terça-feira, 31 de janeiro de 2012

P185: HÁ CONVÍVIOS... E CONVÍVIOS...

Os convívios da Tabanca do Centro, que se desenrolam normalmente à volta de uma mesa de refeições, têm-se pautado pela serenidade combinada com a euforia de rever amigos e trocar ideias e afectos. Com as G-3 há muito guardadas, o ambiente é propício à conversa serena de gente madura que procura estar em paz com o mundo. Destes convívios e manifestações de amizade e companheirismo não há sequelas, apenas as resultantes do afastamento a que o fim do convívio obriga, pelo menos até à realização do próximo…
Longe portanto das imagens que aqui ficam, que demonstram que noutras circunstâncias e locais as coisas não correm de forma tão civilizada e que o fim do dia não significa necessariamente o calmo regresso a casa, como tem sucedido no nosso caso. Tentou-se que neste caso a crueza das imagens fosse amenizada por algum humor que escorresse das palavras acrescentadas.
Congratulemo-nos pois pelo modo como temos sabido gerir as nossas convivências, desejando que estas possam prosseguir do mesmo modo por muito mais tempo.


sábado, 28 de janeiro de 2012

P183: O 16º Encontro da Tabanca do Centro segundo António Nobre


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Amigos
Aqui vão algumas fotos do nosso almoço de confraternizaçãode hoje.
Espero que este tipo de realização se mantenha cultivando-se desta forma o sentimento da AMIZADE que nos une e que naturalmente perdurará por toda a nossa vida.
Por ultimo resta-me referir que apreciei vivamente as palavras pós almoço do nosso “camarigo Chefe” Mexia Alves, que de uma forma simplista mas essencialmente realista, transmitiu claramente tudo aquilo   que nos vai na alma aquando da realização deste tipo de encontro. Muito bem e espero que aquele Amigo continue a liderar realizações futuras que certamente apoiaremos com  a nossa presença.
Um abraço para todos vós do
Antonio Nobre
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

P181: 16º Encontro da Tabanca do Centro - 2º Aniversário

O tempo voa e estes Encontros da Tabanca do Centro festejam hoje o seu 2º aniversário.

Quem diria que, de uma ideia nascida a bordo do carro do Juvenal Amado, com o Vasco da Gama e o Manuel Reis, rumando à Tabanca de Matosinhos, uma ideia para juntar camaradas de armas da Guiné à volta de um óptimo cozido à Portuguesa em Monte Real, haveríamos de, passados 2 anos, reunir aqui 52 pessoas unidas pelos mesmos sentimentos e recordações.

Não tenham medo que o discurso é curto, e apenas foi escrito para ver se de algum modo é mais coerente do que aqueles que tenho feito noutros encontros.

Passaram 2 anos, e o que nos continua a unir é esta camaradagem, esta amizade, enfim, esta camarigagem, que é feita de memórias, de linguagem comum, (por vezes incompreensível aos de fora), de vivências próprias, mas que tocam a todos, encontros sempre animados de muita discussão, mas sempre de sorriso franco e braços abertos ao abraço da concórdia.

Ao longo destas dezenas de anos, desde que saímos da Guiné, ouvimos falar de nós, a maior parte das vezes na terceira pessoa, (os eles, os combatentes, para não utilizar outros mimos com que nos trataram), e fomos sofrendo em silêncio a incompreensão, o abandono, mesmo o desprezo, e até as “verdades”, entre aspas, que quiseram ir dizendo sobre nós, sem minimamente terem conhecimento de causa do que foi, do que se passou, do que verdadeiramente fizemos.

Quiseram “ensinar-nos”, entre aspas outra vez, os porquês, as razões, as causas, as consequências, os culpados, os inocentes, mas estiveram-se sempre de um modo geral borrifando para nós!

Mas a verdade é que todas essas análises, estudos, teorias, etc., etc., não nos fizeram mais felizes, mais tranquilos, mas infelizmente a maior parte das vezes, reacenderam dores, reavivaram memórias tristes, retiraram-nos a pouca paz que o passar do tempo, e do esquecimento, nos ia dando.

Aqui na Tabanca do Centro quisemos fazer um espaço onde pudéssemos conversar e discutir tudo, mas sempre tendo como sentir mais alto a camarigagem, que nos leva, a perante uma discussão mais acesa, fazer uso do humor, da alegria, e assim fazer que a amizade prevaleça sobre a diferença dos pensares e dos sentires.

