Para uma maior compreensão de como
funciona esta gerinconça, marcámos uma entrevista na redacção da revista, onde
fomos recebidos pelo seu director, o Miguel Pessoa, cujo nome já tem aqui sido
referido.
Estranhámos a pequenez do local de
trabalho, tendo-nos sido explicado que, por razões económicas, o local é
partilhado com o proprietário do apartamento, um sujeito que por coincidência
também se chama Miguel Pessoa. E, havendo unicamente um posto de
trabalho, ele é utilizado pelos diversos operadores num sistema idêntico ao da “cama
quente” dos submarinos, levantando-se um para se sentar o seguinte…
Assim, depois de o director planificar o
conteúdo da nova edição, dá o seu lugar ao articulista que redige os textos,
seguindo-se o fotógrafo presente no convívio, que descarrega as fotos tiradas
no local; e é então a vez do repórter presente no encontro fazer os comentários
que complementem a reportagem fotográfica; terminada esta fase, cabe ao editor escolher de entre as fotos e textos
entregues aqueles que mais se adequam à linha editorial da revista; e entra depois
em acção o revisor, que se assegura da inexistência de gralhas ou outras incorrecções.
Findo este trabalho a revista está pronta a ser publicada.
Bom, feita esta introdução sobre as
diferentes fases que decorrem na preparação da revista, a revista “Karas” (RK) decidiu
fazer algumas perguntas ao editor (MP).
RK:
Para uma estrutura totalmente amadora e com escassos recursos financeiros, como
é que a ”Karas” consegue sobreviver?
MP:
Na verdade, temos algum apoio financeiro de um patrocinador particular, o proprietário
do apartamento onde funciona a redacção,
que nos garante o pagamento das deslocações – onde se incluem as portagens, gasolina,
refeições e algum cafezinho no Café Central. Em troca disso não dizemos mal
dele…
RK: E
como conseguem suportar as despesas com tantos funcionários?
MP:
Bem, todos os nossos funcionários têm o mesmo nome – Miguel Pessoa – o que a
nível das Finanças funciona como se fosse só um indivíduo. E isso poupa-nos
muito dinheiro – nos impostos e nos ordenados…
RK: E
o sistema do “cadeirão quente” resulta?
MP:
Principalmente no inverno – sabe bem ter o assento quente quando nos sentamos.
E os proprietários do apartamento também nos disponibilizam o gato da casa, que
gosta de ficar ao nosso colo; o que nos impede de adormecermos no trabalho,
pois de vez em quando o bichano mete as unhas para amaciar o colchão…
RK:
Dispõem de mais colaboradores no terreno?
MP:
Claro. A nível da reportagem fotográfica contamos na maior parte das vezes com
a colaboração do Paulo Moreno e do Manuel “Kambuta” Lopes, embora este último
tire mais fotografias a ele próprio do que aos outros… Aquela máquina deve
andar sempre de mão em mão… E o JERO às vezes também tira umas fotos… mas
poucas me chegam às mãos – devem estar encriptadas… A Giselda Pessoa colabora na área das Relações Públicas e também desenrasca algumas fotos quando o fotógrafo está ocupado. Já o Almirante tira as fotos só para ele, que nós nunca as vemos...
RK: Reparo que o titulo das revistas refere-se muitas vezes ao mês anterior. Por exemplo, a Revista "Karas" de Setembro acaba por ser publicada no início de Outubro... Isto não é um contra-senso?
MP: Depende do ponto de vista... Para mim o título refere-se ao mês em que se realizou o evento objecto da reportagem. O tema da revista "Karas" de Setembro é o nosso convívio da última 6ª feira de Setembro, por isso a referência ao mês, independentemente de a revista vir a ser publicada já no início do mês seguinte...
Sucede com alguma frequência que, por se realizar o convívio já muito próximo do fim do mês, a edição da revista já cai no mês seguinte.
RK: Tem algum prazo para fazer sair a revista após a realização do encontro?
MP: A ideia generalizada é de que a revista seja editada entre 3 a 5 dias após o evento. Não é no entanto uma regra rígida... Sucede que a equipa participa em outras confraternizações desligadas da Tabanca do Centro, por vezes quase coincidentes, o que pode atrasar a publicação da revista. Além de que dependemos da recepção de fotos dos colaboradores, que têm ainda que ser sujeitas a tratamento, uma por uma. E podemos acrescentar que para um evento podemos ter que tratar 200 a 250 fotos, o que passa por definir um outro enquadramento e reduzir o "peso" do ficheiro - o que pode levar a passar uma foto de 1,5Mb/3Mb para um tamanho entre 250K e 400K. Isso permite-nos enviar aos participantes a totalidade das fotos de uma única vez - as 80 a 90 fotos que às vezes enviamos passam a ocupar um espaço inferior ao limite máximo de 25Mb que as caixas de correio normalmente aceitam.
