CÁ ESTAMOS…
Bons amigos e estimados camarigos
Manuel Frazão Vieira |
Não vou referir-me ao último
encontro, já, tão bem apresentado e descrito, numa forma combinada
entre a palavra escrita e a fotografia parcial ou de conjunto,
mostrando quem é quem, quem está com quem, no grupo de quem. É agradável
reconhecer, individualmente, todos os camarigos como parte integrante de um
todo constitutivo de amigos da Tabanca do Centro. Isto, por obra, arte e
paciência do Miguel Pessoa, cujo trabalho é sempre apreciado e
louvável, como uma vez mais se verificou na última publicação da Revista
KARAS de Monte Real, na edição mensal de Fevereiro 2017.
Digo, no entanto, e não posso
deixar de o referir, que o 59.º encontro foi muito concorrido,
incluindo caras novas, e ao que me pareceu, com inscrições tardias, para
além do dia aprazado e tão publicitado para o efeito. Penso dever ser,
cuidadosamente, observada, por razões óbvias, a data-limite da inscrição,
nomeadamente, por motivos de logística que é preciso controlar. Certamente,
que um eventual descuido, no futuro, se irá repetir, não fossemos nós
filhos do tempo e das circunstâncias do próprio tempo. É bom respeitar e
cumprir com prazos pré-estabelecidos. Daí que, seja importante e
saibamos controlar o tempo, o nosso tempo, o nosso espaço, porque são
nossos e com eles e neles co-habitamos.
A minha memória visual, apesar de tudo, ainda se vai mantendo fiel às origens, tornando-se num razoável instrumento de auxilio e de suporte de imagem de pessoas, coisas, momentos e espaços, apesar de, ligeiramente, alquebrada e com momentos dúbios, mas, exercitada, cá vai desempenhando a sua genésica função.
Isto, a propósito, da presença de novos camarigos, no último almoço-convívio. Não eram muitas as caras novas e nem sei quantos eram. Sei que vieram alguns pela primeira vez e ao cumprimentá-los não constavam da minha base de dados visual e mental, nem o seu formato somático me era familiar. Além disso, as suas reacções comportamentais iniciais e sociais revelavam novidade, curiosidade e uma pronta disponibilidade e abertura educadas para um livre acesso e enquadramento presencial na grande família da Tabanca do Centro.
Estas reacções iniciais, acontecem em qualquer outra situação nova de apresentação, seja em que cenário for, e são reflexo da maneira como reagimos às coisas ou situações que nos surjam, pela primeira vez. É isto que nos define como pessoas.
A presença assídua e renovada de
muitos ex-combatentes na Tabanca do Centro são o íman da
sua continuidade. Vale a pena. É que o tempo passa e a memória das
pessoas e coisas vai-se esvaindo no próprio tempo, no crepúsculo da
vida de um passado histórico e pessoal que a idade consumiu.
Fica-nos o sonho e a saudade daquilo que, ainda, nos resta, se, para tanto, a
incerteza ou a benevolência da vida o permitir.
Abraços
Manuel Frazão Vieira
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