Penso que o temos conseguido!

Quisemos também angariar fundos para ajudar aqueles de nós, que pelas mais diversas razões, estão abandonados da vida, desprezados que foram por aqueles que tão bem nos querem explicar as razões e as consequências da “nossa”, entre aspas, guerra, embora o mesmo proceder não seja tido para com aqueles que, sob a capa da ajuda internacional, vão demandando os Iraques, Afeganistões, e outras coisa terminadas em ões que me escuso de dizer.
Certo que ainda não encontrámos aqueles que queremos ajudar, mas a verdade é que há já algumas hipóteses que estão a ser analisadas, e continuamos a pedir que nos façam chegar casos em que possamos intervir, ajudando.
Não se pense no entanto que os valores em caixa são altos, (falamos de 500/600€), mas podem, sem dúvida, ajudar a quem nada tem e como nós viveu a guerra em África.
Gostaríamos que pudesse ser uma ajuda continuada no tempo, mas a falta de receitas fixas mensalmente não nos permite assumir tais compromissos.

Mas temos que tomar rapidamente decisões, por isso, mãos á obra para que até à Páscoa possamos ter destinatários para os valores em caixa.

Peço agora que os camarigos me perdoem, mas tenho que salientar aqui dois de vós, por iguais e diferentes razões.

Um é o nosso Almirante Vasco da Gama que ontem me telefonou repassado de tristeza, porque afinal a saúde lhe pregou a partida de uma febre ocasional, que o impede de estar connosco.
Febre providencial, direi eu, porque apesar de muito triste por o Vasco não estar aqui, fico muito mais descansado quanto à sua recuperação que eu temia sinceramente fosse afectada pela sua vinda agora a Monte Real.
O Vasco é um atabancado do centro desde a primeira hora, e a sua falta sente-se, porque ele é um daqueles que por si só, enche uma sala.
Daqui lhe mandamos o nosso abraço muito camarigo e lhe desejamos a recuperação total, para em Fevereiro lhe darmos então os nossos abraços de muita amizade.

Outro, que vai ficar zangado comigo por causa disto, é o Miguel Pessoa.
Incansável na criatividade, no humor e no trabalho, (a esmagadora maioria dos textos no blogue são dele e por ele colocados), é um camarigo de mão cheia que enriquece a nossa Tabanca do Centro.
Foi dele a ideia da surpresa que dentro em pouco revelaremos e foi também ele que teve todo o trabalho em a realizar.
Obrigado Miguel.

Uma palavra agora para as nossas camarigas, Enfermeiras Paraquedistas, hoje aqui representadas pela Giselda e a Antonieta, para lhes dizer da alegria que é tê-las connosco aqui, como já foi uma alegria e um bem tê-las connosco na Guiné.

Outra palavra para as senhoras dos camarigos que aqui nos vêm fazer companhia.
Sempre e de alguma forma acabaram e acabam por viver as nossas memórias, as nossas alegrias, as nossas tristezas, e as nossas vivências desta nossa condição de combatentes.
Obrigado, por isso e por tudo.

Uma palavra ainda de agradecimento à Preciosa e a todas e todos aqueles que a ajudam a prestar-nos um óptimo serviço, não só na qualidade da refeição, mas também e mais ainda na simpatia e amizade com que nos envolvem.

Aos que demandaram a Tabanca do Centro hoje pela primeira vez, sejam bem-vindos e voltem sempre.

E não digo mais nada, mas apenas, que o meu maior desejo é que a alegria permaneça, a amizade se fortaleça e a camarigagem se viva cada vez mais entre nós.

Um abraço para todos.



Palavras ditas aos que hoje "atabancaram" na Tabanca do Centro.
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

P178: Para Recordar!!!!

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Toques Militares e Ordem Unida


Com agradecimentos ao Carlos Pinheiro.
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

P176: Visita ao Vasco da Gama

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À porta da sua mansão
Aguardava o Vasco p’la gente
Batia-lhe forte o coração
Esperando abraços, ansiosamente.

Os quais não lhe foram negados
Com muita amizade, mas com jeito
São precisos muitos cuidados
P’ra não estragar o que está feito.

O Vasco é só “costuras”
Delineadas a preceito
Deve ter visto horas “escuras”
Mas já está de “peito feito”!

Entre comer figos e nozes
Fez algo que “mal” lhe fica,
Apesar das “equimoses”
Pôs um gorro do Benfica!

