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sexta-feira, 9 de maio de 2025
P1535: FALSOS PEDITÓRIOS
Com a devida vénia ao Jornal de Notícias e ao seu redator, o jornalista Roberto Bessa Moreira, transcrevemos um artigo publicado no passado dia 3 de Abril sobre falsos peditórios dos bombeiros, com venda de bilhetes para sorteio da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra.
“GNR PÕE FIM A 20 ANOS DE FALSOS PEDITÓRIOS DOS BOMBEIROS
Bilhetes para sorteio da
Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra foram vendidos em falsos
peditórios
A Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra é suspeita de dar cobertura à burla e foi alvo de buscas.
Um grupo hierarquizado e com várias
células acumulou muitos milhares de euros, nos últimos 20 anos, com falsos
pedidos para os bombeiros. O esquema estende-se a todo o país e, suspeita a
investigação da GNR, terá tido cobertura da Associação Portuguesa de Veteranos
de Guerra. Esta instituição foi alvo de buscas ontem, no âmbito da Operação
“The Scheme”, que levou os militares a Braga, Moimenta da Beira, Loures ou
Pombal. No final, oito pessoas e duas entidades foram constituídas arguidas por
burla, branqueamento de capitais e associação criminosa.
O esquema era simples. Um grupo de três
ou quatro pessoas instalava-se junto a semáforos, classificações ou rotundas de
diferentes cidades e abordava os automobilistas que todos eram obrigados a
parar. Fardados integralmente ou envergando um colete vermelho da Associação
Portuguesa de Veteranos de Guerra, os operacionais facilmente se confundiram
com bombeiros e pediram um donativo para a compra de uma ambulância para a
corporação local. Isto, porém, nada sabia do que estava a acontecer e nunca
recebia qualquer palavra.
Se tudo corresse de acordo com o
planeado, o grupo abandonou o local na posse da quantidade angariada durante
várias horas, mas se a GNR ou a PSP fossem alertadas para o falso peditório, a
desculpa estava preparada: os burlões diziam que estavam a vender bilhetes para
um sorteio promovido pela Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra e
devidamente autorizado pelo Ministério da Administração Interna (MAI). Dessa
forma, evitávamos qualquer problema com a Justiça.
Burla era modo de vida
A investigação, que começou em 2020 e
foi conduzida pelo Núcleo de Investigação Criminal de Viseu, suspeita que os
responsáveis da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra deram cobertura
à burla, recebendo uma percentagem dos lucros obtidos com os falsos peditórios.
O último relatório e contas da instituição mostra que, em 2023, este auferiu
mais de 70 mil euros com um “sorteio nacional”, que, no ano anterior, lhe
rendeu 95 mil euros.
Quem também recebeu uma percentagem do
dinheiro angariado eram os autores dos falsos peditórios. Muitos deles fizeram
da burla o seu modo de vida. O montante restante foi distribuído pelos
elementos do topo da organização, incluindo o líder, que tem residência em
Lisboa.
Ao Jornal de Notícias, a GNR confirma
que, ontem, foram constituídos como arguidos oito homens, entre os 24 e os 65
anos, mais duas instituições. Todos indicados por burla, branqueamento de
capitais e associação criminosa, mas nenhum deles foi detido.
Liga fez queixas às autoridades
O presidente da Liga dos Bombeiros,
António Nunes, garante que há vários anos que são feitas queixas nas
autoridades devido a falsos pedidos para associações humanitárias. “São feitos
por grupos de pessoas, que se vestem com uma farda vermelha, que se confunde
com os bombeiros”, para enganar os automobilistas. “Algumas pessoas fazem-no há
muito tempo e outras são novas”, diz.
Operação
Fardas apreendidas
A GNR apreendeu ontem descobertas de
fardas semelhantes aos dos bombeiros e outros bens associados às corporações.
Também foram coletados extratos de transferências e depósitos bancários, alguns
internacionais.
Quase 70 militares
A Operação “The Scheme” foi liderada
pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Viseu e realizada por 68
militares, também dos comandos da GNR de Braga, Leiria e Lisboa. A Direção de
Investigação Criminal participou igualmente nas diligências.
Apreensão de 27 mil euros: Foram
apreendidos nas 20 buscas em Moimenta da Beira, Braga, Magoito (Sintra),
Amadora, Queluz, Agualva-Cacém, Loures e Pombal.”
O NOSSO COMENTÁRIO
Desde há anos que vejo esta gente
nas rotundas e até me cheguei a “pegar” com um deles porque achei que era tudo
aldrabice.
Esses sujeitos estavam a pedir
para uma ambulância para os veteranos de guerra e eu disse-lhes que eu era
combatente e que as ambulâncias eram dos bombeiros ou do INEM.
Meteu os pés pelas mãos e a coisa
ia acabando mal.
Afinal, pelo visto, pela notícia
eu tinha razão.
Também nos cabe a nós combatentes
denunciar estas aldrabices feitas em nosso nome.
Joaquim Mexia Alves