imprecações que aqui me escuso de referir e que poderiam ferir olhos mais sensíveis que aqui os pudessem ler.

Há coisas que nem em pensamente.
As formigas são criaturas de DEUS!

2PNx10AM e...

vai em paz!

Juvenal Amado disse...

Joaquim
Ainda bem que continuas bem disposto e encarando a vida pelo seu lado mais saudável pois a boa disposição dizem estar relacionada com a boa forma física e mental.
Com que então estava ela tão “sossegadita”, cheia de boa aparência e vai-se a ver, estava toda estragada como uma batata, que só está podre por dentro e bonita por fora. Bem a batata podre tem um cheio que não passa despercebido.
Lá diz o ditado que as “iludências aparudem”.
A minha mala foi comprada no Alberto “ Coradinho” em Alcobaça, que mudou de dono e hoje são os donos alguns ex empregados daquele tempo.
Dei-a ao meu amigo “Aljustrel” ,pois o que eu tinha para trazer, cabia num saco pequeno da TAP e ainda sobrava espaço.
Razão tem a canção “olha a mala.. olha a malinha de mão… não é tua…é
Bom fim de semana e um abraço
Juvenal Amado

Anónimo disse...

Amigo, não fique pesaroso pela sua mala, que por sinal era bonitinha e até tinha autocolantes de outras viagens mais apetitosas. Coitadinhas das formiguinhas baga-baga, estavam com fome e ainda bem que lhe deram um saco de lona esverdeado e mais resistente. Um dia em Jolmete vi-os todos por lá empilhados e as formiguitas nem lhes tocaram. Os "maçaricos" tinham chegado e nem tinham tido tempo de os arrumar quando tiveram que sair num daqueles passeios habituais pelas picadas da região. A razão da minha ida e ter observado esse panorama, já estão a ver porque é que foi. Ainda bem que estamos cá para contarmos estas pequenas histórias e até fazer um pouco de humor. Boa disposição e um abraço da Mª Arminda.