quarta-feira, 30 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
P229: CURIOSIDADES DA GUINÉ...
.
.
.
Como
não podia deixar de ser, a minha mãe, antes da minha partida no “cruzeiro” que
demandava terras da Guiné, a bordo do “paquete de luxo” Niassa, foi comprar uma
mala nova para o “menino” levar os seus pertences.
A
mala lá seguiu viagem, primeiro no Niassa, numa LDG depois, (a caminho de
Bolama), e seguidamente numa outra LDG, rumo ao Xime, para depois ser atirada
para uma qualquer Berliet a caminho do Xitole.
Aí
chegada, e mal me foi dado o quarto onde iria pernoitar naquela estância de
férias, foi colocada num estrado de madeira, no chão, para a proteger no seu
devido estado.
Por
ali ficou uns meses, (desde Fevereiro de 1972 até, se bem me lembro, Setembro
desse ano), estática, imóvel, sem alterações do seu estado, fosse ele qual
fosse.
Até
que chegou o dia em que tive de rumar para a Ponte do Udunduma, (entre Xime e
Bambadinca), para ir comandar o Pel. Caç Nat. 52.
Lá
abri a tampa da mala, (que ainda estava como nova), atirei lá para dentro o que
estava à mão, e pegando-lhe pela pega, levantei-a para a transportar para o
Unimog no qual haveria de seguir viagem.
Revelou-se
tão leve que muito me espantou, pelo que olhando para trás, reparei que na mão
só tinha a tampa e o invólucro lateral da dita cuja.
A
formiga tinha feito o favor de roer o fundo da mesma, pelo que, todo o conteúdo
da mala repousava calmamente no mesmo estrado de madeira onde tinha estado desde a minha
chegada ao Xitole.
E,
“prontos”, foi preciso um daqueles grandes sacos verdes, (marca tropa), para
onde foi “delicadamente” atirada toda a roupa, à mistura com algumas
imprecações que aqui me escuso de referir e que poderiam ferir olhos mais
sensíveis que aqui os pudessem ler.
Monte
Real, 10 de Maio de2012
Ora vejam só o que o humor do Miguel Pessoa foi "desencantar" para comentar esta minha história!!!
.
.
.
.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
P227: BOA RECUPERAÇÃO, VASCO!
Este blogue não pretende iniciar aqui uma série de "Parabéns a Você". Entendemos no entanto que situações especiais justificam um desvio à regra... Sabemos que o Vasco da Gama - que completa hoje 66 anos - estava entusiasmado na preparação de um bom dia de festa; as expectativas goraram-se em parte devido a uma arreliadora febre que o tem debilitado, fisica e animicamente.
É por isso que aqui estamos a "insuflar" algum ânimo no camarigo Vasco, esperando que a sua recuperação seja retomada depressa e em bom ritmo. Até porque a sua presença é indispensável no nosso próximo Encontro de 30 de Maio!
O camarigo José "Lapão" Belo, querendo associar-se a estes nossos votos, mandou-nos uma mensagem ilustrada que não queremos deixar de publicar:
Caríssimo (...) No aniversário da Senhoria D'A (16 maio) näo queria deixar de aí fazer chegar os presentes que o vasto clube de admiradoras do "navegante" na Lapónia resolveram dar-lhe. Os rebuçados para a "tosse". O bilhete de aviäo para vir até aqui..... E o peixinho no aquário?!...... Bom,espero que ele deite o peixinho na sanita e se concentre no... peixão! um grande abraço.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
P226: O ÓSCAR E OS MEUS RELÓGIOS
Logo num dos primeiros encontros organizados pela Tabanca do Centro – estamos portanto a reportar-nos aos primeiros meses de 2010 – dirigia-me eu para o local de reunião no Café Central quando dei de caras com um velho conhecido meu, o Óscar. Reconhecemo-nos – eu mais facilmente a ele do que ele a mim… - e trocámos os cumprimentos efusivos de quem não se via há já um par de anos. Bom, não propriamente um par de anos; a última vez que nos tínhamos encontrado terá sido em finais de 1987, há quase quinze anos, quando abandonei as funções que tinha no Grupo Operacional 51, da Base Aérea de Monte Real, e voltei a Lisboa.