Falou, falou, falou,
Com garra e alegria,
E quando se calou,
Já tinha acabado o dia.

Mas foi muito bom ouvi-lo,
Foi para isso que lá fomos,
Abraçá-lo e senti-lo,
Como camarigos que somos.

Foi uma jornada agradável
Já disse o Miguel Pessoa
É gente fina e amável
Somos todos gente boa.

Ao Vasco aconselharemos
Muito cuidado e firmeza
Quando puder o encontraremos
No cozido à portuguesa.

Ò Vasco, és um amigo
Que dizes muitas verdades
Foi muito bom estar contigo
Eram muitas as saudades.


Joaquim Mexia Alves
Em nome de todos os "atabancados ao centro".
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

P175: VEM AÍ O NOSSO CONVÍVIO DE JANEIRO!





INSCRIÇÕES AQUI NA CAIXA DE COMENTÁRIOS


Meus Camarigos

A Tabanca do Centro vai comemorar o seu 2º aniversário!

Nascida da ideia de alguns, sentados num carro a caminho do Porto, teve o seu primeiro encontro em Janeiro de 2010.

Desde logo esses Encontros se caracterizaram por uma grande união, uma permanente alegria, que levam sempre, sem dúvida, a uma franca e boa camarigagem.

Nuns Encontros estão muitos, noutros estão menos, mas a "quantidade" de união e alegria não diminuem, nem aumentam com o número dos camarigos presentes, porque é uma constante da Tabanca do Centro.

E quem já esteve nestes Encontros é testemunha real de que, aquilo que aqui afirmo é a verdade, "verdadinha", e se repete todos os meses.

Por isso, mas sobretudo porque gostamos de estar juntos, gostaria que este 2º Aniversário fosse um grande Encontro, com todos os que já cá estiveram e com muitos que ainda cá não tenham estado.

E há surpresas, garanto-vos!

Cá vos esperamos!


Nota:
O "boneco" e anúncio são do Miguel Pessoa.
O "paleio" é meu,conhecido por vários nomes nesta casa, mas sendo o mais "verdadeiro"???, porque escolhido pelo nosso Vasco da Gama, que já quase corre os cem metros, (sem barreiras), o de: "Amado Chefe".
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

P174: AVENTURAS DE UMA NOTA DE 10 EUROS – 5

Nota prévia:  Para ver o “folhetim” da “coitadinha” da nota basta ir a estes links:

