quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

P1329: LEMBRANDO UM AMIGO JÁ DESAPARECIDO

UM ANO SE PASSOU, JOSÉ EDUARDO

Há pessoas que não nos deixam nunca!

Mudam apenas definitivamente a sua morada para o nosso coração.

Trazem tudo com elas, o passado, o presente e até o futuro.

E nós temos sempre um cantinho especial no nosso coração onde essas pessoas, familiares, amigos, se instalam e ali ficam a olhar para nós, de dentro de nós, sempre sorrindo para nós, dando-nos conselhos, mostrando-nos o que foi bom, o que é bom e o que há-de ser sempre bom.

Mudam-se para esse cantinho, de “armas e bagagem”, aconchegam-se bem para sentirem o amor e aconchegam-nos a nós, enchendo-nos de amor.

Há um ano que tenho a morar nesse cantinho o José Eduardo, mesmo de “armas e bagagem”, pois foram as “armas” que nos uniram, não numa guerra, mas numa paz que procurávamos todos os dias em que falávamos da guerra, e que ele já alcançou e eu espero alcançar um dia.

A saudade, coisa bem portuguesa, ao contrário do que muitos pensam, pelo menos para mim, é coisa boa, que me traz felicidade, paz, serenidade, ao trazer para o meu dia-a-dia aqueles que marcaram a minha vida de forma indelevelmente boa e dos quais o José Eduardo é, sem dúvida, um deles que preencheu a minha vida nestes últimos anos com toda a sua bondade, amor, educação e cultura fora do vulgar.

Não estou triste, estou feliz e em paz, até porque os dois juntos fomos nestes anos descobrindo caminhos de Deus, e eu, tenho a certeza de que, nos braços de Deus, o José Eduardo dá hoje por muito bem empregues todas as viagens para a Marinha Grande e todas as conversas (muitas delas como orações), que fomos tendo ao longo do tempo.

Aqui deixo algo que escrevi há poucos dias na página da sua filha Eduarda, minha muito querida amiga:

SAUDADE

A saudade

é um sentir português,

que vindo do coração,

nos envolve de tal modo,

que aquele que partiu,

se faz vivo em nós,

outra vez.


Até já, José Eduardo, e aninha-te bem no teu cantinho do meu coração, porque está muito frio, mas o calor do amor tudo aquece!

Marinha Grande, 26 de Janeiro de 2022

Joaquim Mexia Alves 

3 comentários:

Carlos Pinheiro disse...

O tempo passa depressa e já lá vai um ano que o JERO nos deixou inesperadamente. Falar deste grande amigo, falar do seu percurso de vida civil, vida militar é dificil porque teve uma vida muito vivida, muito cheia e muito partilhada com os seus imensos amigos este grande Alcobacense proffissional como ele se intitulava por direito próprio e amor à sua Alcobaça natal. Esteja onde estiver, de certeza que estará bem porque pessoas como o JERO terão certamente um iluminado descanso eterno. Se alguma vez a Tabanca do Centro voltar a reunir à volta do famoso cozido à portuguesa da D. Preciosa, nada será igual. E o mesmo acontecerá se a Tabanca Grande voltar a reunir as suas tropas. Que estejas em Paz grande Jero.

Juvenal Amado disse...

Conheci-o bem como a sua irmã, país esposa. Éramos da mesma terra mas não tínhamos ligação. Jogamos futebol no Cabeço mas não privamos fora disso. Foi no Luís Graça que o passei a conhecer nos repetidos almoços da T. Do Centro que nos aproximamos e trocamos abraços. Li os seus livros estivemos juntos em muitos eventos. A notícia da sua morte foi choque difícil de digerir de tão súbita e inesperada. Na minha memória revivo os momentos em que nos marcou.
Vai continua presente porque nunca será esquecido.
Um abraço para todos camaradas e obrigado ao Mexia Alves pela sensibilidade com escreveu o que lhe vai no coração.

Hélder Valério disse...

Caro Joaquim
É bem verdade que nós, os que ainda sobrevivem, ficam com alguma dor pelo falecimento dos amigos, dos camaradas que nos irmanaram nas terras de África.
Mas tudo é mais, tudo é maior, quando diz respeito àqueles que mais particularmente nos tocaram, como é o caso do JERO.
Se não fosse o Blogue do Luís Graça provavelmente nunca teria interagido com ele.
Recordo bem que foi através de uma foto que ele lá colocou a ilustrar um texto qualquer, uma recordação, à qual fiz um comentário não só elogioso como principalmente "diferente", que a partir daí a nossa estima mútua se desenvolveu.
Tínhamos vários pontos comuns, alguns diferentes e também, talvez, opostos, mas a nossa estima e consideração superava-se.
Já passou um ano!
É bem verdade que "o tempo voa", como dizia o título dum livro de francês escolar do "meu tempo". E ainda hoje custa a aceitar essa "partida".
Obrigado Joaquim por esta recordação/homenagem.

Hélder Sousa