Mas já nos tínhamos cruzado há
quarenta anos, em 1971/72, sendo eu um jovem tenente colocado na BA5 para ganhar
a minha qualificação nos aviões F-86 e Fiat G-91 e assim poder avançar para a
minha comissão em África. O amigo Óscar era um dos funcionários que nos
“tratava da saúde” na messe de oficiais da Base, pois era um dos empregados de
mesa que ali trabalhava.
Sendo solteiro e longe do meu
habitat aproveitava o tempo para entabular conversas mais ou menos prolongadas com o
pessoal que nos apoiava, e rapidamente descobri que o Sr. Óscar (vamos só
chamar-lhe Óscar, que não lhe sei o apelido e não gosto de associar o “Sr.” ao
primeiro nome…), bom, o Óscar era um bom relojoeiro e tinha um razoável stock de material para fornecer ao
pessoal.
Ora, já me tinham referenciado que o cronómetro do F-86 – o avião que eu ia voar – era de difícil leitura com a trepidação em voo e que seria boa ideia eu dispor de um relógio de pulso com função de cronómetro. O que eu tinha era básico – dava as horas, o que já não era mau – por isso encarei de imediato a hipótese de lhe adquirir um relógio à maneira. E devo dizer que não me arrependi da compra pois ele acompanhou-me em momentos importantes da minha vida, nomeadamente no episódio da minha ejecção e estadia no mato, já na Guiné.
Saímos aliás os dois um bocado
maltratados desse episódio, pois se eu tive que recuperar da coluna e da perna,
o relógio depois de levar com 18 Gs de aceleração perdeu o botão que accionava
o cronómetro e dobrou o ponteiro do cronómetro, que encalhava na marca dos 25
segundos…
Quando regressei da Guiné fiz
chegar o relógio ao Óscar, para uma revisão/reparação completa que o tem
mantido a funcionar até aos dias de hoje.
Regressei à BA5 para comandar o
Grupo Operacional e voltei a encontrar o Óscar, que por lá se mantinha. Achei
então que estava na hora de arranjar material mais avançado e decidi
comprar-lhe um novo relógio, de quartzo. Estávamos então em Outubro de 1985.
Fiquei desconfiado quando ele me disse que a pilha duraria cinco anos e
verifiquei que não era bem verdade, pois tive que mudar a pilha em Outubro de
1995, portanto… dez anos depois…
Este relógio está hoje guardado
pois esta segunda pilha finou-se ao fim de… mais quinze anos… Desde então aguarda
uma decisão minha sobre o que lhe hei-de fazer. Conversando há pouco com o
Óscar – agora já reformado e vivendo em Monte Real - este aconselhou-me que não
fizesse nada, pois o relógio está exteriormente bastante desgastado e não se
justificaria uma reparação cara. Assim, voltei a usar o primeiro relógio que
lhe tinha comprado. Só que recentemente o cronómetro deste voltou a pifar. O
Óscar já me disse que quando quiser lhe leve o relógio que ele mo arranja.
Mas, tenho pensado eu – o Óscar
está reformado, eu estou reformado; não será altura de reformar também os dois
relógios e deixá-los descansar calmamente na gaveta, com os achaques próprios
da sua idade?
Miguel Pessoasegunda-feira, 7 de maio de 2012
P225: TRÊS AMARANTINOS EM MONTE REAL
.
.
Artigo que saiu no jornal sem margens de Amarante no dia 30 Abril de 2012, redigido pelo
António Ribeiro, (de gravata amarela na fotografia), que pertenceu ao Pel. Caç. Nat. 52.
António Ribeiro, (de gravata amarela na fotografia), que pertenceu ao Pel. Caç. Nat. 52.
Estivemos juntos, (Alferes, os três Furréis e os três Cabos), recentemente no Encontro da Tabanca Grande, em Monte Real, (documentado na fotografia), como já está publicado na revista "Karas de Monte Real" deste mês, aqui publicada.
Joaquim Mexia Alves
.