Como talvez ainda estejam lembrados, no decorrer do encontro em Monte Real calhou-me em sorte ir parar às mãos do editor da “Karas”, o tal Miguel; e sobrevivi à cena do pagamento do almoço, onde acabei por não estar envolvida. Mas outros riscos me espreitavam já na viagem de regresso do meu novo dono a Lisboa. Acontece que ele resolveu parar no caminho – para meter gasolina - naquilo a que chamou uma área de serviço. Não tive problemas na altura, pois para pagar o abastecimento o meu novo dono usou um cartão da gasolineira, não mexendo no dinheiro. Mas, tendo tomado um cafezinho - ele e a mulher – para pagar a despesa o Miguel pegou no grupo de notas que tinha no bolso… e separou-me das outras. Com esta transferência de dono que se adivinhava, já estava a ver-me a cirandar futuramente para cima e para baixo na auto-estrada, nas mãos de um e de outro… Mas, depois de ver o valor baixo da conta, ele resolveu sacrificar uma vizinha minha de 5 euros e recolheu-me novamente no bolso. Uff!
Finalmente chegámos à casa dele sem mais incidentes de percurso. Estou a ver que tenho uma certa propensão para passar uns tempos num recipiente qualquer, pois mal chegámos fui despejada, juntamente com as notas minhas colegas, as chaves do carro e da casa, numa caneca que ele tem na sala e pela qual parece nutrir especial simpatia. Embora apertada, verifiquei que tinha uma boa visibilidade à volta pois, estando localizada junto à “área de trabalho” do meu dono, podia observar com razoável nitidez a televisão, o computador e a janela da rua. 
Essa disposição daquele espaço resultava do convencimento do meu dono que com a sua experiência de piloto de jactos conseguia fazer até três ou quatro coisas ao mesmo tempo… Pelo que percebi, seriam trabalhar no computador, dar uma vista de olhos ao programa de televisão, ouvir uma musiquinha nos auscultadores e ainda mandar uns palpites à mulher, enquanto fazia isso tudo… Percebi mais tarde que além destas ainda conseguia desenvolver em simultâneo outras actividades, como dar colo ao gato da casa e apertar com os amigos através dos cartoons que fazia e despachava para uma coisa chamada blogue. Este blogue, como já tinha aprendido na minha estadia em Buarcos, é um local de encontro na Internet que reúne o pessoal que convive periodicamente em Monte Real e mais uns tantos que, não podendo ali deslocar-se, mantêm mesmo assim um bom relacionamento entre si, embora de forma mais distante.
Já percebi que a mulher do Miguel – a Giselda – está bastante à vontade nas reuniões do grupo, conforme pude já assistir em Monte Real. Pelos vistos também é uma tabanqueira, o que significa que também andou naquelas andanças de outros tempos em terras da Guiné. Já vi também que tem uma grande paciência para aturar o marido, talvez em consideração pelas memórias comuns que partilham desse tempo…
Finalmente tive oportunidade de ver o meu dono a produzir trabalho para o blogue, trabalho esse disperso em várias áreas – a revista mensal (a tal “Karas”) com fofocas dos convívios, textos pseudo humorísticos uns, mais a sério outros; e os famigerados cartoons, para os quais dispõe de um acervo razoável de fotografias tiradas durante os encontros, para além de outro material com piada (na sua perspectiva…) recolhido na Net.
A minha vida tem decorrido com alguma calma, embora veja de vez em quando que o Miguel vai retirar da caneca as chaves e algumas das notas que vai seleccionando. A verdade é que eu tenho sobrevivido a todas essas movimentações e cada vez me convenço mais que o tipo deve ter mesmo alguma coisa contra as notas de 10 euros, ou contra mim em particular…
Finalmente chega o dia em que o Miguel me retira da caneca e me leva para a rua, guardada num bolso juntamente com o restante dinheiro.
Parece ter finalmente chegado o momento da separação! Estamos num café e vejo-me repentinamente sacada do bolso do Miguel para pagar a despesa feita. Começa um diálogo com o empregado e compreendo que este argumenta que não tem troco para mim. Contrariado, o meu dono devolve-me ao bolso retirando de lá uma nota de 5 euros que entrega relutantemente ao funcionário. É já a segunda vez que fui salva pelo gong! (ouvi esta expressão num transmissão desportiva na TV e acho que se aplica bem neste caso…).
Estávamos então num centro comercial e dirigimo-nos agora para a saída. Chegamos perto do sítio em que o carro está parado e o Miguel dirige-se a uma máquina próxima. Pela conversa parece que vai pagar o estacionamento do carro… e lá me tira do bolso! Sem sequer se despedir enfia-me numa ranhura da máquina e eu saio disparada pelas suas goelas abaixo… e sou expulsa por uma porta de saída em baixo! Nova tentativa… e a máquina cospe-me outra vez…
O meu dono recolhe-me finalmente enquanto resmunga pelo facto de eu ter sido rejeitada. Afinal isso é o que mais me tem sucedido! Fora algum tempo de acalmia, tenho sido passada de mão em mão sem me ser pedida a minha opinião…
Por fim ele lá resolveu o problema do pagamento com outra nota e eu recolhi ao bolso das calças; mas confesso que não me agradaram muito os comentários que ele fez acerca de mim. Como se eu tivesse alguma culpa do sucedido!
Enfim, de volta a casa lá me coloca novamente na caneca e eu espero dispor agora de um tempinho para conseguir recuperar do stress que toda esta agitação me provocou.

Hoje acordei estremunhada, e fiquei bastante preocupada porque vi o meu dono escrever no computador uma carta dirigida a um amigo seu que mora na Grécia e a parte final do texto não me tranquilizou pois referia: “segue esta nota de 10 euros para te pagar aquela despesa que fizeste quando estiveste cá em Portugal”. Duvido que esse seja o verdadeiro motivo. Estou desconfiada que ele quer ver-me bem longa da vista dele… A carta foi impressa e metida num envelope e, como eu já desconfiava, o Miguel pegou em mim e meteu-me também lá dentro. O meu percurso está traçado – não há dúvida que estou a caminho da Grécia; e pelo que tenho visto na televisão não me agrada nada a agitação que por lá anda e a língua esquisita que usam. Vou ver-me grega para os perceber!... Se não estivesse tão preocupada até me ria com este trocadilho! A última esperança que tenho é que por um bambúrrio de sorte eu vá cair nas mãos daquele treinador português que por lá anda, o Fernando Santos, e que ele venha cá de férias e me traga!