RK: Reparo que o titulo das revistas refere-se muitas vezes ao mês anterior. Por exemplo, a Revista "Karas" de Setembro acaba por ser publicada no início de Outubro... Isto não é um contra-senso?
MP: Depende do ponto de vista... Para mim o título refere-se ao mês em que se realizou o evento objecto da reportagem. O tema da revista "Karas" de Setembro é o nosso convívio da última 6ª feira de Setembro, por isso a referência ao mês, independentemente de a revista vir a ser publicada já no início do mês seguinte...
Sucede com alguma frequência que, por se realizar o convívio já muito próximo do fim do mês, a edição da revista já cai no mês seguinte.
RK: Tem algum prazo para fazer sair a revista após a realização do encontro?
MP: A ideia generalizada é de que a revista seja editada entre 3 a 5 dias após o evento. Não é no entanto uma regra rígida... Sucede que a equipa participa em outras confraternizações desligadas da Tabanca do Centro, por vezes quase coincidentes, o que pode atrasar a publicação da revista. Além de que dependemos da recepção de fotos dos colaboradores, que têm ainda que ser sujeitas a tratamento, uma por uma. E podemos acrescentar que para um evento podemos ter que tratar 200 a 250 fotos, o que passa por definir um outro enquadramento e reduzir o "peso" do ficheiro - o que pode levar a passar uma foto de 1,5Mb/3Mb para um tamanho entre 250K e 400K. Isso permite-nos enviar aos participantes a totalidade das fotos de uma única vez - as 80 a 90 fotos que às vezes enviamos passam a ocupar um espaço inferior ao limite máximo de 25Mb que as caixas de correio normalmente aceitam.
RK: Com
tantos participantes, como consegue identificar todos os que aparecem nas
fotos?
MP:
Muitos deles são participantes frequentes – já temos obrigação de os
identificar com facilidade. Quanto aos menos frequentes temos o cuidado de,
para cada convívio, fazer uma lista do pessoal que ainda não tem foto
arquivada. E à sua chegada aviamos logo uma foto individual para incluir no
nosso ficheiro dos participantes. Isso permite-nos, em caso de dúvida, identificar
os novatos ou menos habituais. Já dispomos de um acervo de mais de 250 fotos,
mas desses diria que à volta de 60 serão mais ou menos regulares.
RK:
Qual a reacção do pessoal às reportagens fotográficas?
MP: Não temos tido grandes reclamações…
Noto que os novatos olham com desconfiança quando pretendemos tirar-lhes uma
foto para o cadastro. Devem pensar que aquilo vai parar a algum arquivo de
informações… Mas como já referi são importantes para identificar os
participantes na reportagem fotográfica. Poderá também haver quem se ressinta
de aparecer pouco nas fotos. Mas num magote de 60 ou 80 pessoas, não posso
garantir que todos fiquem na foto…
RK:
Uma última pergunta: A revista “Karas” é para continuar?
MP:
Claro! E se me dá licença ficamos por aqui, que tenho que publicar esta
reportagem!
2 comentários:
Muito bem. Gostei. Recordar é viver. Um abraço.
Passaram a correr os dias que se seguiram ao nosso primeiro encontro da Tabanca do Centro. Já lá vão mais de cindo anos...e durante todo este tempo o Miguel Pessoa aguentou sozinho a feitura da revista Karas a que em tão boa hora deu início. Para ti, Miguel Pessoa, um grande abraço de amizade e de gratidão pela forma como te entregaste a esta tarefa.
Ao "abrir" o último número que retrata também o nosso primeiro encontro e ao olhar para a fotografia reconheci todos os participantes de então. Depois, fiquei triste ao sentir a falta de há uns bons meses, demasiados direi até, a esta parte, do meu Camarigo Belarmino Sardinha. Tenho pena que se tivesse afastado mas , por favor não me levem a mal, gostava mais dos convívios iniciais com menos gente mas com gente muito mais próxima em termos de relacionamento pessoal. Todos nos cumprimentávamos com alegria, prazer e amizade sincera. O crescimento da nossa Tabanca leva a que muitos dos "comensais" cumprimentem A e B e se esqueçam do C e do D, mesmo quando todos estão no mesmo grupo. São, de muito longe, as crises mais difíceis, as do crescimento. Assim se passa nas fábricas, nas escolas ou nas tabancas.
Para todos os Camaradas da Tabanca do Centro um feliz Natal e os votos de muita saúde.
Vasco Augusto Rodrigues da Gama
(fundador da Tabanca do Centro juntamente com Juvenal Amado, Manuel Reis e Mexia Alves).
Enviar um comentário