UMA PEÇA DE ARTESANATO
Há uns tempos atrás publicámos numa
edição da revista “Karas de Monte Real” umas imagens que mais pareciam tiradas
numa qualquer Feira da Ladra, nas quais podíamos ver a Giselda a desembrulhar o
que parecia ser um candeeiro e mostrando-o ao nosso camarigo Agostinho Gaspar.
Na verdade era mesmo um candeeiro, e a
aparição do Agostinho nesta cena resulta do facto de também ele ser possuidor
de um candeeiro similar, construído com idêntico material e feito pelo próprio
durante a sua permanência na Guiné, na década de ’70.
Numa visita anterior a casa do Agostinho
tínhamos então tido conhecimento da existência desse seu candeeiro, feito com
recurso a partes das munições existentes no local – e não só, pois para além
dos projécteis, invólucros e peças de latão, até as moedas locais foram
utilizadas como suportes para os cigarros no cinzeiro, construído na base do
referido candeeiro.
Na conversa que daí resultou referimos
que o nosso candeeiro, que tinha sido oferecido à Giselda por um militar em
comissão de serviço na Guiné, sofria de uma pequena anomalia na ligação da
parte superior à base que impedia a sua fixação segura – e o Agostinho prontificou-se
a fazer a devida reparação.
Essa reparação foi feita – e aqui ficam
os nossos agradecimentos ao Agostinho - mas, tendo logo sido levado o candeeiro para
o seu local habitual, num poiso nosso perto de Sesimbra, frustrou-se a nossa
ideia inicial de mostrar logo de seguida o “piqueno” já recuperado – o que só
foi possível há pouco tempo, quando finalmente tivemos oportunidade de
fotografar o corpo do delito…
Aqui vos deixo pois as imagens dum
candeeiro muito peculiar, feito com material normalmente utilizado para fins
bélicos (descontando, claro, as moedas da Guiné, que tinham um fim bem mais
pacífico) mas que agora se limita a iluminar o percurso do corredor de entrada
dessa nossa casa.
Pergunto-me se outros camaradas
terão conhecimento deste tipo de artesanato ou se serão mesmo possuidores de
uma peça semelhante a estas duas…
Miguel Pessoa
1 comentário:
Ficou bem bonito o candeeiro e de acordo com a ex- profissão do dono.
Os parabéns ao amigo Agostinho pela sua arte.
Um abraço.
M. Arminda
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