Artigo sobre o nosso camarigo Lúcio
Vieira reproduzido, com a devida vénia, de
TORRES NOVAS
UM PRÉMIO PARA O
“POETA MAIOR”
QUE O PAÍS NUNCA
RECONHECEU
Reportagem de Cláudia Gameiro
Poeta de Torres Novas venceu o seu primeiro
prémio
depois de uma vida dedicada à poesia
Foto: mediotejo.net
Figura reconhecida no circulo literário
e do teatro torrejano, foi uma surpresa “sem surpresa” a notícia de que António
Lúcio Vieira fora escolhido como o vencedor do Prémio Literário Médio Tejo
Edições, na categoria de poesia. Disso deram conta os seus amigos aquando a
apresentação da obra vencedora “25 poemas de dores e amores”, no sábado, 16 de
dezembro, lançada a nível nacional através da nova chancela da Médio Tejo
Edições, a Origami.
“longa e insana noite
dos desassossegos
que cruz esta minha
porquê estes pregos
que silêncio é este
que me cava a sorte
porque me és eterna
bem mais do que a morte”
in 25
Poemas de dores e amores, pp.41
O cravo é a imagem de marca do livro de
António Lúcio Vieira. É um símbolo de liberdade
mas também do amor, em alguns
países. Na foto, o poeta com a editora Patrícia Fonseca.
Foto: mediotejo.net
“Isto é da melhor poesia que já li”,
afirmaria António Matias Coelho, presidente da Associação Casa-Memória de
Camões e membro do júri, ao ler o poema da página 41, o que mais o marcou, e
ditaria a sua predilecção pela obra, então anónima, que venceria o Prémio
Literário Médio Tejo Edições, uma iniciativa com o apoio do TorreShopping que
visa revelar talentos regionais. “Eu não conhecia o António Lúcio Vieira, nunca
tinha lido nada dele”, reconheceu, frisando que o que conheceu dele durante
todo o processo de análise das obras de poesia a concurso foram apenas as suas
palavras. “Havia outros trabalhos igualmente merecedores” da vitória, mas a
obra de António Lúcio Vieira alcançaria a unanimidade.
Na apresentação do livro, António
Matias Coelho descreveu o vencedor como “um poeta maior”, um “mestre da
palavra”. “Não é um poeta regional, é um poeta nacional”, salientou, mas que
nunca teve o devido reconhecimento.
A mesma opinião foi partilhada pelo
músico Pedro Barroso, presente na apresentação e autor do prefácio da obra, que
o consideraria “um caso enorme de injustiça no tecido cultural” literário. “Fiz
tertúlia com muitos poetas famosos que não têm a profundidade deste homem”,
afirmou. “O António Lúcio Vieira é uma figura maior, é um poeta maior da poesia
portuguesa”, com um “domínio da língua que não é vulgar”.
“O António Lúcio Vieira não precisava de
ser descoberto. Mas precisava de ser acarinhado e precisa, com toda a certeza,
de ser mais promovido, para que o seu talento possa ser reconhecido a nível
nacional”, salientou Patrícia Fonseca, editora da Médio Tejo Edições, admitindo
que o nome do poeta era desconhecido de três de quatro membros do júri.
Também presente na ocasião, o presidente
da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, recordaria um amigo que é “como um
irmão” e que possui um “dom” há muito reconhecido pelos que o rodeiam.
António Lúcio Vieira descreveria o livro
como a sua “melhor poesia” e “a mais madura”, sendo que os poemas desta obra
foram todos escritos nos últimos dois anos. Na sua intervenção lembrou que
esteve às portas da morte, não tendo ido receber o prémio no Torreshoping
quando este foi anunciado, em setembro passado, e que chegou a pensar que esta
acabaria por ser uma obra póstuma. Não foi e encontrou um auditório composto no
sábado, na Biblioteca Municipal de Torres Novas, onde vários amigos declamaram
alguns dos seus poemas.
O poeta é conhecido em Torres Novas
sobretudo pelo seu trabalho como dramaturgo, tendo ainda trabalhado como
jornalista no jornal local “O Almonda”. O seu primeiro livro de
poesia data de 1974, publicando várias outras obras ao longo da vida. Natural
de Alcanena, vive em Torres Novas desde a juventude. E é nesta cidade que,
promete, continuará a escrever, fintando a solidão das noites e as agruras dos
dias.
4 comentários:
Muitos parabéns e longo e frutuoso sucesso para o autor e as suas obras.
Abraço do
Joaquim
Reconhecimento merecido. Finalmente.
Um abraço
Carlos Pinheiro
Parabéns amigo Lúcio Vieira que tenhas muita sorte de António Sousa
Parabens Lucio.
Sera um prazer comprar o teu livro assim que chegar a Portugal, la para fins de Maio.
Um abraco e continua, porque parar e morrer e nos nao queremos que morras.
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