.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
P224: ACIDENTES EM TERRA
Recentemente no blogue dos
Especialistas da BA12 um tertuliano veio-me lembrar antigos acontecimentos que,
não estando esquecidos mas sendo algo desagradáveis, não costumo recordar… Tem
a ver com a má sina que envolvia o carro que tinha no já longínquo ano de 1970 –
um NSU TT – o qual acabou por se finar com apenas 6 mesitos de idade. Ainda
antes do estouro final, já duas desgraças me tinham sucedido com aquele carro
pois duas semanas antes, quando contornava o clube de oficiais da BA2, Ota,
deparei-me com uma camioneta de transporte que, parada junto à porta do armazém
resolveu de repente fazer marcha-atrás sem confirmar se tinha o caminho
livre… Sem tempo para eu reagir, a
traseira da camioneta entrou pela frente do carro, deixando esta bastante
amarrotada… Tentando ultrapassar esta contrariedade contactei um mecânico civil
que trabalhava na Base e simultaneamente fazia uns biscates num oficina no
Carregado. Assim, lá levou ele o carro… para me aparecer duas horas depois, com
ar constrangido, a informar-me que no percurso para o Carregado um condutor
mais desatento tinha resolvido entrar pela parte de trás do carro, deixando-a
igualmente amarrotada…
Depois dos arranjos adequados, duas
semanas depois - numa 6ª feira - tinha
eu finalmente em mãos o carro, à primeira vista completamente recuperado. Mas
nesse fim-de-semana não poderia testar a condição em que se encontrava pois tinha marcada uma missão de navegação
para Madrid, em T-33.Regressado à Ota na 2ª feira, lá pude finalmente ir testar o comportamento do carrito, tendo-me acompanhado para o efeito o Aspirante Senna de Vasconcelos, pessoa com quem tinha um bom relacionamento. A estrada que liga a parte alta com a parte baixa de Alenquer era sinuosa e acompanhada por moradias, não permitindo velocidades muito elevadas. Claro que os 60 ou 70 Kms/hora a que eu seguia já eram uma velocidade razoável, principalmente se tivermos em conta que numa das curvas encontrei espalhada uma quantidade grande de cascalho de construção que tinha escorregado de um montículo existente ao lado da estrada. O carro pareceu ganhar patins e percorreu rapidamente os 2 ou 3 metros de distância que o separavam da árvore mais robusta da zona… e ali se enfiou.
Para quem não se lembre do NSU TT, posso acrescentar que era uma carro bastante seguro… enquanto não saía da estrada. Com o motor colocado atrás, a parte da frente (a bagageira) era oca e funcionava como um harmónio numa colisão frontal. Como acertei na árvore mais do lado direito do carro, foi esse o lado que mais encolheu – os faróis foram encostar-se ao painel e a roda direita veio encostar-se ao banco do pendura, deixando este em maus lençóis…
Resumindo, resultou desta cena que acabámos os dois num quarto do Hospital Militar, eu na cama da esquerda, ele na cama da direita – precisamente como íamos no carro... Mais grave o estado do meu pendura – tinha fracturado o fémur em dois sítios e rasgado o nariz – nem por isso eu fiquei muito melhor pois para além de amarrotar a fachada fracturei o colo do fémur, o que me originou uma imobilização ainda grande no hospital e um período de 6 meses até poder voltar a voar. Claro que com esse atraso lá se foi o curso de T-33 que estava a frequentar: quando voltei à Ota os meus companheiros de curso já tinham arrancado para a BA5, Monte Real… e eu ingressei no curso seguinte, entretanto iniciado por novo grupo. Resultou daqui um atraso irrecuperável na minha preparação para uma comissão em África, tendo por esse motivo sido o último a partir para essas bandas, com um atraso de cerca de 6 meses a um ano em relação aos outros do meu curso original.
Embora com uma recuperação mais
lenta que a minha, penso que o meu companheiro de infortúnio Senna de
Vasconcelos não terá ficado no entanto com mazelas psicológicas relativamente
às velocidades na estrada, pois tive a oportunidade de ver nos jornais da
especialidade que ele terá mesmo participado em rallies nos anos seguintes…
Miguel Pessoa
Subscrever:
Mensagens (Atom)