A RÉGUA “T”
Para quem não sabe, a régua “T” (ou em T) é (era) um precioso auxiliar de trabalho de desenho. Hoje em dia já não se trabalha genericamente nas pranchetas (mesas de desenho) pois esses trabalhos são feitos em computador com programas cada vez mais completos e/ou complexos.
Mas,
mesmo sem se tratar de “coisas da guerra” mas antes de episódio passado comigo “antes
da guerra”, achei por bem partilhar convosco esta lembrança que me ocorreu, em
parte, por ter sido despertado para recordações motivadas pelo artigo do Carlos
e, por outro, por ontem ao estar a ver na TV um jogo de basquetebol onde no final
(não me vou referir às polémicas, às barafundas do costume nos meios ditos
desportivos) reparei que o Presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol,
dito “Manuel Fernandes” estava presente e a televisão mostrou-o bem.
Fez-se
luz! Reconheci de imediato o “Manuel Fernandes” que é um “jovem das nossas
idades”, do Barreiro, e foi meu colega de turma na Escola Industrial Machado de
Castro, em Lisboa, quando ambos, entre os anos letivos 1964/65 e 1965/66
fizemos o que então se chamava as “Secções Preparatórias” para os exames de admissão
aos Institutos Industriais, neste caso o de Lisboa.
Em
termos desportivos, aqui na região da Margem Sul, embora isto não seja de modo
algum impositivo, a verdade é que houve sempre uma maior “apetência” para o
andebol em Almada, o basquetebol no Barreiro e o futebol em Setúbal e Barreiro
também. Daí que o lugar que o “Manuel Fernandes” ocupa não me seja estranho,
tanto mais que tinha a ideia, há já largos anos, que ele desempenharia um lugar
semelhante, mas na Federação Distrital de Setúbal, embora nunca mais tivesse
estado com ele.
Então, o que é que isto tem de relevante e onde entra o “T”?
Acontece que, não raras vezes, quando saíamos da Machado Castro, vários de nós ficávamos um bocado por um espaço designado por “Jardim Cinema”, no lado direito de quem desce a Av. Álvares Cabral em direção ao Largo do Rato, onde para além de cinema que havia no 1º andar havia também um espaço enorme com mesas de bilhar, locais para ténis de mesa, matraquilhos, etc.
Numa
bela tarde, no fim das aulas que, no caso, tinham sido de desenho técnico, lá
fui eu também descontrair e fazer uns jogos, quando o colega Manuel Francisco Fernandes
apareceu com um “T” e a dizer que eu lhe tinha trocado o “T”, sendo que,
realmente, o que ele trazia era muito parecido com o meu (era o meu, de facto),
com aquele que eu tinha ali ao lado, arrumado junto à pasta e à espera de
acabar os jogos.
Claro que houve uma troca de argumentos sobre a “paternidade” dos equipamentos que terminou quando ele disse e demonstrou que o seu verdadeiro “T” estava identificado na parte de baixo, visível para quem sabia, com a palavra “MANFRAFER”, que seria uma sigla do seu nome Manuel Francisco Fernandes.
Argumento
irrefutável! Desfeito o equívoco, lá seguimos contentes e satisfeitos, como era
apanágio daqueles tempos.
Lembrei-me
disto ao revê-lo na TV. Não pretendo que tenha um “fundo moral”, mas pode
servir para alertar que devemos ter sempre cuidado com as coisas que nos dizem
respeito.
Hélder Sousa
Fur. Mil. Transmissões TSF
Sem comentários:
Enviar um comentário