O nosso camarigo luso-lapão José Belo divulga-nos uma notícia surgida
recentemente no “The Guardian”
sobre um projecto avançado na “sua” Suécia,
texto que reproduzimos com a devida vénia.
EMPRESA SUECA USA CORVOS PARA
RECOLHER PONTAS DE CIGARRO
Os corvos da Nova Caledônia são tão bons em raciocínio quanto uma criança humana de sete anos, sugere a pesquisa. Fotografia: Jolyon Troscianko/AP. Daniel Boffey em Bruxelas
Corvos estão sendo recrutados para recolher pontas de
cigarro descartadas nas ruas e praças de uma cidade sueca como parte de uma
campanha de redução de custos.
As aves selvagens realizam a tarefa ao receber um
pouco de comida para cada “pirisca” (*) que depositam em uma máquina sob medida
projetada por uma startup em Södertälje, perto de Estocolmo.
“São aves selvagens que participam voluntariamente”,
disse Christian Günther-Hanssen, fundador da Corvid Cleaning, empresa por trás
do método.
A Fundação Keep Sweden Tidy diz que mais de 1 bilhão de pontas de
cigarro são deixadas nas ruas da Suécia em cada
ano, representando 62% de todo o lixo. Södertälje gasta 20 milhões de
coroas suecas (£ 1,6 milhão) na limpeza das ruas.
Günther-Hanssen estima que seu método poderia
economizar pelo menos 75% dos custos envolvidos na recolha de “beatas” de
cigarro na cidade.
Södertälje está realizando um projeto piloto antes de
potencialmente implantar a operação em toda a cidade.
Günther-Hanssen disse: “Eles são mais fáceis de
ensinar e também há uma chance maior de aprenderem uns com os outros. Ao
mesmo tempo, há um risco menor de eles comerem qualquer lixo por engano.
“A estimativa para o custo de apanhar pontas de cigarro
hoje é de cerca de 80 öre [troco sueco] ou mais por ponta de cigarro, alguns
dizem que duas coroas. Se os corvos apanharem pontas de cigarro, isso
seria talvez 20 öre por ponta de cigarro. A economia para o município
depende de quantas pontas de cigarro os corvos pegam.”
Tomas Thernström, estratega de resíduos do município
de Södertälje, disse que o potencial do projecto depende de financiamento.
“Seria interessante ver se isso poderia funcionar em
outros ambientes também. Também da perspectiva de que podemos ensinar os
corvos a pegar pontas de cigarro, mas não podemos ensinar as pessoas a não as
deitar para o chão... Esse é um pensamento interessante”, disse ele.
(*) “Beata”, ponta de cigarro
4 comentários:
Caro JBelo
Uma acção interessante!
Aliás, a procura de auxílio de animais para tarefas humanas é já habitual.
São cães treinados para descobrir droga, para perseguir fugitivos, para utilidades de caça, enfim, múltiplas tarefas.
São falcões que se utilizam para "afugentar" aves das imediações dos aeroportos.
São águias que se utilizam em estádios de futebol para deleite dos espetadores.
Sobre os corvos lembro de ver em saltimbancos de rua e também no circo as habilidades em recolher moedas e colocá-las em mealheiros. Se podiam fazer isso, treinados, podem bem recolher "beatas".
Não sei se os amiguinhos dos animaizinhos aplaudirão ou recriminarão.
Podem aproveitar para dizer: "estão a ver como os animais têm comportamentos humanos?" ou então: "mais uma forma desumana de violência sobre os animais que deverá ser severamente punida pois trata-se claramente de exploração não remunerada"
Enfim, aguardemos.
Mas, entretanto, o que mais ressalta da informação, para além do aparente inusitado, é a magna questão de "como ensinar as pessoas a serem civilizadas".
Abraço
Hélder Sousa
Cá por Monte Real quando eu era garoto tivemos dois corvos que andavam à solta, tinham-lhes cortado a "presa" da língua e "diziam" algumas palavras.
O "professor" não tinha sido muito bem escolhido e algumas palavras eram "palavrões".
Em Moscovo havia corvos grandes mas eram pretos malhados de branco.
Enfim curiosidades.
Abraço ao Zé Belo e a todos
Joaquim
Meu caro Joaquim
Na Escandinávia os corvos também estão camuflados com penas cinzentas claras no dorso .
Muito útil para a neve local.
Existem 40 espécies de corvos.
Uma delas,frequente no centro-norte escandinavo, é de tamanho 3 vezes superior ao corvo “normal” e curiosamente não tem as penas cinzentas da camuflagem dos outros corvos.
O seu tamanho justifica a não necessidade desta camuflagem poi só as maiores águias os podem incomodar se….esfomeadas!
Estes enormes corvos,que aqui se denominam “korpar”,têm papel predominante na mitologia Viking devido à sua reconhecida inteligência ,e não menos, curiosidade.
As crianças ainda hoje aprendem nas escolas os nomes de dois destes corvos que eram os favoritos do Deus superior da mitologia viking-Odin.
Funcionavam como os seus informadores de tudo o que se ia passando na sociedade Viking.
No antigo dialeto um tem por nome “Hugin”(pensamento) e o outro “Munin”(memória).
Curiosamente,e até quase aos nossos dias,nas civilizações de origem germânica do norte-europeu
os corvos continuaram a ser olhados como os transmissores de notícias familiares para os soldados em lutas distantes.
Curiosidades……..
Um grande abraço do J.Belo
Meu caro José
Muito obrigado por estas curiosidades.
Os corvos têm realmente uma simbologia impressionante.
Basta lembrar os corvos de São Vicente e que estão representados na bandeira da cidade de Lisboa.
Curiosamente quando estou a escrever este comentário, estou a ouvir ao longe, na mata das Termas os corvos a grasnar. Nada mais apropriado!!!
Grande abraço meu amigo
Joaquim
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