Ploff!! Desperta-me o som da entrada do meu dono na sala. Vejo que continuo recolhida na caneca na companhia de outras notas – afinal não tinha passado tudo de um pesadelo! Penso que esta possível má vontade do meu dono para comigo me está a pôr os nervos em franja, mas a verdade é que não consigo ter a certeza desse seu comportamento pouco amistoso… E afinal eu também não tenho ajudado muito!
O Miguel começa a trabalhar no computador; pelo que me apercebo está a preparar um novo número da “Karas”. Simultaneamente segue o noticiário que a televisão vai transmitindo – parece que o Euro não anda lá grande coisa e até o ouço a resmungar que se não nos pomos a pau daqui a pouco ainda vamos voltar ao escudo... Claro que não percebo nada de finanças mas já sei que o tal “escudo” foi a moeda que as pessoas utilizavam antes do aparecimento do Euro. Estas conversas deixam-me apreensiva – se o Euro desaparecer, o que é que me vai suceder? Para além de deixar de andar de mão em mão, provavelmente nós as notas, até vamos ser destruídas… e já estou a imaginar-me a arder no topo de uma pilha de notas!
Parece-me que o meu dono está a tornar-se mais compreensivo para comigo. Até murmura qualquer coisa sobre o facto de eu ser uma sobrevivente e resistir à mudança – pelo menos à saída desta casa… Por esse motivo inicia uma conversa com a mulher, em que põe a hipótese de emoldurar algumas das notas de Euro. Bom, pelo menos as de valor mais baixo, que ele pode ter bom coração mas não é parvo… e além disso nem gosta das notas de maior valor – não lhe servem para nada (e pelo que percebi também não conseguiria juntar muitas… EhEh!). Afinal é uma opinião que eu partilho – então as notas de 500 euros são umas toleironas com a mania das grandezas e nem sequer falam connosco, as mais pobrezinhas…

Já está! O meu dono finalmente arranjou um quadro em que me colocou, a mim e à minha família mais chegada – a nota de 5€, a de 20€ e a de 50€. Fazemos um belo quarteto – eu em baixo, com a nota de 5€ (percebe-se – somos as de valor mais baixo), em cima as minhas irmãs mais crescidas, de 20€ e 50€. Vou estar limitada no meu convívio com as pessoas e muito certamente não voltarei a estar junto do grupo da Monte Real e da D.Preciosa.
Mas tenho companhia certa à minha volta, do local em que me encontro continuo a acompanhar no computador o que se vai passando com o pessoal da Tabanca do Centro, pelo qual tenho grande apreço; e pela TV sempre vou vendo o que se passa por essa Europa fora no que diz respeito à “moeda única”.
Estou minimamente confiante no futuro. Se o Euro falhar continuarei protegida lá no quadro onde o Miguel me colocou; se o Euro se aguentar até pode suceder que o meu dono nos substitua no quadro por notas dos velhos “Escudos” e nos ponha novamente em circulação. Calculo que nesse caso mais tarde ou mais cedo sairei de casa do Miguel e muito naturalmente cortarei o elo que durante vários meses me ligou a este grupo espectacular. E nesse caso, embora afastada deste pessoal por quem ganhei um carinho especial – uma separação que me vai custar - irei viver a minha vida noutros ambientes, terei algumas decepções, outras vezes alegrias, mas vivendo novas experiências e absorvendo novos ensinamentos, enriquecendo-me continuadamente – mesmo que o meu valor facial não se altere: continuarei sempre a ser a nota de 10 € que em Monte Real teve o seu primeiro contacto com o mundo.
MP

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

P173: DE MARRETA PARA MARRETA...

                                                                                                                                                     MP

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

P172: NOTÍCIAS DO NOSSO VASCO DA GAMA

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Caros camarigos

Há um pouco deram-me a notícia de que o nosso Vasco da Gama já está em casa!

A recuperação está a fazer-se bem e com segurança.

Continuaremos a dar notícias por aqui, de modo a que o Vasco não seja, para já, cansado com os nossos telefonemas.

Cá o esperamos já no próximo encontro deste mês de Janeiro!

Grande abraço para o Vasco e para todos.
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P171: UM REFORÇO DE PESO PARA A REVISTA "KARAS"